CAPÍTULO 25 - DESPERTAR

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POV LUIZA

Fui despertada na manhã seguinte pela claridade que invadia o quarto, Valentina precisava providenciar as cortinas com urgência. Ao ter esse pensamento, a realidade me atingiu: eu estava aqui, no apartamento de Valentina, após uma noite que parecia um sonho. Ela estava ali, ao meu lado, dormindo serenamente. Me permiti observar cada traço do seu rosto, memorizando cada detalhe, era como uma obra de arte.

De repente fui pega no flagra a observando, ela começou a se mexer preguiçosa, despertando com uma linda carinha amassada.

- Bom dia, amor.

- Bom dia. - ela respondeu sonolenta.

- Esta noite foi... incrível - sussurrei, distribuindo beijos pelo seu rosto.

- Te amo, Lu. - ela me puxou para um abraço apertado.

- Eu poderia ficar assim o dia todo. - admiti.

- Eu também. - ela respondeu, com um brilho nos olhos que fazia meu coração se aquecer.

Relutamos em levantar, afinal, o mundo lá fora parecia distante e insignificante perto da nossa bolha de amor. No entanto, a vida tem um jeito sutil de nos lembrar que ela continua, que há responsabilidades e compromissos que não podem esperar.

- Eu não posso enrolar muito aqui, ainda tenho que passar em casa antes de ir para a orquestra, Valen.

- E eu tenho planos para finalizar a organização do apartamento e comprar os móveis que ainda faltam. - ela respondeu com um suspiro preguiçoso.

Nos olhamos com compreensão, sabíamos que era hora de enfrentar o mundo lá fora, mesmo que isso significasse nos separar por algumas horas.

- Valen, quando você disse que não queria mais pisar naquela faculdade... também estava incluindo os meus ensaios? - perguntei, lembrando que fazia tempo desde a última vez que ela tinha ido me assistir.

Ela olhou para mim, os olhos brilhando com uma mistura de ternura e hesitação.

- Eu queria dizer... bom, eu não queria mais entrar naquele lugar, mas assistir aos seus ensaios é uma parte diferente. Eu adoro te ver tocar, Lu.

O calor subiu ao meu rosto com o elogio, e o coração pulou de alegria.

- Ótimo! Então, que tal você ir comigo hoje? - falei animada.

Valentina parecia animada com a ideia, mas então olhou em volta do apartamento ainda em processo de organização.

- Eu adoraria, amor, mas como falei ainda tenho muito o que organizar aqui no apartamento. Que tal se eu for assistir amanhã?

- Ahh... mas não pode passar de amanhã. Vai ser a última oportunidade de você ver um ensaio. Depois disso, os ensaios vão ser fechados por um tempo. Vai ter um evento na faculdade e vamos fazer uma apresentação importante. Precisamos manter tudo em segredo até lá. Queria muito que você estivesse lá comigo.

- Pode deixar, Lu. Amanhã estarei lá, na primeira fila.

- Combinado então. - assenti, sorrindo.

E assim, aos poucos, nos levantamos e começamos a nos preparar para enfrentar o dia. Era difícil dizer adeus, mesmo que fosse temporário. No entanto, sabíamos que precisávamos enfrentar o mundo lá fora, para que, mais tarde, pudéssemos nos reencontrar e compartilhar mais momentos como aquele.

.....

No dia seguinte, cheguei ao auditório e tomei meu lugar na orquestra. Meus dedos deslizavam pelas cordas do violino, enquanto eu aguardava a chegada de Valentina. E então, pouco depois do início do ensaio, ela entrou no auditório.

Como prometido, Valentina se acomodou na primeira fila. Seus olhos se fixaram em mim, transmitindo um apoio silencioso que me impulsionou a dar o meu melhor e as notas ganharam ainda mais vida sob meus dedos.

Quando o último acorde ecoou, a sensação de realização me invadiu. O ensaio tinha sido perfeito. Guardei meu violino com cuidado, sentindo um misto de alívio e euforia.

Valentina estava à minha espera, seu sorriso radiante me recebeu.

- Lu, vocês foram incríveis mais uma vez. É sempre emocionante te assistir. - ela selou nossos lábios.

- Obrigada, Valen. Espero que tenha aproveitado, porque infelizmente esse foi o último ensaio aberto. Daqui para frente, serão fechados, por causa daquela apresentação que te falei.

- Eu entendo. Já sei que vou sentir falta de te ver tocando. - Valentina me olhou com compreensão.

- Vai ser uma apresentação importante, eu já to sentindo a pressão. - confessei, sentindo um nó de ansiedade se formar.

- E eu tenho certeza que você vai brilhar, como sempre. - Valentina segurou minhas mãos, transmitindo segurança. - O mais importante é que você ama o que faz. Isso vai transparecer no palco.

Seus olhos me transmitiam tanta confiança que eu não pude evitar um sorriso. Saber que Valentina estaria sempre ao meu lado era reconfortante.

- Eu adoraria ficar aqui mais um pouco com você, Valen, mas já estou atrasada para a aula. - admiti.

- Eu sei, deveria ter te deixado ir mais cedo, mas é tão difícil te soltar. - Valentina fez um biquinho adorável e eu ri da sua expressão.

- Não se preocupe, não vou a lugar nenhum sem antes te dar um beijo bem gostoso.

.....

Caminhamos juntas em direção a minha sala, mas antes de nos separarmos, eu a detive.

- Preciso passar no banheiro antes, Valen. Quer me acompanhar? - perguntei.

- Claro, eu vou com você.

Juntas, seguimos até o banheiro. Quando chegamos lá, estava vazio e silencioso. Entrei na cabine enquanto ela me aguardava pacientemente.

Ao sair da cabine, fui até a pia para lavar as mãos. Valentina se aproximou por trás de mim e seus lábios encontraram a pele sensível do meu pescoço, enviando arrepios por todo o meu corpo.

- Já estou com saudade de você. - ela murmurou com a voz carregada de desejo.

Aquele gesto me pegou de surpresa, mas de uma forma incrivelmente excitante. O banheiro estava vazio e a sensação de ter Valentina tão próxima era eletrizante. Me virei para ela e nossos olhares se encontraram. Eu a puxei para um beijo apaixonado, deixando que nossos lábios falassem por nós.

Valentina me segurou com firmeza e me colocou sobre a pia, intensificando nosso beijo, enquanto minhas mãos percorriam a lateral de seu corpo.

- Alguém pode entrar, amor. - sussurrei separando nossos lábios, mas Valentina continuou espalhando beijos pelo meu pescoço.

Num movimento rápido ela me puxou para dentro de uma das cabines. Meu coração batia mais rápido, numa mistura de excitação e nervosismo, a possibilidade de alguém entrar no banheiro trazia uma dose extra de adrenalina.

A preocupação com a privacidade competia com a tentação do momento, criando um cenário de urgência e paixão. Eu sabia que tínhamos que ser cautelosas, mas a intensidade do momento tornava difícil resistir completamente.

Ela me envolve pela cintura e nossas bocas se encontram novamente, dessa vez com mais força, a sua mão desce pelo meu corpo e para no cós de minha calça, que ela desabotoa com maestria, encontrando meu sexo já tão pronto para receber o seu toque.

Mas, nesse instante, ouvimos o barulho da maçaneta. Alguém entrou no banheiro, me fazendo paralisar.

Bilhete - VALUOnde histórias criam vida. Descubra agora