𝗵𝗼𝘁𝗲𝗹, 𝒎𝒊𝒐𝒕𝒆𝒍𝒂

⌁ 𝟬𝟬𝟳

↳ Caldas Novas, Goiás

           Fiquei bem mais aliviado quando conseguimos nos acertar, pensei que tinha feito ou falado algo que afetou a Ana, mas no fim era apenas falta de comunicação.

Estamos há quase um mês na base da provocação e eu já não estou aguentando mais ver essa mulher e ter que ficar me segurando 'pra não agarrar ela. Portanto, se tudo fluir ao nosso favor, vamos saciar esse desejo hoje mesmo.

Bom, hoje é dia de Caldas Country, o público aqui sempre me recebe bem e sinto que esse ano não será diferente.

Após o acontecido no camarim da Ana, precisei vir pro meu, o atendimento dela começaria e só saí pois sabia que não me seguraria por muito tempo tão próximo a dela.

Naquele momento testei meu autocontrole, é um desafio e tanto ficar tão perto da Ana Flávia e não poder beijá-la, nem sei como consegui, mas me sinto um homem vitorioso.

Enfim, dito e feito, consegui assistir um pedaço do show dela, que foi lindo, acho que eu já disse isso mas a sua presença de palco é surreal, sem contar que ela dança demais.

Ao concluir a apresentação ela saiu do palco e sorriu ao me ver, a morena segurava seu chapéu na mão e estava levemente suada.

— você arrasou, gata. — abraço ela, beijando sua bochecha.

— obrigada, Gu! Que delícia cantar aqui, nossa, eles são tão animados!

— são mesmo, a cada ano fico mais encantado!

Fiz os últimos ajustes antes de entrar no palco e iniciei meu show, as vezes eu olhava para trás e conseguia ver a Ana Flávia berrando minhas músicas no cantinho, teve um determinado momento que não consegui conter a risada.

Continuei meu show de forma animada e descontraída, foi maravilhoso, não sei explicar a sensação incrível que estou sentindo, consigo ver agora que todo o esforço nesses dez anos de carreira valem a pena, ver o carinho que o público tem por mim é lindo e me deixa muito feliz!

Ao sair do palco, não vejo a Ana Flávia, o que me causou com uma pontada de desespero.

— cadê a Ana? — pergunto ao Rodrigo, que conversava com meu pai.

— foi trocar de roupa e já volta.

Assenti e fiquei esperando ela voltar, em alguns minutos a Ana Flávia aparece com um copo de bebida na mão, usando uma calça jeans e cropped, continuava linda.

— que show incrível Gu, me surpreendo a cada vez que assisto! — diz com um sorriso no rosto, ficando na minha frente. O elogio dela me deixou radiante,o0 minhas bochechas queimavam e eu fiquei meio sem jeito.

Também fui atrás de um copo de bebida, precisava beber 'pra relaxar a tensão e ansiedade pelo dia de hoje, não vejo a hora de finalmente ter essa mulher só 'pra mim.

As horas foram se passando rapidamente, a conversa entre nós fluía de forma leve e descontraída, Ana já estava mais risonha, mas ainda estava consciente, o que de certa forma me aliviou.

Em determinado momento, Ana me chamou 'pra continuar bebendo no quarto dela, avisamos nossos pais e saímos dali.

Estávamos hospedados no mesmo hotel, os dois estavam levemente alterados então não foi um problema chamar Uber.

— sabe, acho que temos algo pendente ainda. — deixo meu copo em cima da penteadeira, me aproximando dela, que possuía um lindo sorriso no rosto.

— achei que nunca chegaríamos nessa parte, Gu. — fica na minha frente, revezando o olhar entre meus olhos e minha boca.

Ana vira o copo de uma vez em sua boca, passando os braços pelo meu pescoço, deposito alguns beijinhos em sua bochecha, escutando os suspiros e arfadas dela.

Olho cada pedacinho do rosto da Ana Flávia antes de finalmente selar nossos lábios em um beijo calmo, uma corrente elétrica passou pelo meu corpo e aparentemente pelo dela também, já que a mesma grunhiu baixinho, puxando alguns fios de cabelo da minha nuca em seguida.

Nossas línguas finalmente se chocam, dançando em perfeita sincronia, mais uma vez nos causando arrepios, coloco uma mão na cintura da Ana Flávia, a empurrando cuidadosamente em direção a parede.

Aperto sua cintura, dando uma mordidinha em sua boca antes de me afastar, olho 'pra ela com um sorriso no rosto, nossas respirações ofegantes se misturando.

— nossa... — sussurra com a respiração desregulada, torno a beijar seu pescoço, sentindo ela puxar novamente os cabelos da minha nuca, com um pouco mais de força dessa vez, mas nada que me incomode.

Ficamos madrugada a dentro trocando beijos, sequer vi a hora que fomos dormir. Lembro-me de ver os primeiros raios de sol na hora que Ana Flávia tinha adormecido em meu peito.

Ela teve que levantar cedo, saiu as pressas do quarto alegando que tinha um vôo em trinta minutos 'pra pegar, a garota parecia meio sem jeito para se despedir mas no final me deu um selinho.

Ia levar um longo tempo até nos vermos de novo e mesmo que faça pouco tempo que ela saiu daqui, já estou sentindo um aperto no peito bastante conhecido.

Aproveitei o tempo que me restava para dormir mais um pouco, mais tarde eu embarcaria rumo a São Paulo e ficaria na minha casa até quinta feira, dia em que volto para a rotina de shows.

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