↳ Londrina, Paraná
Conversei com a minha mãe, ela disse algumas verdades necessárias e eu permiti derramar algumas, - lê-se: muitas. - lágrimas, pois por um momento me senti sem chão, senti medo da história se repetir, fiquei com medo de machucar o Gu com os meus traumas passados.
Ela me tranquilizou, me abraçou e me aconselhou, usando aquela história de que amar é muito bom e que sou nova e preciso aproveitar a vida, me permitir sentir e dizendo que estava na hora de virar a página, deixar no passado tudo de ruim que passei em relação ao amor.
Por um lado ela tem razão, não é? Mas por outro eu sinto aquele medo de uma reação negativa.
Tentei não demonstrar que estava chorando, porém o Gustavo acabou percebendo e tenho certeza de que ele ficou preocupado, mas resolveu não me encher de perguntas e foi melhor assim.
Acordei variada, sem noção de nada, atortoada, só aí percebi que precisava descansar, que algumas horas de sono a mais eram necessárias.
Olho em volta, percebendo a ausência do Gustavo na cama, suspiro, passando a mão em meu rosto.
- Gu? - chamo ao vê-lo revirando sua mala. - o que 'tá fazendo? Que horas são?
- seis da tarde.
- já? - arregalo meus olhos, sentando na cama. - faz muito tempo que acordou?
- pouco mais de uma hora, 'cê 'tava com sono, hein? - se levanta, caminhando até mim e beijando minha bochecha.
- nem sabia que precisava dormir tanto assim.
Levanto da cama, ajeitando meu cabelo e esperando o Gu 'pra sair do quarto, descemos juntos, meu pai assistia televisão, enquanto minha mãe ajudava Antonella a montar o castelo da Disney.
- descansou, filha?
- descansei, e muito. - digo com a voz rouca, indo 'pra cozinha, Gustavo vindo atrás de mim.
- fiz macarrão ao molho branco, meus amores, é só esquentar.
- valeu, mãe. - ligo o fogo, suspirando e involuntariamente indo até o Gustavo e abraçando seu corpo, inalando seu cheiro gostoso, me sentindo em casa.
- o que houve?
- vamos só... ficar aqui, tudo bem? - murmuro fechando meus olhos, Gu segue calado, mas entendi que ele concordou, não precisava de muito 'pra saber.
Eu queria tanto falar 'pra ele agora, um nó começava a se formar em minha garganta, uma ânsia, uma sensação de enjôo, abro meus olhos, olhando em seu rosto, suspiro fundo, muito mesmo, me preparando 'pra fazer a confissão mais arriscada da minha vida.
- Gu. - murmuro com a voz levemente trêmula, sentindo minhas mãos suadas, mas então, me dou conta do que irei fazer, a reação negativa, a história se repetindo, eu não posso. - 'cê fica lindo de boné para trás.
Ele solta risadinha, depositando beijinhos na minha bochecha. Desvio meu olhar, não podemos esquecer da panela, então trato de desligar ela logo.
Solto o ar que eu nem sabia que estava prendendo, tentando me acalmar e me controlar para não surtar.
Comemos em meio a um silêncio confortável, o macarrão da minha mãe estava divino, mas meus pensamentos não saíam do acontecido de alguns minutos atrás.
Após a janta lavamos tudo que sujamos e fomos 'pra sala, logo entramos num assunto aleatório, que se estendeu pelo resto da noite.
Decidimos assistir um filme, de preferência infantil, algo que a 'Tonella pudesse assistir também. E então, se iniciou uma discussão entre ela e meu pai.
- 'ué, vamos assistir Procurando Dory.
- não, já assistimos esse, papai.
- e você quer assistir oque? - pergunta impaciente, cruzando seus braços, chegava a ser engraçado, toda vez que vamos assistir filme em família eles tem as mesmas discussões.
- O Segredo dos Animais.
- todos de acordo, então? - pergunto com o controle na mão, meio contragosto, meu pai aceitou também, 'tá pior do que criança.
- posso ficar do seu lado, tata? - para na minha frente no sofá, me olhando por baixo dos cílios, Olho para o Gu, que assente com um sorrisinho.
- vem cá. - bato na minha perna, Antonella deita sobre mim, me abraçando.
- pipoca pronta, família! - minha mãe chega na sala com dois baldes grandes de pipoca, entregando um para o Gustavo e sentando no outro sofá com meu pai, antes disso, cobrindo nós três com um lençol.
Durante o filme, sinto um carinho na minha perna, ao desviar meu olhar 'pro Gustavo, ele prestava atenção na televisão, comendo sua pipoca.
Em alguns momentos percebi ele me olhando, eu ficava meio envergonhada, mas tentava disfarçar.
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só porque vcs pediram muito KKKKK
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𝗵𝗼𝘁𝗲𝗹, 𝒎𝒊𝒐𝒕𝒆𝒍𝒂
Fanfiction∥🛩️∵ᣤ 𝚑𝚘𝚝𝚎𝚕 ❝⎙ 𝗢𝗡𝗗𝗘 Ana Castela e Gustavo Mioto, ambos cantores, causam uma agitação na cidade de Pitangueiras com sua presença. Um tumulto no hotel resulta em confusão nos quartos dos artistas, proporcionando um encontro inusitado e poten...