⌁ 𝟬𝟰𝟴

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↳ São Paulo, São Paulo

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São Paulo, São Paulo

             Sempre soube que minha namorada era meio impaciente, e acho que não é só eu que sei disso, todos ao seu redor também. Uma dica que eu dou também é para que não testem a paciência da Ana Flávia, você pode estar brincando com fogo, a real é que quem decidiu brincar com fogo sou eu.

Inventei de ensinar ela a jogar, meu computador já foi xingado de vários nomes diferentes, gritos ecoaram pelo estúdio e apesar de parecer um cenário louco e estressante para alguns, eu estou achando engraçado.

— esse bicho feio 'tá atirando em mim de novo, Gustavo!! — grita enquanto metralha seu adversário, que por fim, conseguiu matar ela. — pode xingar na sua live? Porque eu vou me tornar a maior desbocada jogando esse troço ao vivo.

— pode sim, e eu vou adorar abrir essa live.

— 'cê gosta, né? Não tem um bando de rato atirando em você, olha lá, de novo essa porra! — ri alto não só pela cara que ela fez ao morrer mais uma vez, mas também porque a medida que sua frase ia se concluindo, ela aumentava o tom de voz e acabava vermelha, passando a mão nos cabelos.

— já está tarde, não quer parar?

— enquanto eu não matar alguém, não saio daqui.

— sabe, acho que estou começando a me arrepender dessa ideia de ter te ensinado a jogar.

— eu também, muito estressante.

Levanto da cadeira ao seu lado, ajeitando o boné em minha cabeça, me preparando para sair do estúdio.

— vai aonde?

— preparar algo 'pra a gente comer, estamos há horas aqui.

— cansei. — tira o fone, se levantando e caminhando até mim. Ri fraco com sua mudança de ideia repentina. — vamos preparar algo juntos.

Abro um sorrisinho, roubando um selinho dela e saindo do estúdio com a minha namorada. Juntos fomos até a cozinha, procuramos na internet algo simples para cozinhae de madrugada e encontramos uma crepioca.

— já te falei que você fica muito gostoso de boné? — pergunta encostada no balcão da cozinha, me observando cozinhar, gosto de seu apoio moral.

— acho que não. — murmuro meio sem graça, ela tem essa bendita capacidade.

— pois eu falo agora, você fica muito gostoso de boné, nossa senhora.

— obrigada então. — ri fraco, recebendo um tapa na bunda quando ela passa por mim para pegar nossos pratos. — gente, que audácia!

— você com esse bundão dando mole acha mesmo que eu não vou bater?

Ri alto, balançando a cabeça em negação, desligo o fogo, colocando nossos lanches nos pratos. Sentamos juntos nos sofá da sala, uma de suas pernas sobre a minha, sua cabeça encostada em meu ombro enquanto assistimos uma série de culinária.

A real é que essa série foi esquecida instantes depois, já que depois que levei tudo na pia, nos distraímos com trocas de carícias e durante boa parte da madrugada nos vimos imersos na nossa bolha pessoal.

— sabe de uma coisa? — murmuro um "hum" enquanto faço sequências de beijos em seu pescoço, apertando a região da sua cintura. — apesar do estresse naquele jogo 'véio, ter isso aqui na sequência é bom demais.

— é mesmo? — tiro meu rosto de seu pescoço, analisando seu rosto perfeitamente bem desenhado, sorri, beijando sua boca. — qualquer coisa que te envolva é bom demais, não tem jeito.

— devo concordar, eu sou demais, Gu.

— e é bastante convencida, hein?

— nem tanto, agora cala boca, tem outra coisa que quero fazer aqui e não é conversar.

— como quiser, senhorita. — capturo seus lábios em um beijo lento, porém quente, envolvendo um misto de sentimentos, uma batalha entre amor e desejo, quando o ar nos falta, puxo seu lábio inferior com os dentes, depositando um selinho em seus lábios antes de me afastar.

Suas mãos agarraram os fios de cabelo da minha nuca, puxando-os enquanto ela dava início a outro beijo, nossas línguas em uma disputa quente por espaço, meu corpo queimava e eu sabia que ela não estava muito diferente de mim. Lentamente, me solto dela, beijando todo seu rosto, dando mais atenção para os seus lábios.

Levantei do sofá, tirando meu boné, eu quase ri com a cara que a Ana Flávia fez 'pra mim, sua respiração estava ofegante, seu corpo apoiado sobre seus cotovelos, os lábios e as bochechas levemente avermelhados, uma visão tentadora e semelhante a uma com um cenário não muito diferente desse, visão essa que me deixa todo desconcertado.

— onde vai, Gustavo? Você precisa resolver algo aqui! — diz manhosa e ofegante, beijo sua testa, me afastando dela.

— vou apenas desligar as coisas, amor, volto logo.

Saí do jogo e desliguei meu PC, fechando a porta do estúdio ao sair, apaguei as luzes da cozinha e retornei para a sala, encontrando a Ana Flávia com a respiração mais controlada, na mesma posição.

— vamos para o quarto?

— me leva? — estende os braços na minha direção, fazendo um biquinho, no qual eu beijei imediatamente.

— só um minutinho... — digo desligando a Tv, tendo a escuridão do apartamento. — princesa, pega seu celular.

Ana Flávia faz oque peço e ilumina nosso caminho enquanto a levo em meu colo para o nosso quarto. Deito cuidadosamente ela na cama, me acomodando entre suas pernas, não colocando meu peso sobre o seu.

Retomamos a sequência calorosa de beijos, não dando intervalos nem 'pra respirar direito. Estávamos há quase uma semana sem se ver por conta da rotina agitada dos shows, a saudade já apertava, o desejo de estar junto, assim como estamos agora deixava tudo mais difícil. Em meio a esses poucos dias que passamos longe é possível perceber que não conseguimos ficar muito tempo distante um do outro.

De qualquer forma, acabamos nos completando, somos muito diferentes e acredito que são as nossas diferenças que estão fazendo tudo dar certo, eu mostrei um pouquinho do meu mundo 'pra Ana e ela me apresentou o seu.

Gosto de como construímos nosso relacionamento, e estou falando sério, cada pedacinho daqueles oito meses foram mais do que especiais e serão inesquecíveis pois eles foram necessários para o início da nossa história juntos.

A Ana Flávia me despertou a minha melhor versão, me fez mudar em diversos aspectos, me fez entender muitas coisas e eu sinto que também fiz ela mudar, nós chegamos na vida um do outro como quem não queria nada e no fim, mudamos tudo.

E eu gosto dessa mudança.

OPAAA, OLHA QUEM VOLTOU

achei o final desse capítulo tão bonitinho, apesar da pequena dose de putaria, gostei de escrever ele

me perdoem pelos erros!

𝗵𝗼𝘁𝗲𝗹, 𝒎𝒊𝒐𝒕𝒆𝒍𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora