⌁ 𝟬𝟱𝟰

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↳ Pitangueiras, São Paulo

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Pitangueiras, São Paulo

          Estamos devolta a Pitangueiras! Nem sei explicar a imensa alegria que sinto em estar novamente nessa cidade que me acolhe tão bem, o público é sempre muito receptivo comigo e por sorte, meu contratante colocou uma pessoa mais que especial para cantar comigo hoje.

Serei sempre grato a Pitangueiras não só pelo amor que eles me dão toda vez que venho, mas também por ter sido nessa cidade que eu conheci o amor maior, o amor da minha vida.

Amor esse que dorme feito um anjo ao meu lado, cansada de uma semana intensa de shows, sua respiração pesada denuncia o quão entregue a Ana Flávia está ao sono.

Depositei um beijinho nas costas da minha namorada, sentindo seu cheiro gostoso e logo me levantando, são quase nove da manhã e precisamos nos apressar, ou iremos perder o café da manhã do hotel.

Escovei meus dentes e quando fui trocar de roupa, ontem acabei me rendendo aos caprichos da minha namorada e coloquei pijama combinando. Meu ato foi interrompido pela sua voz rouca e sonolenta.

— não troca, a gente vai descer assim.

— bom dia, amor, a gente precisa mesmo?

— sim, ficamos tão lindos de parzinho de jarro, Gu. — virou de barriga 'pra cima, passando a mão em seu rosto e sentando na cama. — me dá um beijo.

Me aproximei dela com um sorriso enorme no rosto, apoiando minhas mãos na cama, recebendo um carinho no rosto antes que ela juntasse nossos lábios.

— agora sim, bom dia. — murmurou sorrindo, me separei dela, observando a garota se levantar e caminhar rumo ao banheiro.

Passei por cima da pequena bagunça que estava o chão daquele quarto, eram roupas espalhadas pelo cômodo, Crocs e não podia faltar, etiquetas.

Nunca fui chegado a bagunça, acho que ja comentei isso, Ana Flávia chegou como um furacão bagunçando tudo, não só os meus sentimentos, mas o meu quarto também e eu particularmente não me incomodo, essa bagunça dela dá um charme.

— oque acha de combinar as roupas do show também?  — perguntou assim que saiu do banheiro, chutando seus Crocs para o canto e pegando as roupas do chão, jogando sobre sua mala aberta ao lado da nossa cama.

— vai de preto hoje?

— ah não, para hoje eu queria rosa.

— não tenho roupas rosas, amor.

— hum, então vai de preto e eu de rosa, resolvido. — ri fraco, puxando delicadamente sua mão em minha direção, para que ela ficasse entre as minhas pernas. — aproveitando que estamos aqui, eu lembrei que na nossa primeira conversa eu estava de toalha, que vergonha. — escondeu seu rosto em meu ombro, soltei uma risadinha, beijando o pescoço dela.

— e um ano depois eu te vejo sem. — Ana Flávia me olhou por alguns segundos, não segurando a risada por muito tempo.

— nossa Gustavo, você é tão besta.

— eu menti?

— não. — murmurou brincando com meu cabelo, arrumando do jeitinho dela. — seu cabelo está tão lindinho, Gu, não é 'pra cortar.

— nem com o barbeiro de Goiânia?

— 'cê nem vai para Goiânia, e quando for não corta.

— você que manda.

— assim que se fala.

Sabendo que não teríamos paz se fôssemos comer no restaurante do hotel, decidimos pedir nosso café da manhã no quarto, a Ana comeu mais do meu misto quente do que de seu bolo, mas longe de mim reclamar.

Amanhã cada um iria para um lado, eu faço show no Espírito Santo e ela faz em Santa Catarina, assim encerramos nosso fim de semana de shows, sabendo disso, e da saudade que iremos sentir, decidimos aproveitar o dia agarradinhos, seja dormindo, ou assisindo filme.

Quando estava mais próximo do horário dos shows começamos a nos arrumar e recebemos a informação de que por mais um ano, travamos a cidade de Pitangueiras com a nossa presença.

No momento estou sentado na cama, esperando minha namorada terminar de tirar suas fotos e fazer seus vídeos, fico quentinho observando e acho uma graça quando ela me olha envergonhada.

— nenhuma foto fica boa, que ódio.

— deveria ser um crime você estar linda desse jeito e reclamar que suas fotos não ficam boas, sabia? — me olhou boba, e eu roubei um selinho seu, sentindo uma ardência na boca. Caralho, de novo não.

— meu Deus, que gloss é esse? — perguntei sentindo toda minha boca formigar, Ana me olhou e logo em seguida riu.

— é o da Fran, gatinho, aquele que usei em Ribeirão Preto, lembra?

— que negócio horrendo, a boca falta cair, Ana Flávia.

— você que é dramático. — guardou seu celular no bolso da minha calça, olhando em volta apenas para conferir se não esquecia nada.

Saímos de mãos dadas do quarto, seguindo rumo ao elevador, onde apertando o botão do térreo.

O local do show é perto daqui, então não exigiu tanto tempo de van, pelo pouco que conseguimos ver, a cidade realmente estava completamente parada, todos ali por nós, desde cedo nos esperando.

O show da Ana é primeiro que o meu, fiquei o tempo todo no fundo do palco assistindo ela, prestigiando seu talento, assim como fiz há um ano atrás, horas depois do nosso primeiro encontro.

Durante o meu show ela entrou em Fronteira 'pra cantar comigo, gosto de fazer show aqui justamente pela animação do público com a minha presença, e também pela nostalgia que essa cidade me trás em relação ao dia que conheci a Ana, muita coisa mudou depois dali, e digo que mudou 'pra melhor.

𝗵𝗼𝘁𝗲𝗹, 𝒎𝒊𝒐𝒕𝒆𝒍𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora