Saia justa.

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Point of view Emma

Estava sentada no sofá da minha casa, assistindo um programa de tv qualquer, o qual não estava prestando atenção. Meu corpo era presente, mas minha alma viajava para um lugar muito distante, enquanto me empanturrava de sorvete de morango com calda de chocolate, sem me importar com a sujeira que estava fazendo na única peça de roupa que estava usando. Uma blusa branca que ia até o meio das minhas coxas.

Sim! Eu estava deprimida. Devastada, pisoteada e todas as outras definições de tristeza existentes no dicionário. Eu só queria ter um botão para apertar e simplesmente desaparecer. E posso estar sendo egoísta, mas uma das coisas que mais me machucavam era saber que Jenna estava casada.
Mas é claro, Emma! Ela não ia te esperar para o resto da vida, ainda mais você não tendo explicado o verdadeiro motivo para partir.

De repente, o som da campainha me fez virar o pote de sorvete no sofá e me levantar rapidamente no reflexo.

— Merda! — não queria ver e falar com ninguém, o que me fez cogitar a ideia de não atender a porta. A contragosto me arrastei até a porta, sem nem me preocupar em colocar um short ou arrumar o cabelo. Abri a porta e deixei os ombros caírem ao vê-lo parado ali.

— Oi, Myers. Como você está?

— Preciso mesmo responder, Nick? — falei desanimada.

— Não, sua cara já diz tudo. — entrou. — Ela veio aqui, não foi?

— Como sabe?

— Talvez eu tenha dito a ela o seu endereço.

— Como assim? Por que fez isso? — perguntei a ele que já ia sentando no sofá onde derramei o sorvete. — NÃO!

— O QUE? — pulou e quase caiu com o susto.

— Não senta aí, pode ser que deixei cair um pouco de sorvete.

— Poxa, Emma! Vai mesmo ficar aqui se empanturrando de sorvete e toda deprimida? Cadê aquela amiga alto astral?

— Ela tirou férias, Nicolas. — me joguei no chão frio, me arrepiando com o contato na minha pele.

— Vou passar um café.

— Na verdade, você vai me dizer o porquê de passar meu endereço para a Jenna.

— Não acho uma boa ideia, não tenho boas notícias.

— Me fala logo, Nick.

— Vou passar um café primeiro. — tentou sair.

— Não quero café, quero que me diga o que aconteceu. — pedi e ele coçou a nuca.

— Ok... — respirou fundo. — Jenna foi lá na escola para tirar o Miguel, disse que não vai permitir que o filho dela tenha contato com você, nem a esposa, nem ela própria. Foi então que pediu seu endereço, porque queria conversar. Achei que não tivesse problema e no fundo tive esperança de que ela fosse resolver na boa.

— Não, Nick, ela não resolveu na boa, ela apenas despejou algumas coisas em mim, disse que não posso ter mais contato com o Miguel e no final de tudo me beijou, quer dizer, foi um selinho seguido de um adeus. — afundei o rosto nas mãos. — Ela pode fazer o que quiser comigo, eu entendo, mas me tirar o Miguel já é demais.

— Você não acha que se apegou muito rápido e fácil a essa criança?

— Eu sei Nick, mas o Miguel é muito especial, é como se eu já o conhecesse, entende? Ele desperta algo a mais em mim e agora que o encontrei, não quero perdê-lo. — gemi em frustração. — Ela não pode fazer isso.

Um Bebê Entre Nós - Jemma version Onde histórias criam vida. Descubra agora