— Você não está me dizendo que comprou um apê para mim, está?
— É exatamente o que estou dizendo.
— O que te faz pensar que vou aceitar?
— O fato de ser um presente com muito carinho da sua linda mamãe. — falou com orgulho. Eu olhei para o chão.
— Não posso aceitar, mãe.
— E vai ficar aqui, enchendo o saco da Emma?
— Ela não enche meu saco. — falei automaticamente.
— Viu? — Jenna apontou o dedo para mim.
— O que é isso? Um complô contra mim?
— Não, mãe.
— Então aceita, por favor?
Point of view Jenna
No dia seguinte, Miguel havia ficado no apartamento com Emma enquanto eu tinha ido com a minha mãe ver o "meu" apartamento. O lugar era excelente. Bonito, com uma vista bonita e com um espaço incrível, tinha até uma área de lazer que com certeza ela premeditou para atrair o meu filho. No fim das contas, acabei dizendo sim, mas no fundo eu não ia aceitar tudo aquilo e retribuiria quando pudesse.
Estava voltando para a casa de Emma para dar a notícia para ela e Miguel e já estava preparada para a manha que o menor iria fazer, já que havia se acostumado com a tia e os dois viviam tramando contra mim, o que acabava em boas risadas.
Minha mãe havia passado no shopping para fazer compras e como recusei a ir junto, ela me deixou voltar sozinha. De repente, senti uma mão me puxar pelo ombro. Virei no reflexo.
— Jenna, será que podemos conversar?
— Oi? Não! — respondi.
— Por favor? É importante. — insistiu e eu revirei os olhos.
— Você tem cinco minutos, Mia. — falei e fui surpreendida com ela me puxando para um beijo, o qual não retribuí. A empurrei. — Qual é! Ficou louca?
— Jenna...
— Sem essa de Jenna! Quem você pensa que é para me beijar assim?
— Como assim? Você é minha mulher.
— Negativo. — neguei com o dedo. — Eu era sua mulher. Era, não sou mais.
— Por que agora é mulher daquela... — bufou. — Daquela mulherzinha ridícula.
— Não ouse falar mal da Emma.
— Você é bem cínica. — colocou as mãos na cintura. — Me trai com aquela loira sem sal e ousa defendê-la.
— Espera, o que? Eu não traí você.
— Traiu sim.
— Não traí não. Eu sentei e conversei com você. Disse o que estava sentindo e a gente resolveu.
— Mentirosa!
— Ah, tá. Eu sou a mentirosa? — ri sem humor. — A mentirosa aqui é você. Além de mentirosa é louca.
— Você não sabe o que diz.
— Negativo. Sei bem o que digo, é você que não tem argumentos.
— Pelo menos não sou infiel.
— Escuta aqui, Mia e presta bastante atenção para enfiar de uma vez por todas nessa porra dessa sua cabeça. Eu tive várias oportunidades de trair você, primeiro porque não queria ficar casada com uma porta, porque era isso que você estava parecendo. Segundo porque Emma e eu ficamos sozinhas no apartamento dela, no shopping e ela tentou me beijar e eu só não fiz por te respeitar, por querer conversar antes de machucar você. O que você chama de infidelidade, eu chamo de fidelidade. Fui fiel primeiramente ao que sinto, fui fiel ao ponto de chegar e colocar tudo em pratos limpos e seguir a minha vida, buscar a minha felicidade. Não fiquei te enganando e alimentando um amor que não existia mais, até porque ninguém ama sozinho. — respirei fundo. Aquela conversa já estava me irritando. — Se você quiser manter esse seu posicionamento infantil, espalhar para Deus e o mundo sobre a traição, que por sinal não existe, se vitimizar para os seus amigos e para aqueles que achei que estavam do meu lado, mas era só enquanto eu namorava você, vai em frente. Deixe que me julguem, que virem a cara quando me virem na rua, que me coloquem apelidos escrotos, eu não ligo e sabe por que? Porque minha consciência está limpíssima. Já você... bom, espero que consiga deitar a cabeça no travesseiro e ter uma linda noite de sono depois que ouvir que a infiel nisso tudo é você, que me acolheu e acolheu meu filho, dizia nos amar, mas na primeira oportunidade nos chutou para a rua no meio da noite, de mãos abanando como se fôssemos dois cachorros. Espero que sua consciência esteja limpa ao saber que a infiel aqui é você por difamar alguém que um dia te amou de verdade. — finalizei e ela permaneceu calada. — Agora se me der licença, vou buscar o meu filho que por sinal nem lembra da sua existência. E só mais uma coisa, me supera, anda para frente, porque quem anda para trás é caranguejo e quem vive de passado é museu. — comecei a caminhar.
— Jenna! — me chamou e eu virei para trás, mas não queria ouvir sua voz e muito menos olhar para sua cara. Então quem falou foi eu.
— Estou sim com a Emma e é bom que pare de nos perturbar, porque pela primeira vez na vida, depois de tudo que passei, finalmente estou conseguindo ser feliz de novo. E não vou deixar você estragar isso.
— Vamos ver se essa sua felicidade vai durar quando eu tirar o Miguel de você. — respondeu e eu gargalhei.
— Experimenta.
— Você não vai querer mexer comigo.
— Você como advogada deveria saber que não é assim que as coisas funcionam. Não tem direito algum sobre o MEU filho, até porque nem registrou ele como seu, então perante a lei, é como você mesma gritou para ele, não é nada dele.
— Veremos.
— Eu coloco a polícia atrás de você.
— Não tenho medo da polícia.
— Pois deveria.
— Você é muito ingênua. — balançou a cabeça.
— E você é louca. — me virei, começando a andar novamente. Só queria ir embora dali e não vê-lá nunca mais.
— Isso mesmo, fuja. Fuja e aproveita ao máximo o tempo que te resta com o garoto, porque não vai durar muito e quando eu conseguir, vou dizer a ele que você o trocou pela mulher que fodeu sua vida.
— Não tenho medo de você. — sequer me virei para falar isso. Apenas continuei a andar, indo em direção a casa da Emma e rezando para não perder a cabeça, voltar e acabar com a raça de Mia ali mesmo.
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Um Bebê Entre Nós - Jemma version
FanfictionO que você faria se de repente o passado batesse a sua porta? E o que você faria se esse passado viesse com uma criança? Jenna e Emma se conheceram de uma maneira inusitada, o destino tratou de separa-las, mas a vida é uma caixinha de surpresas e m...