Um dia bom e uma visita surpresa.

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Point of view Emma

Acordei no dia seguinte com a luz do sol no meu rosto e com um peso no meu corpo. Mas eu estava cansada o suficiente para abrir os olhos, porém fui forçada a fazer isso quando escutei risadas de um adulto e de uma... criança?
Abri os olhos e a primeira coisa que vi foi Jenna dormindo em cima de mim. Como fizemos isso? Não sei! Depois, notei a presença de Nick segurando a mão de Miguel que tampava a boca enquanto ria observando a gente.

— Jenna...— chamei baixinho e ela resmungou. — ei, acorda!

— Está muito cedo. Me deixa dormir. — resmungou novamente.

— Nós estamos na sala e nuas, quer dizer, eu estou. Miguel e Nick estão aqui, nos olhando.

— O que? — tentou levantar, mas apertei seu corpo contra o meu.

— Você está sem blusa. — falei e forcei um sorriso ao olhar para Nick e Miguel. 
— Bom dia para vocês dois, o que fazem aqui a essa hora?

— O dia para a gente está bom, mas deve estar incrível para vocês duas. — Nick gargalhou. Senti meu rosto esquentar e Jenna fez um som engraçado com o nariz.

— Por que vocês dormiram no sofá, tia?

— Porque sua mãe e eu estávamos vendo um filme e pegamos no sono, campeão.

— Ahhh, entendi. — coçou a cabeça. — Mas será que agora a senhora pode, por favor, deixar a mamãe sair de cima? Quero abraçar ela. — engasguei.

— Filho, a mamãe vai sair, mas antes vou precisar que faça uma coisa, tá?

— O que?

— Vira de costas, rapidinho. — Miguel franziu o cenho, mas obedeceu. Jenna saiu de cima de mim e procurou sua blusa pelo chão. Fiz o mesmo.

— Arg, não preciso ver isso logo pela manhã. Vocês são nojentas. — Nick falou se virando de costas. Jenna e eu vestimos nossas roupas e rimos uma para a outra.

— Ok, meninos. Podem se virar. — eles viraram. — Mimi, vem cá.

— Senti saudades, mãezinha. — abraçou a mãe forte. — Por isso vim agora e não mais tarde. — se dirigiu a mim, me abraçando.

— E como foi? O tio Nick te beliscou? — perguntei, provocando meu melhor amigo que revirou os olhos.

— Não! — Miguel respondeu rápido e arregalou os olhos. — Ele é bonzinho e a gente se divertiu muito.

— Viu? — Nick devolveu minha provocação.

— O que fizeram? — Jenna perguntou.

— Primeiro a gente jogou banco imobiliário. Depois fomos para o cinema e o tio me deixou comer um montão de coisas gostosas. Quando chegamos na casa dele jogamos até ficar bem tarde.

— Até as dez da noite, meninas. — Nick riu.

— Olha, que legal! — Jenna apertou o nariz do menino.

— Tem café pronto? — Nick perguntou e eu neguei com a cabeça.

— Não comeu não, esfomeado?

— Para a sua informação, piloto de carrinho hot wheels, Miguel e eu tivemos o melhor café da manhã das nossas vidas, mas estou sempre com fome.

— Piloto de carrinho é a senhora sua mãe. E não tem café aí e só por esse apelidinho mixuruca não vou fazer. — rebati e Jenna começou a rir.

— Não tem problema. Eu faço, e vocês! — apontou o dedo para nós duas. — Tratem de ir tomar um banho, porque estão de dar nojo.

- - -

Mais tarde, naquele mesmo dia, Nick, Jenna, Miguel e eu nos divertimos muito dançando e jogando totó. Meninos contra meninas e por minha culpa, as meninas perderam. O que poderia fazer se era péssima nisso? E o jogo acabou quando Nick me chamou de goleiro de totó. Sério, qual a pira dele com a minha altura? Ele é pouca coisa maior. Depois que minha raiva passou, fizemos um belo lanche da tarde com direito a muito café, salada de frutas e um bolo que, modéstia a parte, fiz muito bem. Estava tendo um ótimo dia, talvez como nunca tivesse tido antes. As pessoas que eu mais amava ao meu redor, dando boas risadas e contando histórias, era quase como estar em casa com a minha família, irmãos e pais.

Mas tudo que é bom dura pouco!

A campainha soou fazendo com que Miguel pulasse e corresse até Jenna com o susto. Ele estava em pé, distraído demais com sua mímica literalmente indecifrável para não se assustar com o som. Rimos e me levantei para abrir a porta.

— Espero que seja alguém que valha a pena, porque não vou me conformar de ser qualquer pessoa a interromper nossa brincadeira. — Jenna falou suficientemente alto e eu ri fazendo um sinal com as mãos, pedindo para ela parar e girei a maçaneta, quase caindo para trás ao ver quem era.

— O que está fazendo aqui?

— Oi, Emma. Jenna está? — eu ia responder, mas ela surgiu ao meu lado um tanto quanto surpresa.

— Mãe? O que faz aqui?

— Oi, amor, gostou da surpresa?

— VOVÓ! — Miguel gritou e correu até dona Natalie, pulando em seu colo. Ela entrou com ele nos braços, sem ao menos pedir licença. Olhei para Jenna, mas ela parecia tão confusa quanto eu.

— O que ela está fazendo aqui? — cochichei.

— Se você descobrir me fala. — respondeu. — Mãe, como chegou aqui?

— Rastreei a ligação, não foi tão difícil encontrar o endereço, aliás, pode pegar as malas lá fora, Emma? — abri a boca indignada. Olhei para Nick e ele reprimiu uma risada.

— C-claro.

— Não trouxe muita coisa, filha. Só uma malinha para mim, as outras duas peguei na casa da Mia, são suas roupas e as do Mimi.

— Mãe, o que a senhora está fazendo aqui? — Jenna perguntou séria.

— Miguel, vamos até a cozinha pegar algo para a sua avó comer. — Nick chamou.

— Como assim? Você precisa de mim agora, deve ser um momento complicado para você.

— Na verdade não preciso. Estou ótima, mãe. Sério mesmo.

— Emma, querida. Desculpa a inconveniência, nem te cumprimentei direito. Tudo bem? — se levantou e caminhou até a mim me abraçando. Olhei para Jenna e sussurrei um "que?" Ela negou com a cabeça, sem entender. Desde quando Natalie gostava de mim? Quer dizer, ela gostava antes de eu ir "embora".

— É um prazer ver a senhora, Dona Natalie.

— Até hoje não perdeu o costume de me chamar de dona Natalie? É só Natalie. — sorriu. — Desculpa chegar assim sem avisar, mas se eu pedisse o endereço Jenna não ia dar. Ela é bem teimosa!

— Não sou não.

— É sim. Fala se ia aceitar minha ajuda se soubesse que eu vinha?

— Mas, mãe...

— Sem mas. É muito importante e natural os pais ajudarem os filhos. — fiquei calada, apenas observando a conversa das duas. Queria sair, mas Jenna me pediu silenciosamente para ficar. — Não é Emma?

— Ouch!

— Nem pense em concordar com ela, Myers. — levantei as mãos em sinal de rendimento.

— Eu sei que você quer ser financeiramente independente, amor, mas combinamos de você esperar até o Miguel crescer.

— Eu sei, mãe.

— Não fica brava comigo. Vim para te dar o meu apoio, não vou ficar por muito tempo.

— Não estou brava, mamãe. — Jenna a abraçou. — Estou feliz em vê-la.

— Eu coloquei dinheiro na sua conta.

— Ok, agora estou brava.

— E bom, conversei com um corretor e ele está esperando você amanhã para olhar um novo apartamento, o que me diz?

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Um Bebê Entre Nós - Jemma version Onde histórias criam vida. Descubra agora