Para mamãe.

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Point of view Emma

Meus pais e Natalie estavam mais íntimos que tudo, mais alguns meses e eu diria que eram melhores amigos. Com toda essa história do casamento, eles resolveram não voltar para Curitiba e Goiânia, e sim ficar em São Paulo organizando tudo da cerimônia e da festa. Jenna e eu não queríamos explorar, mas eles pareciam dispostos e felizes a irem atrás de tudo, desde o local até a roupa que usaríamos, claro que sobre a nossa aprovação. Hoje, os três decidiram ir atrás do buffet e juro por Deus que precisei me segurar ao máximo para não fazer um escândalo e ir junto, já que isso consistia também em provar todas as deliciosas comidas. Mas tudo bem, a festa do casamento que me aguarde!

Renan e Miguel gritavam loucamente enquanto jogavam guitar hero e eu não sabia qual dos dois era a criança. Rafael e Jenna tentavam estranhamente colocar o pé na cabeça e eu? Bom, eu estava no meio dos quatro, com cara de besta. Que tipo de família eu tinha? Ninguém era normal ali, mas eu os amava assim mesmo.

— CONSEGUI! — o grito da minha noiva quase me fez cair com o susto. Eu precisava acostumar com a ideia de que de vez em quando ela fazia isso.

— Não é possível. Que macumba fizeste? — Rafael perguntou ao ver o pé de Jenna na cabeça. — Por que você consegue e eu não?

— Porque sou foda. — falou convencida. — Olha, amor, olha o que sei fazer. — me mostrou.

— Lindo. Fico até emocionada. — fingi limpar uma lágrima. — É a cena mais linda que já presenciei.

— Sua futura esposa é uma macumbeira, mana.

— O Rafa está todo irritadinho, porque não consegue colocar o pé na cabeça. — olhei para eles e bufei, me rendendo. Sentei no chão e com facilidade levei o pé direito até a cabeça.

— O QUE? — eles gritaram e se entreolharam.

— Isso é uma afronta! — Jenna acusou.

— Não! Isso é claramente injusto. Estamos tentando há bons minutos e essa fedida consegue fácil assim! — Rafael completou indignado. Apenas ri e me arrependi, já que estava com o pé na cabeça e acabei perdendo o equilíbrio, caindo de lado.

— OUCH! — gritei.

— HAAAA, GANHEI! — Renan gritou. Levantei a cabeça para ver o que estava acontecendo e senti vergonha por ele ao vê-lo fazer uma dancinha ridícula em comemoração. Miguel não parecia se importar com a derrota.

— Você roubou, tio.

— Não roubei não.

— Roubou sim. — riu.

— Cala a boca, atrevido. Sou mais velho que você e se digo que ganhei é porque ganhei. — brincou e Miguel o olhou com deboche.

— Ok, crianças. — levantei, batendo palmas para chamar a atenção deles. — A brincadeira está boa, mas preciso arrumar o apartamento.

— Ahhhhh. — foi o coro mais engraçado que ouvi.

— Vou distribuir uma tarefa para cada.

— Cruzes, falou igual a mamãe. — Rafael falou apontando para Renan, buscando por apoio, o qual recebeu. Revirei os olhos.

— Depois que você passa a morar sozinha acaba entendendo o porquê de seus pais mandarem tanto você não bagunçar.

Um Bebê Entre Nós - Jemma version Onde histórias criam vida. Descubra agora