voltei gente, eu literalmente esqueci de atualizar a fic, só "lembrei" por conta das notificações de vocês votando e comentando hehe, continuem assim :)
Point of view Jenna
Despertei de um sono profundo e percebi que não estava no meu apartamento e sim largada no sofá da sala de Emma. O barulho vindo do outro cômodo chamou minha atenção, fazendo eu me levantar e caminhar em direção ao banheiro. A porta estava aberta e eu parei ali mesmo, observando minha namorada e meu filho tomando banho, ou melhor, o que era para estar acontecendo. Emma estava apenas de short e sutiã e Miguel de cueca. Ele estava sentado na pia e ela andava de um lado para o outro, com a cabeça cheia de espuma, fazendo uns movimentos estranhos com o corpo. Miguel gargalhava alto e eu segurei o riso. Que tipo de ritual era aquele?
— Que tipo de espírito possuiu o corpo da minha namorada? — falei e me arrependi no mesmo instante em que Emma se assustou e escorregou na bagunça do banheiro, caindo no chão e batendo a cabeça com certa força. — CARALHO! — berrei e corri até ela, que tinha as duas mãos na cabeça. — Amor, você está bem?
— Porra, Jenna, que susto!
— Se machucou? — puxei as mãos dela para olhar o tamanho do estrago.
— Não, está tudo bem. — riu. — Doendo, mas nada que eu não possa aguentar.
— Regra número um, nunca mais te assustar Myers. — falei beijando a cabeça dela.
— Foi o maior tombo da minha vida. — tentou se levantar. — Você viu, campeão?
— Pensei que ia voar, tia. Suas pernas foram para o alto. — riu e colocou a mão na boca.
— Mas, que tipo de coisa era aquela? — perguntei.
— O senhor espuma. — Miguel bateu palmas.
— Ah, não! — Emma fechou os olhos com força e ruborizou.
— Senhor quem? — perguntei completamente confusa.
— Senhor espuma, mamãe. Quando a tia me dá banho, ela se transforma.
— Então aquela coisa esquisita fazendo voz feia é apenas um ritual de banho de vocês? — neguei com a cabeça. — Que tipo de gente estou lidando?
— Tomara que eu exploda de tanta vergonha. — Emma falou e eu gargalhei.
— Só quero ver esse senhor espuma mais vezes.
— Você não quer nada.
— Quero sim e sabe o que mais quero agora? — perguntei e ela franziu o cenho. Peguei o celular no bolso e abri minha playlist, escolhendo a dedo uma música animada.
— O que vai fazer?
— Nós vamos dançar.
— O q... — tentou dizer, mas a puxei, começando uns movimentos desengonçados, arrancando risadas de Miguel. A puxei para mais perto de mim e enlacei sua cintura, afundando o nariz no seu pescoço sentindo aquele cheiro gostoso e tão conhecido por mim. Segurei sua mão direita e a girei, voltando a puxa-lá para mim e dessa vez minhas mãos passearam pela lateral do seu corpo, parando no que deduzi ser uma pequena cicatriz. Como eu nunca a notei ali antes? Franzi o cenho.
— O que é isso? — ela me olhou confusa e segurou meu braço com certa força, como quem quisesse tirá-lo dali.
— Isso o que?
— Essa cicatriz.
— Cicatriz? Não sei do que você está falando. — desviou o olhar assim que conseguiu tirar minha mão. Tirei a música e olhei para ela.
— Claro que sabe, amor. Aconteceu algo entre você e o Leonardo que não queira me contar?
— Não! Não tem nada a ver com o Leonardo.
— Então o que é?
— Ok. — respirou fundo. — Lembra que te contei que vim para São Paulo depois de ter ido embora para Curitiba?
— Sim.
— O meu irmão estava fazendo estágio da faculdade de medicina em um hospital aqui e o ouvi contar aos nossos pais como era a situação lá, principalmente na ala infantil. Duas vezes fui com ele como quem não quer nada e fiz amizade com algumas crianças doentes. — suspirou. — Quis me tornar voluntária, mas além de ser algo um pouco burocrático, eu não ia permanecer aqui em São Paulo, foi quando tudo aconteceu. — ficou calada.
— Tudo? — perguntei.
— Conheci uma garotinha com falência renal e seu estado já era grave demais. Ela tinha por volta dos seis anos de idade e estava na fila de espera e ia morrer se não conseguisse o rim. Sempre fui uma pessoa muito saudável, então resolvi doar o meu.
— Deus...
— Foi um processo muito longo, uma bateria de exames para ver se estava tudo ok e se eu era compatível. — de repente seu tom de voz mudou, ficando pesado e triste. — Ana morreu antes.
— Oh, eu sinto muito.
— Eu tinha a opção de desistir da cirurgia, mas o médico conversou comigo e disse que havia uma outra criança precisando e que eu era compatível. Me deu a chance de negar, mas eu disse sim quando ele falou que era para um recém nascido. — senti meu estômago revirar. — Mesmo com as dores e a recuperação difícil, não me arrependo de ter compartilhado um pedaço meu com uma criança.
— Quando foi isso? Quero dizer, em que ano?
— 9 de junho de 2013.
— Céus! — de repente, senti minhas pernas ficarem bambas e as vistas escurecerem. Precisei me apoiar na pia para não cair.
— Jenna, você está bem? Está pálida!
— V-você... não te disseram para quem o seu rim foi?
— Não. Foi tudo anônimo, eu escolhi assim. O receptor e a família dele também não sabem. — meus olhos se encheram de lágrimas e meu coração acelerou, se enchendo mais uma vez de amor pela mulher mais linda do mundo. Sabe toda aquela história de que a gente sente quando algo vai acontecer ou que algo é real, mesmo que haja noventa e cinco por cento de chance de ser coincidência? Toda aquela história de pressentimentos, sejam eles bons ou ruins, mas que você tem certeza de que não está errado? Era exatamente assim que me sentia agora, eu apenas sabia que não estava fantasiando algo, no meu âmago eu sabia e junto com essa convicção estava a minha gratidão e foi o que me fez puxar Emma para um abraço apertado, o qual ela não retribuiu de primeira por não entender o motivo.
— Obrigada, meu amor. — falei sem esconder a emoção na minha voz e muito menos o choro que tomou posse de mim. — Obrigada! Você salvou a vida do Miguel.
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Um Bebê Entre Nós - Jemma version
FanfictionO que você faria se de repente o passado batesse a sua porta? E o que você faria se esse passado viesse com uma criança? Jenna e Emma se conheceram de uma maneira inusitada, o destino tratou de separa-las, mas a vida é uma caixinha de surpresas e m...