Ele não é meu filho.

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No apartamento...

... e de repente tudo virou um borrão. Comecei a errar os acordes e a voz ficou presa em minha garganta. Não sei dizer ao certo quando e nem como tudo aconteceu. As mãos de Emma foram de encontro aos meus cabelos e sua respiração quente estava perto, talvez perto demais.

Eu sabia exatamente o que estava prestes a acontecer e eu queria. Queria muito. Mas não podia! Não estando comprometida. Não era justo comigo, não era justo com Mia e principalmente, não era justo com Emma.

— Não! — falei, tentando afastá-la. — Não posso.

— Mas você quer, você quer tanto quanto eu. — cochichou. Suas mãos passearam livremente pelo meu rosto me trazendo para mais perto, seus lábios tocaram os meus levemente. — Eu sei que você quer.

— Por favor... — gemi. — Eu não posso! — a afastei. — Não é justo. Eu sou casada.

— Mas você me ama. Nós duas sabemos disso.

— Mas é meu casamento em jogo. Eu não posso fazer isso, não me sentiria bem.

— Então termina com ela. Termina tudo e fica comigo.

— O que?

— É, termina e fica comigo, vamos ser felizes juntas. Eu, você e o Miguel, viver a nossa vida, recuperar o tempo perdido.

— É loucura!

— Loucura é você me amar e continuar com ela. — falava rápido.

— Não é assim que as coisas funcionam. Eu preciso de um tempo. Não é só o meu casamento em jogo, tem o Miguel no meio de tudo isso. Ele vai ficar confuso.

— Miguel é uma criança inteligente. Ele vai entender. Não estou pedindo para afastá-lo da Mia, eles são mãe e filho, a diferença é que agora ele terá mais alguém para chamar de mamãe, porque eu prometo abraçá-lo como filho. — engoli em seco e neguei várias vezes com a cabeça.

— Eu vou pensar, ok? Só me dá um tempo, me deixa esfriar a cabeça. Tem muita coisa rolando.

— Eu vou esperar por você.

[...]

— Sou toda ouvidos. — Mia falou, cruzando os braços. Coloquei Miguel no sofá em frente ao dela e me aproximei, sentando no tapete.

— Estava com a Emma.

— Você o que? — riu sem humor. — Sabia!

— Deixa eu explicar. — respirei fundo. — Estava no parque com o Mimi e ele a encontrou, saiu correndo para abraçá-la e quando fui buscá-lo, ele se recusou ir ao shopping se ela não fosse. Não soube o que fazer. Não ia dizer não para o menino e muito menos sair arrastando ele, porque sabemos que Miguel não merece.

— Isso é mimar o garoto, Jenna. Eu já disse um milhão de vezes que não pode fazer todas as vontades dessa criança, elas crescem e fazem o que querem.

— Falando assim até parece que o Miguel não tem controle. — falei irritada. — Ele não fez nada de errado, apenas se recusou a ir sem a Emma, disse que ficaria com ela.

— E aí foi o máximo para você! Foi o empurrãozinho que faltava para você passar a tarde e a noite com a sua ex e seu filho, como uma verdadeira família.

— O que você está falando?

— O que estou falando, Jenna?

— É, Mia.

Um Bebê Entre Nós - Jemma version Onde histórias criam vida. Descubra agora