Unidas pelo destino.

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Point of view Emma

2 anos depois...

24/12/2020 - Véspera de Natal

Minhas mãos tremiam muito. Estava sentada sobre a tampa da privada há meia hora segurando nas mãos algo que mudaria minha vida e complementaria minha família e meu casamento. Não sabia se devia sair do banheiro ou simplesmente ficar lá até meu corpo grudar onde estava sentada. Quando tudo aconteceu e tomamos a decisão, parecia certo demais e eu imaginei que quando esse dia chegasse eu seria a mulher mais feliz do mundo, mas agora estava assustada, pois os próximos nove meses carregaria dentro de mim um pedaço meu e da minha esposa, sentiria enjoos, dores e não sabia se estava realmente preparada.

— Gatinha? Está tudo bem aí? — me assustei com Jenna batendo na porta do banheiro.

— Sim. — pigarreei. — Estou saindo, amor. — escondi o teste de gravidez no bolso na calça e dei descarga, indo até a pia para lavar as mãos. Destranquei a porta e olhei para ela, sorrindo sem mostrar os dentes. Ela franziu o cenho.

— Por que demorou tanto? Você está bem? Está pálida!

— Uh, sim... acho que comi algo que não caiu bem. — fiz careta e coloquei a mão sobre a barriga. — Sabe como é. Onde está o Miguel? — mudei de assunto.

— No quarto. Desde que colocamos o piano lá mal o vemos. — riu.

— Acho que ele esqueceu o violão. — falei triste.

— Ele só prefere o piano, amor. — me abraçou. — Seus pais ligaram.

— Eles estão vindo?

— Sim. Seus irmãos e a minha mãe também. — riu. — Parecem animados para o natal.

— Nem posso imaginar a quantidade de presentes que vão trazer para o Miguel com toda essa animação.

— Só sabem mimar nosso filho.

— Estão estragando ele. — não era mentira. Miguel era o xodó dos meus pais, irmãos e da mãe de Jenna. Sempre que podiam enchiam ele de presentes e passeios inusitados, faziam tudo que ele queria, mas não chegávamos a reclamar, pois nosso menino, desde muito novinho, sempre fora uma criança muito boazinha e nunca chegou ao ponto de ser chato ou mal educado com alguém. Na verdade, ele era o nosso maior e melhor presente.

— Por falar nisso, preciso ir ao mercado comprar algumas coisas para a ceia. — fez uma careta. Eu sabia o quanto minha mulher odiava ir ao mercado. Sorri.

— Quer que eu vá?

— Não. — negou com a cabeça. — Estou te achando um pouco pálida, é melhor ficar e descansar. Eu faço isso.

— Tudo bem.

Assim que Jenna saiu, fui até o nosso quarto e peguei uma pequena caixa branca e fui até o quarto de Miguel. A porta estava fechada, mas sorri orgulhosa ao ouvir o som do piano e para a minha felicidade ele tocava "Marcha Turca" do incrível Mozart.

— Toc, toc. — brinquei ao abrir a porta. Ele parou e me olhou com um largo sorriso.

— Oi, mamãe.

— Posso entrar?

— Claro. — afastou o banquinho do piano para trás e se virou para mim. Entrei no quarto, fechando a porta atrás de mim. — Onde está a mãe Jenna?

— Foi comprar algumas coisas para a ceia.

— Acho que passei tempo demais aqui. — esfregou os olhos.

— Você está praticando muito. — baguncei seu cabelo, que agora estava mais curto. Ele não havia mudado muito, apenas crescido.

— Meus avós e tios estarão aqui hoje?

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⏰ Última atualização: Nov 20, 2023 ⏰

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