Ligação.

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Acordei no dia seguinte alguns minutos antes do meu despertador tocar com Miguel agarrado ao meu pescoço e a perna entrelaçada na minha. Sorri e acariciei seus cabelos que cheiravam a shampoo de chocolate. Por outro lado, Jenna dormia profundamente, virada para o lado oposto. Era bom acordar e vê-los ali, tão próximos a mim.

— Campeão, vamos acordar? — chamei baixinho e ele resmungou.

— Me deixa dormir.

— Olha só quem está cheio de preguicinha. — ri e beijei sua cabeça. — Vou deixá-lo dormir e ir sozinha para a escola de música.

— Você disse escola? — ele deu um pulo, se sentando rapidamente na cama. — Já estou acordado, tia.

— Shhhhh. Fala baixinho, vai acordar sua mãe. — pedi. — Você quer ir?

— Quero.

— Então vamos tomar um banho.

— Só tem um problema.

— Qual?

— Eu não trouxe roupas. — fiz careta.

— É verdade. — falei. — Podemos fazer o seguinte... — o peguei no colo e comecei a andar em direção ao banheiro. — Você veste a mesma roupa e na volta a tia te dá um presentinho, o que acha?

— Acho legal. — o sentei na pia e tentei tirar sua camisa.

— Não! — ele me impediu.

— O que? Por que?

— Estou com vergonha. — ruborizou.

— Ouch! De mim? Não precisa, meu amor.

— Tudo bem. — falou, tirando a blusa, me fazendo perceber uma pequena cicatriz ali.

— O que é isso?

— A mamãe disse que quando eu era bebê, precisei fazer uma cirurgia para trocar meu rim e que fui muito corajoso, porque os médicos me cortaram e eu não morri. Mas eu não sei muito bem o que é, só sei que preciso tomar remédios.

— Interessante! — franzi o cenho e falei sem sentir, mas ele não pareceu ouvir, já que cortou o assunto.

— Tia, posso perguntar uma coisa?

— Claro.

— Por que você não casa com a mamãe? — engasguei com a própria saliva. — Eita! Levanta os braços, tia. — puxou meu braço para cima e deu alguns tapas nas minhas costas.

— De onde você tirou essa ideia? — perguntei ao me recuperar.

— Sei lá. — deu de ombros. — Parece que você gosta dela.

— É mesmo? Como sabe disso?

— Eu não sou bobo. Eu vi a foto de vocês duas lá na sala e... — ele se aproximou como quem fosse contar um segredo. — Tem uma foto sua lá em casa. Você está diferente, mas sei que é você. — abri a boca para dizer algo, mas ele continuou. — Além do mais, já disse um milhão de vezes que você se parece muito com mamãe.

— Olha, Miguel, não sei o que faço com você. Você é impossível! — brinquei.

— Hein, tia! Casa com a mamãe?

— Não seria uma má ideia. Mas não depende só de mim.

— Depende dela também, não é?

— Exatamente. — ele ficou em silêncio.

— Já sei. — pediu para eu me abaixar para que pudesse me contar um segredo.

Point of view Jenna

Um Bebê Entre Nós - Jemma version Onde histórias criam vida. Descubra agora