Constelação de órion.

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Point of view Jenna

Emma dormia engraçado!

Eu apenas observava. Ela estava virada de bruços, seu cabelo completamente bagunçado, um travesseiro entre as pernas e a mão debaixo de outro travesseiro. A boca estava levemente aberta e ela parecia sonhar, pois sua expressão estava tranquila. Sorri e neguei com a cabeça, chegando mais perto. Já era tarde e eu queria ela acordada para aproveitar o dia comigo. Dei um leve beijo nas costas nuas dela, que resmungou algo, mas não se mexeu.

— Ei, preguicinha, que tal acordar? O dia está lindo. — passei dois dedos em suas costas, subindo e descendo.

— Hmmm, me deixa dormir. — falou abafado, com a cara afundada no travesseiro.

— Você já dormiu o suficiente. Quero aproveitar o dia. Vamos, levanta essa bunda branca daí. — dei um tapa forte.

— Que saco, Jenna! Não! — resmungou e eu bufei. Levantei da cama e procurei pelo meu celular. Era o único jeito de acorda-la. Abri a câmera, ativei o flash e me posicionei de joelhos na frente dela, batendo uma foto. Ela gritou. — QUAL É, JENNA, INFERNO! — e jogou o travesseiro em mim, me fazendo desequilibrar e cair no chão, dando gargalhadas.

— Ah, acordou!

— Apaga isso.

— Não apago não.

— Apaga ou te mato.

— Está vendo minha mão? — estiquei a mão para ela que franziu o cenho.

— O que tem ela?

— Está tremendo de medo.

— Vai se foder. — revirou os olhos. Minha noiva não era nada amorosa pela manhã, principalmente se fosse acordada por alguém.

— Vamos.

— Cala a boca, e apaga a foto.

— Não. Você ficou bonitinha. — olhei a foto e ri. — Qual é amor? Você não queria acordar.

— Talvez é porque estou cansada. — falou com obviedade na voz. — E que carência é essa?

— É saudade da minha princesa. Vontade de ficar ouvindo sua voz, olhando para esse rostinho bonito, beijando essa boquinha bem desenhada.

— Para. — sorriu. — Não é justo você conseguir me fazer sorrir quando estou brava com você e muito menos me fazer não ficar brava. — falou, caminhando para o banheiro.

— Consegui o que eu queria.

- - -

Mais tarde, minha mãe saiu com Miguel, foram ao shopping, deixando Emma e eu a sós. Myers insistiu que devia ir para o seu apartamento dar atenção aos pais e aos irmãos, mas logo desistiu quando falei que eles também foram ao shopping.

Estava amarrando o quinto biquíni que havia experimentado, um vermelho, todos os outros haviam ficado pequenos e eu não sabia se ficava feliz ou triste por isso. Me olhei no espelho e sorri. Emma saiu do banheiro vestindo um short jeans frouxo e rasgado e a parte de cima de um biquíni preto, meu coração errou uma batida.
Que mulher, meus amigos, que mulher!

— Por que tirou o azul, Jenna?

— Porque ficou pequeno também. — fiz careta. — Preciso comprar biquínis novos.

— Gostei do vermelho.

— Amor, você falou isso de todos os outros que coloquei.

— Mas é que você é linda de qualquer jeito. Até sem nada. — riu. — Principalmente sem nada.

— Myers! — repreendi. — Você está muito assanhada.

— O que acha? — ignorou meu comentário. Girou e quase caiu.

— Você fica linda de preto, só não cai. — a abracei. — Vamos para a piscina? — chamei animada.

— Continuo achando que não é uma boa ideia, porque está frio. Mas se é o que você quer.

Caminhamos abraçadas até a sacada do meu apartamento, Emma abriu a boca ao olhar para o lugar. Eu a entendia, era realmente de tirar o fôlego. — Desculpa, sociedade, esqueci completamente que Jenna Ortega é rica.

— Cala a boca, Myers. — neguei com a cabeça. — Você gostou?

— Mas é claro. E não entendo o porquê de não me trazer aqui antes.

— Você nunca se interessou pela sacada do meu apartamento. Mas agora trouxe. — caminhei em direção à piscina, me jogando nela. — Você vem? — arqueei a sobrancelha. Ela caminhou delicadamente e se sentou na beira da piscina, colocando os pés na água, com a maior calma do mundo. Revirei os olhos. — Meu Deus, como é fresca!

— A água está fria, dispenso.

— Deixa de ser fresca.

— Eu não sou fresca. — me olhou indignada. — Você que é um pinguim.

— Pinguim?

— É, gosta do frio. — tremeu. — Está quinze graus e você dentro d'água, vai ficar doente.

— Não sou fraca igual uns e outros por aí. — joguei uma indireta. — Muito menos fresca.

— Eu posso ficar aqui quietinha e fazer algo por você.

— O que? — perguntei com malícia.

— Depois a assanhada sou eu. Não é nada disso que está pensando. — levantou e caminhou até o canto esquerdo e voltou com meu violão em mãos.

— O que vai fazer?

— Vou jogar o violão aí dentro. Vou tocar, Jenna, o que mais ia fazer com isso?

— Que delicada! — nadei até a borda, me escorando perto dela.

...

Terminou de tocar minha música favorita de olhinhos fechados e com uma careta, provavelmente com vergonha. Sorri e me aconcheguei entre suas pernas, ela abriu os olhos e estremeceu com meu corpo gelado e molhado entrando em contato com seu corpo quente. Levei as mãos para o rosto dela e fiz carinho, observando cada detalhe. Eu amava os detalhes e tinha cada vez mais certeza que os de Emma eram os meus preferidos. Eu amava aquela mulher!

— I'm studying your freckles like the constellations and I'm looking for signs.
(Estou estudando suas sardas como as constelações e estou procurando sinais).

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Um Bebê Entre Nós - Jemma version Onde histórias criam vida. Descubra agora