De volta à realidade.

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Point of view Emma

Abri os olhos com certa dificuldade, desejando voltar a dormir. Minha cabeça estava pesada, meu corpo exausto, mas eu estava feliz. Passei a mão ao meu lado e me surpreendi quando não encontrei areia. Como havia ido para casa? Não lembrava de ter saído da praia. Jenna também não estava do meu lado e quase me assustei, mas o alívio caiu sobre mim quando senti o cheiro de café fresco e escutei um barulho vindo de fora da casa. Sentei na cama e me espreguicei, o quarto estava meio escuro devido às cortinas, mas podia escutar o barulho das ondas a pouca distância. Levantei e meu corpo se arrepiou quando meu pé quente tocou o piso frio. Alcancei o robe em cima da poltrona e coloquei, saindo do quarto e caminhando em direção à varanda, pois sabia que a encontraria ali.

Jenna estava encostada perto da entrada, olhando o nascer do sol e mesmo de costas para mim sabia que segurava uma xícara de café nas mãos. Me aproximei e a abracei por trás. Ela se assustou e derramou um pouco do líquido na varanda e o restante na areia.

— Jesus Cristo, quase me matou! — se virou para mim.

— Bom dia para ti também.

— Me assustou, amor. — depositou a xícara no chão e me abraçou, afundando o rosto no meu pescoço. — Bom dia! A Bela Adormecida finalmente resolveu acordar?

— Poxa, está tão cedo! — falei com certa manha. — Você caiu da cama?

— Só queria ver o nascer do sol nesse lugar lindo. — respondeu sem levantar o rosto. — Você está cheirosa!

— Como viemos parar aqui? Lembro de ter dormido na areia.

— Estava frio, a gente acordou durante a madrugada e entramos. — suspirou. — Imaginei que não se lembraria. Estava praticamente dormindo.

— Nossa! Se o mundo acabasse eu não teria "acordado". — fiz aspas com os dedos.

— Você não acorda nem com aquele desespero que você chama de despertador. — me roubou um selinho.

— O que posso fazer se meu sono é pesado?

— Deixar eu te acordar com um balde de água gelada. — riu.

— Até parece. — fechei um pouco os olhos quando os primeiros raios de sol os incomodaram. — Ver o sol nascer daqui faz parecer que ele está muito próximo.

— Eu poderia morar nesse lugar.

— Sério?

— Sim. Imagina só, você, eu e o Miguel vivendo aqui. Sem ninguém para nos incomodar, ele correndo na praia logo pela manhã pegando conchinhas, café fresquinho todos os dias e o melhor de tudo. — voltou a me olhar. — Você acordar olhando para o lindo amor da sua vida, vulgo eu.

— Ah, claro, lindíssima. — ironizei e ela fez bico. — Mas é linda mesmo. Um mulherão desses, eu sou bem sortuda mesmo.

— Meu espelho me diz isso todas as manhãs.

— Nunca ouvi tantas verdades.

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Passamos o resto da manhã juntas. Tomamos café, um banho e fomos caminhar um pouco, mas estava na hora de voltarmos para casa e apesar da saudade que ambas sentiam do Miguel, não queríamos, pois tivemos os melhores dois dias das nossas vidas.
Jenna dirigia cuidadosamente e eu apenas escolhia uma música, mas nenhuma estava me agradando, então desisti.

Depois de longas e cansativas horas, finalmente Jenna estacionou em frente ao meu prédio. Descemos do carro e fomos direto para o meu apartamento e assim que destranquei a porta, o vulto de um loirinho lindo quase nos jogou no chão.

— MAMÃE! TIA EMMA! — mas Miguel não foi o que mais me chamou atenção ali e sim Nick fantasiado e com cara de tacho, segurando vários brinquedos sentado no tapete.

— Eu vou matar vocês duas!

— Ouch! Que humor horrível, best. — provoquei.

— Vocês prometeram voltar hoje pela manhã. Miguel é a criança mais arteira que conheço, não quero mais ter filhos com meu futuro amor.

— Olha o drama! Meu filho é bem bonzinho.

— Bonzinho porque não é você que ele obrigou a se fantasiar com esse troço horrível que ele chama de formigão.

— Qual é, Nick. Está uma graça. — ri. — E outra, foram só dois dias. O que são dois dias?

— Para vocês não é nada. Aposto que tiveram os melhores dois dias.

— Pode apostar. — Jenna disse, piscando de maneira maliciosa para Nick, que abriu a boca indignado.

— Só vou perdoar se me contar com detalhes, senhorita Ortega.

— NEGATIVO. — gritei, entrando na cozinha.

— Positivo. Vamos, começa a me contar, quero saber de tudo.

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Um Bebê Entre Nós - Jemma version Onde histórias criam vida. Descubra agora