The Shadow of Time | Drarry

[15] Hagrid e o Cofre

Por um longo tempo, Harry ficou sentado em silêncio em sua cama, contemplando o que ele achava que poderia ter acontecido antes de Seamus abrir a porta. Sua mente se concentrou principalmente no olhar de Draco e no modo como seu corpo se inclinou na direção dele, praticamente se aproximando. As mensagens que ambos transmitiam eram conflitantes, e Harry não sabia como se sentir a respeito disso.

'Desequilibrado' foi a palavra que lhe veio à mente. Harry ficou subitamente ansioso ao pensar na próxima vez que veria Draco.

Cautelosamente, ele deslizou para fora da cama e se deu um momento para simplesmente ficar de pé no meio do quarto. Respirando fundo, ele se preparou e se preparou para encarar o resto da torre da Grifinória. Ele não tinha dúvidas de que Seamus estaria cheio de fofocas sobre a posição em que os havia encontrado. Embora o pensamento tenha feito Harry parar - ele não os havia encontrado tecnicamente em nenhuma posição. Eles estavam apenas sentados juntos. Teria sido em sua cabeça - a ideia de que Draco estava se inclinando para a frente? Ele estava lendo demais sobre isso?

Ele sacudiu os pensamentos para longe – a ideia de sentar e realmente considerar o que tinha, ou não tinha acontecido, o fez se sentir um pouco enjoado. Ele correu para remover seu equipamento de Quadribol antes de voltar para baixo – serviria como uma boa cobertura para o que ele estava fazendo entre a aparição de Draco e a sua.

Embora Fred e George tenham lhe dado um sorriso cúmplice, eles foram os únicos que o fizeram. Até Dean, que estava sentado dividindo os feijões de Seamus, não pareceu mais interessado do que o normal com sua reaparição. Os olhos de Seamus encontraram os dele por um breve momento, antes que ele desviasse o olhar novamente, suas bochechas sardentas corando de vergonha. Huh - talvez Seamus não tivesse dito nada a ninguém, afinal.

Ron o viu e acenou para que ele se aproximasse com um aceno frenético do braço. Ele, Hermione e Ginny estavam dividindo um prato de doces em frente à lareira.

— Oh Harry — Hermione disse, sua expressão feliz caindo conforme ele se aproximava, — seu rosto! — ele não precisava de um espelho para adivinhar que o hematoma que lhe fora prometido estava começando a se revelar. Ele deu de ombros, sentando-se ao lado de Ron, e Ginny zombou alto.

— Não ligue para o rosto dele! — ela se inclinou dramaticamente mais perto, sua voz baixa e ansiosa, — conte-nos sobre Malfoy! — ele congelou imediatamente, sua boca aberta e balançando levemente enquanto ele lutava para encontrar algo para dizer em vista das sobrancelhas sugestivas dela. — Nós o vimos sair do dormitório - o que vocês estavam fazendo?

— Eu, uh - uh, eu, umm — ele gaguejou, — eu mostrei a ele o mapa do Maroto — ele conseguiu murmurar finalmente. Ele ficou surpreso quando foi Ron quem cutucou Ginny bruscamente e balançou a cabeça com a testa franzida.

— Deixe-o em paz — ele disse sério, e enquanto ela parecia incomodada, Hermione parecia vagamente orgulhosa.

— Ele estava muito bravo com Crabbe — foi o que ela escolheu dizer, — eu e Ginny tivemos que basicamente segurá-lo! — Harry murmurou. — Ele teria amaldiçoado Crabbe até o esquecimento, tenho certeza, se não tivéssemos tirado a varinha dele — ela disse séria.

— Foi uma boa prática para a Armada — Ginny acrescentou presunçosamente.

— Sim — Harry disse secamente, depois de limpar a garganta para tentar melhorar a qualidade levemente rouca de sua voz. — Isso definitivamente destacou um ponto de aprendizado — Hermione parecia intrigada. — Só porque seu oponente não tem uma varinha, não significa que ele não tenha punhos - atordoar será o próximo item da agenda, eu acho — Ginny soltou uma gargalhada.

Harry não conseguiu se juntar às festividades pelo resto da noite, apesar do melhor esforço de seus amigos para atraí-lo para a diversão e os jogos. Sua mente ainda estava fixada no momento com Draco mais cedo. Ele estava dividido em dois, dissecando cada momento e cada detalhe, do tom da voz de Draco, seu braço puxando Harry com força e o olhar em seus olhos. Era isso que Harry continuava lembrando - era o estranho em sua mente. Tudo praticamente gritava que Draco queria estar mais perto, tudo exceto seus olhos, e o que eram os olhos se não as janelas para a alma? Era isso que todos os poetas pareciam dizer, pelo menos.