[16] Visco

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O resto do período pareceu voar - Harry estava tão distraído com a perspectiva da taça da Lufa-Lufa estar ao alcance deles, que ele mal tinha o poder cerebral necessário para prestar atenção em qualquer outra coisa. Draco parecia o mesmo, e Harry o pegou olhando contemplativamente para longe mais de uma vez. Harry imaginou que Draco estava pensando na mesma coisa que ele, embora não necessariamente pelo mesmo motivo: como eles iriam conseguir o anel? E o que isso significaria para Harry quando conseguissem? Parte de Harry estava tentada a deixar isso para Dumbledore, e ele disse isso a Draco.

— Não — Draco retrucou, suas mãos cerradas em punhos na superfície da mesa de jantar na Sala Precisa, embora estivesse parecendo cada vez menos com a que Harry possuía; o amassado onde Albus havia rachado sua cabeça uma vez havia desaparecido em nada. — Não - você honestamente confia naquele homem? — ele disse asperamente, arrancando sua varinha do bolso e apontando-a na direção do estúdio atrás deles, parando o disco girando no gramofone; a música estava especialmente granulada hoje, e em um ponto não tinha sido nada além de ruído branco. Draco congelou quando eles entraram na sala pela primeira vez ao som dela, uma respiração trêmula escapando dele. Harry entendeu como ele se sentia; era uma percepção terrível que eles estavam agora começando a realmente perder os últimos resquícios da vida que tinham antes. Hector havia regenerado a orelha que ele tinha perdido, e ele havia mudado de verde para uma cor amarela doentia. Harry tinha certeza de que um dia ele desapareceria completamente da sala.

— Não — Harry admitiu relutantemente, distraído da carta que estava tentando escrever, — eu não - mas que outra escolha temos?

— Quando eu for a Gringotts, irei ao boticário e pegarei os últimos ingredientes para a poção para quebrar o traço — Draco disse determinado, embora Harry tenha notado que ele parecia um pouco desesperado.

— Só por uma hora - e depois o que vamos fazer com isso? — Harry disse pacientemente.

Draco engoliu em seco.

— Eu posso ter perguntado ao Dung se ele poderia conseguir varinhas não registradas para nós — Draco disse relutantemente, e as sobrancelhas de Harry desapareceram brevemente na linha do cabelo, e ele teve que largar a pena em sua mão.

— Você fez o quê?

— Ele ainda não me respondeu — Draco disse extremamente rápido, — mas no Três Vassouras, ele parecia confiante de que conseguiria, mas que levaria um tempo para encontrar uma que fosse compatível conosco. Elas não precisam ter lealdade, afinal.

Harry suspirou cautelosamente, pegando a pena de volta e voltando para a carta.

— Então não confiaremos em Dumbledore, mas estamos confiando em Dung para não deixar escapar que você pediu para ele fazer algo muito ilegal. Por que estamos confiando nele mesmo?

— Porque eu prometi a ele muito ouro — Draco admitiu severamente, — e ele sabe que eu sou bom nisso. Especialmente com o cofre Lestrange.

— Tem certeza de que não podemos simplesmente confiar em outra pessoa para nos ajudar?

Draco balançou a cabeça vigorosamente.

— Absolutamente não - lembra o que eu disse? Experimentos no Departamento de Mistérios e depois em Azkaban. Não se esqueça de onde eu trabalhei, Harry - isso não é apenas um palpite, é por experiência própria — as entranhas de Harry se contorceram com a implicação, sua própria experiência com o Departamento de Mistérios apoiando a afirmação de Draco; por um breve momento, ele pensou no garoto trouxa assustado que ele havia encontrado trancado em uma cela em um bunker subterrâneo - não, isso nem tinha acontecido aqui, não havia sentido em pensar sobre isso. — E de qualquer forma, eu especialmente não confiaria em Dumbledore — ele acrescentou com um escárnio.

The Shadow of Time | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora