[23] O Dragão de Prata

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— Aposto que vocês dois se arrependem de terem abandonado a Adivinhação — disse Lavender presunçosamente.

Harry piscou para ela do outro lado da mesa da Grifinória, sua mão parando de mexer distraidamente sua sopa.

— Desculpe, o quê?

Lavender zombou dele:

— Você e Hermione - vocês devem se arrepender de terem abandonado a aula de Adivinhação agora que estamos sendo ensinados por um centauro.

— Oh — Harry disse estupidamente. — Acho que sim, sim.

Hermione foi menos diplomática:

— Na verdade não, nunca fui muito fã de cavalos.

— Ele é um centauro, não um cavalo — disse Lavender, revirando os olhos.

— Eles ainda têm quatro pernas — Hermione deu de ombros, claramente desinteressada.

— Se eu sei alguma coisa sobre centauros, tenho certeza de que eles dariam uma surra em você por chamá-los de cavalos — Draco disse suavemente.

— Um deles claramente tentou isso com Firenze — Ron brincou, — você viu o peito dele?

Hermione torceu o nariz.

— Sim, não parecia agradável.

Lavender suspirou melancolicamente:

— Eu me pergunto o que aconteceu com ele - você acha que o rebanho o expulsou?

Enquanto isso, Harry continuou mexendo a sopa sem pensar.

— Você está bem?

Harry estremeceu um pouco ao ouvir a voz de Draco em seu ouvido, mas assentiu mesmo assim.

— Sim, só cansado.

Draco não pareceu acreditar nele, mas não fez nenhum comentário, preferindo empurrar um copo de água na direção de Harry.

Não era tecnicamente uma mentira - ele não dormia bem desde que sonhou com Voldemort parado na frente de um enorme dragão morto. Sua mente simplesmente não ficava quieta, constantemente correndo em círculos entre seus ouvidos até que a exaustão finalmente o reivindicou. Ele tentou meditar antes de dormir, e embora isso tivesse reforçado seus escudos de oclumência, pouco fez para ajudá-lo a adormecer.

Ele continuou voltando ao anel.

Enquanto ele silenciosamente ignorava sua existência antes, agora era tudo o que ele conseguia pensar. Ele imaginou que era assim que Voldemort se sentia sobre a profecia escondida no Departamento de Mistérios - obcecado. Ele estava cada vez mais desesperado para atrair Snape para sua confiança, mas ele não era tolo o suficiente para acreditar que Draco poderia ser persuadido. Ele estava começando a se sentir entorpecido por essa impotência generalizada.

— Eu me pergunto do que se trata então — Draco murmurou em seu ouvido.

— Hmm, o quê? — ele disse estupidamente, olhando ao redor para descobrir que eles estavam agora sozinhos na mesa de jantar juntos. Harry não sabia dizer quando os outros saíram.

Draco franziu a testa para ele, uma mão suave tocando a parte inferior de suas costas.

— Tem certeza de que está bem? Você está quieto desde sexta-feira — Draco hesitou. — Eu não sabia que você gostava tanto de Trelawney...

Harry cerrou os dentes, frustrado por Draco estar sendo tão intencionalmente ignorante sobre o que o estava incomodando, e então culpado por estar bravo com Draco por não ser capaz de ler sua mente.

The Shadow of Time | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora