[18] Visco: Não é necessário

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Harry não pôde deixar de notar o quão apegado Draco parecia estar a ele no dia seguinte. Era uma escalada sutil de sua dinâmica usual, e Harry duvidava que alguém além dele tivesse notado. Por exemplo, embora não fosse incomum para eles se sentarem juntos em Hogwarts, era menos comum para Draco pendurar seu braço nas costas de qualquer cadeira que Harry ocupasse. Também não era normal para Draco tocá-lo tanto assim. Uma palma contra sua parte inferior das costas. Dedos arrastando-se contra sua nuca. Uma coxa externa pressionada rente à sua. Todos eram toques breves e fugazes - do tipo que ele poderia ter culpado sua imaginação. Para começar, ele se perguntou se Draco estava ciente do que estava fazendo.

Mas quando ele desviou o olhar casualmente, uma tensão nos ombros, depois de pressionar uma mão no joelho de Harry e puxá-la de volta antes que Harry pudesse comentar, ele percebeu o que estava realmente acontecendo. Draco sabia exatamente o que estava fazendo, e estava tentando esconder isso de Harry.

O conhecimento fez o calor no peito de Harry diminuir um pouco. Sempre havia algo segurando Draco. Eles precisavam falar sobre isso, e Harry não sabia quando, mas tinha que acontecer logo. Draco não era obrigado a sentir o mesmo que Harry, mas ele ainda lhe devia uma explicação. Ele devia a verdade a Harry.

Eles falariam antes do fim das férias, Harry decidiu, quando os dedos de Draco roçaram as costas de sua mão mais uma vez. Estranhamente - ele não estava preocupado com o resultado. Ele sentia que nos últimos seis meses eles tinham estado unidos interminavelmente. Ele não estava preocupado com uma paixão os separando.

Na véspera de Natal, Grimmauld Place estava tão movimentado quanto no dia anterior à volta deles para Hogwarts. Além dos moradores permanentes da casa, Harry, Draco, Hermione e os Weasley, a casa também hospedava o que parecia ser cada membro da Ordem da Fênix. Embora muitos só passassem para desejar a eles um Feliz Natal e para verificar o bem-estar de Molly (Harry notou que mais de uma pessoa a parabenizou por um trabalho bem-feito), quando todos estavam sentados na sala de estar relaxando, alguns escolheram ficar para a noite. Monstro parecia positivamente horrorizado e se trancou em seu "quarto" e fora do caminho de todos (embora apenas depois de cumprimentar Draco com excitação maníaca).

A casa parecia florescer sob a atenção, e Harry podia jurar que a sala de estar havia se expandido para acomodar seus convidados extras - certamente havia mais poltronas do que antes. Sentado ao lado de Draco no banco do piano, ele expressou suas suspeitas. Os dedos de Draco pararam abruptamente no piano, e ele olhou para ele por um momento como se tivesse crescido uma segunda cabeça.

— Por quanto tempo você morou nesta casa? Você nunca percebeu que ela cresceu para acomodar hóspedes extras, ou quando sua família ficou maior? — ele disse incrédulo.

— Não — Harry disse estupidamente, — era sempre desse tamanho - e nós não fazíamos festas de verdade. Elas sempre eram na Toca — ele inclinou a cabeça para o Weasley mais próximo.

Draco revirou os olhos e retomou a música que estava tocando. Ele se ofereceu para ensinar Harry, mas por enquanto ele preferia muito mais ouvir.

— Eu vi fotos da casa dos Weasley — Draco disse asperamente, — desorganizada com acréscimos aqui e ali, mas de alguma forma sempre de pé, e com espaço suficiente para abrigar todos eles. Você nunca se perguntou como isso aconteceu?

— Não — disse Harry, sentindo-se um pouco estúpido agora.

Draco apenas balançou a cabeça.

— É uma coisa que propriedades bruxas fazem - especialmente as mais velhas, ou aquelas com grandes famílias mágicas. A Mansão tinha alas inteiras que brotavam sozinhas no meio de festas particularmente grandes. Às vezes, elas desapareciam depois da festa, mas às vezes ficavam por ali.

The Shadow of Time | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora