[22] Até os dragões têm seus finais

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Havia uma raiva baixa e fervente em seu ventre. O tipo que fazia seus Comensais da Morte evitarem seus olhos mais do que o normal e os levava a choramingar e se prostrar diante dele. Como se isso os poupasse de sua fúria. Ele não tinha tempo para isso. Eles eram inúteis, e era apenas por sua boa vontade que algum deles ainda estava respirando.

Ele olhou para o cadáver do enorme dragão albino que os havia cumprimentado em sua chegada. Rabicho estava levantando sua enorme garra com a ponta do dedo do pé e observando-a cair de volta ao chão com um estalo. Ele zombou. Patético.

Na porta do cofre de Bellatrix, o goblin sob a maldição Imperius de Dolohov tinha sua mão pressionada contra a pedra, uma expressão sonhadora em seu rosto. Ele podia ouvir barulhos e pancadas vindos de dentro do cofre aberto, e de vez em quando uma taça dourada era jogada pela entrada do cofre. Nenhuma delas era a taça certa, no entanto, e ele podia sentir sua raiva aumentando.

— Espero — disse ele, com a voz alta e fria, — pelo bem do seu filho, Lucius, meu velho amigo, que nossa querida Bellatrix encontre o que está procurando.

Lucius, que estava com as costas retas contra a parede de pedra, estremeceu.

— Sim, meu Senhor — ele murmurou, abaixando a cabeça em deferência. Sua esposa estava sendo um pouco mais útil, pelo menos, procurando freneticamente no tesouro e ouro dos Lestrange. Lucius e sua esposa tiveram sorte que ele já havia se comprometido a poupá-los por sua falha em impedir que seu filho adquirisse o cofre dos Lestrange - ele já tinha sua libra de carne para o diário, afinal. E eles eram úteis - os Malfoy. Úteis para sua influência política e o ouro em seus próprios cofres. Eles tiveram sorte que esse passo em falso veio à tona agora, e não quando ele não tinha mais utilidade para eles.

Mas o filho deles... não, ele não teria tanta sorte se a taça sumisse.

De repente, o som de pancadas e tinidos de ouro e metal sendo movidos silenciou. Ele ouviu o murmúrio silencioso e apavorado das vozes das irmãs Black. A fúria lambeu suas entranhas. Ele graciosamente lhes deu cinco segundos.

— Bellatrix — ele chamou. — Narcissa - venha, me diga o que você encontrou — houve um momento de silêncio, antes que ambas as mulheres emergissem do cofre. Narcissa estava pálida, e Bellatrix estava roxa.

Narcissa falou primeiro.

Não conseguimos encontrar nenhuma taça de ouro com o brasão da Lufa-Lufa, meu Senhor — ele ficou levemente impressionado com o quão calma era sua voz, mas ainda podia ouvir um toque de medo nela.

— Não está onde eu o deixei, meu Senhor — Bellatrix disse extremamente rápido, praticamente olhando por cima do ombro de sua irmã para ele. — Eu procurei em todos os lugares - virei cada pilha de ouro e encontrei cada taça no cofre, mas nenhuma é aquela que você me pediu para proteger para você — ela estava tremendo levemente. — Se ele tiver levado — ela disse, seu peito arfando, — se ele tiver levado, eu mesma o matarei!!Ela gritou de repente, sua voz feia ricocheteando contra as paredes de pedra de Gringotts.

Ele sibilou um suspiro entre os dentes.

— Afastem-se. Eu vou olhar com meus próprios olhos — as duas bruxas se separaram de uma vez, e ele passou suavemente por elas para dentro do cofre.

Ele não se incomodou em olhar. Soube imediatamente que não estava ali. Se estivesse, ele teria sentido em seus ossos. Do jeito que ele sentia sempre que Nagini estava por perto.

Pensar nela só serviu para dobrar sua raiva. Primeiro o diário, depois sua cobra, e agora possivelmente a taça. Embora não houvesse nada que sugerisse que o garoto Malfoy soubesse o que havia pegado ou tivesse meios para destruí-lo.

The Shadow of Time | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora