Átona

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Caitlyn

  Meus olhos abriram, eu sentia aquele enorme cansaço me consumir, era como se eu não tivesse adormecido, eu me sentei na cama correndo a mão pelos olhos, um bocejo repleto de preguiça deixou meus lábios, caminhei pelo quarto, me vesti e caminhei para a porta na intenção de sair do cômodo, Vi estava completamente apagada, a mulher permanecia deitada dormindo, era como se estivesse precisando de um longo sono, de um longo dia de descanso.

Se pensar na luta de ontem é exatamente disso que ela precisa mesmo.

Eu abri a porta e sai do quarto deixando que ela enfim tivesse o descanso que merecia, eu caminhei até o meu próprio quarto e entrei nele me jogando na cama como se fosse capaz de adormecer novamente, eu queria dormir de novo, mas não foi possível, meu celular tocou e eu o peguei atendendo sem sequer ler de quem se tratava.

-Alô? -Eu falei baixo e completamente induzida pelo cansaço da noite agitada que eu tive, a voz feminina ao outro lado me tirou um suspiro exausto e tedioso, lição de vida, sempre leia quem está ligando antes de atender. -A...Oi Sejuani.

-Caitlyn, a gente precisa se falar eu me...

-Sejuani eu não quero falar com você.

-Caitlyn me escuta! -Eu revirei meus olhos e joguei o celular de lado após desligar ele, eu não estava nem um pouco disposta a conversar com ela.

E novamente aquela sensação ruim me vem átona...

Eu tinha bastante medo da minha relação com a Vi se tornar algo similar a minha relação com a Sejuani, no início da minha relação com ela, tudo foi bem e tudo era ótimo, com o passar do tempo tivemos brigas e momentos bons, mas depois disso...Bom, se tornou algo ruim para mim, se eu não procurasse mandar mensagem ela não me mandava mensagem, se eu não procurasse falar com ela, ela não falava comigo, diversas vezes eu insisti em nós, eu dei murro em ponta de faca na intenção de salvar o que nós tínhamos, eu desvalorizei quem eu era inúmeras vezes, eu vencia meu orgulho e falava com ela sobre tudo, mas ela nunca sequer me dizia o que estava ruim ou o que incomodava ela, e dessa forma não haviam condições de melhora, eu disse para a Vi que queria ir com calma em tudo isso, porque no fundo eu precisava me recuperar do meu relacionamento anterior e cicatrizar as mágoas que ele deixou em mim, e talvez ela seja a pessoa certa pra me lembrar meu valor, para me fazer rir e sentir leveza, mas ela não pode ser parte do meu processo de cura, isso é pessoal meu, e deve partir de mim, não há nada que ela possa fazer sobre isso, e nem deve, ela não é responsável pela bagunça que aconteceu, seria injusto jogar essa responsabilidade nela.

Eu não adormeci, aqueles pensamentos sucumbiram minha mente, e eu com um suspiro tão cansado quanto o de antes, me levantei, eu caminhei para sair do local, meus pés me guiaram até a cozinha, eu espero que as semanas se seguiam bem e que as coisas entre Violet e eu se sigam de forma natural e bem estruturada.

Eu estou apenas torcendo para que as coisas fiquem bem de forma geral, mas não posso mentir, a ligação da Sejuani conseguiu me balançar, mas não sobre ela, e sim sobre meu atual investimento...Eu devo? Não devo? Por que tudo está tão confuso na minha cabeça?

Vi

Eu me levantei meio sonolenta, Caitlyn já não estava ali, e eu imaginei que ela sairia, eu acordei tarde até demais, eu peguei o celular o encarando e era exatamente uma e quarenta da tarde, definitivamente lutar e transar no mesmo dia é puxado.

Eu me ajeitei na cama me levantando e espreguiçando meu corpo, eu estava completamente nua, meus olhos correram pelo meu próprio corpo e eu suspirei e caminhei até o banheiro, eu liguei o chuveiro com a água gelada e entrei embaixo dela, eu fiquei ali parada por um bom tempo, eu me recordava bem da noite que tive com Caitlyn, apesar dos meus sentimentos eu sabia que ela sentia medo, e por isso eu queria passar uma certa segurança, quem diria que depois daquele acidente, eu iria um dia pensar nisso, quem diria que eu teria sentimentos por alguém novamente.

Eu lavei meus cabelos, me banhei e sai do chuveiro correndo a toalha pelo meu corpo, eu peguei um shorts azul marinho e o vesti, em seguida um bocejo veio dos meus lábios e eu peguei um top preto o vestindo, corri a toalha pelos cabelos e a pendurei na varanda voltando a me jogar na cama, eu estava completamente cansada, eu não tenho planos de deixar esse quarto tão cedo.

Eu escrevi uma mensagem para minha irmã, desda última discussão nós não nos falamos, eu disse apenas que queria falar com ela.

Vander

Eu estava no bar, o local estava totalmente agitado, nesse exato momento eu corria água nos copos ensaboados afim de guardar eles, assim que terminei de secar o copo um homem magro se sentou em minha frente.

Ele pediu uma cerveja e eu entreguei um copo para ele abrindo a bebida e servindo ele.

Ele me encarou por alguns minutos e girou a cerveja no copo a bebendo, seus olhos fitaram a televisão e ele suspirou.

-Essa é a sua filha não é? -Ele falou e eu encarei a televisão, um sorriso sincero e espontâneo veio em meus lábios, haviam alguns comentaristas passando flash's da luta e comentando a respeito dela. -Vi...

-Sim...Ela é uma boa menina, sempre foi.

-Ô,claro, eu concordo...-Eu franzi o cenho e encarei ele, o homem estava enchendo novamente o copo bebeu e suspirou ascendendo o cigarro. -Ela tem uma enorme preocupação com a família.

-Você conhece ela? -Eu perguntei um pouco confuso com a conversa, Violet conhece muita gente, mas a maioria eu também conheço, e eu não faço ideia de quem seja esse homem. -Da onde?

-A... Não é nada demais, já assisti sua filha lutando algumas vezes, na academia. -Ele me entendeu a mão e sorriu abertamente. -Que deselegante da minha parte, prazer...Eu sou o Silco.

  Eu estendi a mão para ele apertando-a.

"Você não parece um cara ruim"

-Vander.

Purple effectOnde histórias criam vida. Descubra agora