Lute até cair

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Vi

  A mulher ao lado dirigia com total atenção, eu apenas abaixei o vidro e dei um suspiro leve, me ajeitei no banco e enquanto meus dedos batucavam minha coxa eu imaginava como seria sair do amador para o profissional assim, de repente, preciso estudar o esquema de pontos deles, já que na minha antiga modalidade era algo do tipo "Lute até cair"

-Eu quase me perdi pra achar o prédio de vocês...Essa parte da cidade é enorme. -Eu falei com os olhos presos nas ruas e no ambiente lá fora.

-Nunca veio pra cá? -Ela questionou me fitando pelo canto do olho rapidamente.

-Poucas vezes...-Eu respirei levemente, Caitlyn continuava atenta ao caminho -Me arrependi de todas às vezes que vim.

-Sério? -Seu tom surpreso me tirou um riso leve, era óbvio que era uma brincadeira.

-Bazinga...-Ela franziu o cenho e eu dei um riso leve. -Eu só...

-Está construindo uma...Convivência menos profissional porque vai ter que passar muito tempo comigo, e é um saco o tempo todo, tudo ser muito profissional, não é?

-Mais ou menos isso...Eu até pensei em sugerir como deixar as coisas mais descontraídas mas eu não sou boa nisso... Então não tenho muito o que palpitar sobre, Caitlyn.

-Tudo bem, mas, eu tenho uma ideia.

  Eu encarei a mulher franzindo o cenho, eu não esperava que ela fosse ver algum sentido no que eu falei, muito menos que tivesse uma ideia sobre.

-E qual é? -Eu perguntei deixando claro que havia interesse em saber.

-Vamos fazer tudo o que der hoje e então...Se você ganhar sua luta de entrada, a gente pode comemorar, e aí a gente transforma momentos como lutas e treinos em algo profissional e o resto, bom, em algo amigável, espero que você se dê bem com a ideia.

-Você bebe álcool?

-Você vai beber? -Ela franziu o cenho.

-Se eu ganhar, eu comemoro.

-Então fechado...Ganhe a primeira luta.

  Eu confirmei e encarei o celular dela sobre o suporte e seja lá o que for, a namorada dela estava ligando novamente.

-Não vai atender a sua namorada?

-Ela não tá colaborando comigo.

-Tá dando um gelo nela? Coitada.

-Não é isso... Eu estou dirigindo e além do mais você está aqui, seria deselegante atender no viva-voz.

Eu dei de ombros demonstrando que não me importo caso ela atenda a mulher comigo aqui, mas Caitlyn não fez nada do tipo.

-Sua mãe não parece gostar dela.

-Isso não é novidade Vi... É comum.

-Sua mãe gostou de mim.

-Isso sim é novidade. -Ela deu um riso leve.

-Bom ser a excessão.

-Não sei como isso aconteceu...Mas eu concordo, é bom existirem exceções.

Ela colocou o celular no mudo e ligou uma música no carro, a dona dos olhos azuis escuros continuou dirigindo por um bom tempo, até chegar na frente da comissão de lutas.

Eu dei um suspiro leve quando sai do carro, puxei o celular o encarando e abri o chat vendo uma foto de Ekko repleto de graxa fazendo um V com os dedos, ele além de tudo escreveu no chat "Tô cheio de trabalho graças a você! Boa sorte panaca"

Purple effectOnde histórias criam vida. Descubra agora