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Logo o fim do expediente chegou, e eu já estava dentro do carro em direção a casa de Miranda para entregar o livro.

Abrir a porta é mais uma vez fui arremessada ao chão, minha bunda vai ficar roxa, mas vale a pena.
As meninas me enchem de beijos e parece que a dor se foi, elas são tão boas pra mim, me trás uma alegria tão grande em meu corações quando eu vejo essas pequenas.

—Oi de novo —falo depositando um beijo na testa de cada uma.

— hum hum.

Uma tosse se faz presente, me viro para ver em qual direção, Miranda Priestly escorada na parede com os braços cruzados, ela parecia estar rindo, não um riso falso, um sincero. Uma coisa que eu nunca vi foi Miranda sorrindo e achei que nunca iria ver. Me levanto me ajeitando e pegando os pertences no chão.

Olhei mais uma vez para ela, fiquei até sem fôlego, uma camisola de seda se era azul claro terminava bem no meio de suas coxas, que coxas! Descalça e seus cabelos de lado.
Gay pânic! Fiquei vermelha na hora, que perfeição! Meu Deus, essa mulher pode ser o domínio mas eu comeria o pão que ela massou.

—meninas não pulem em Andreia, ela pode acabar se machucando e vocês também.

Desde de quando Miranda se importa comigo?
Esse era o questionamento que irá ficar pra sempre na minha cabeça.

—desculpa Andy.

As duas falaram juntas.

—tá tudo bem, não precisa se descuparem não fizeram por mal.

Sorri fazendo carinho na cabeça das duas. Elas abraçaram minha cintura. Coloquei as roupas de Miranda no armário e o livro no lugar.

—Andy, brinca com a gente?

Me agachei para ficar do tamanho delas.

—hoje não dá, tenho que ir pra casa pra jantar, nem consegui almoçar hoje.

—Aí Andy por favor!

Caroline pede pegando minha mão.

—janta com a gente, Andy.

Cassandy pede.

—não posso meu bem.

faço carinho em sua bochecha.

—Mamãe, pede pra Andy ficar.

Caroline foi até a mãe e puxou sua mão, começou a sacudir Miranda de um lado para o outro.
Engraçado como elas fazem de tudo para que eu possa ficar.

—Caroline!

Na mesma hora a pequena parou.

— Andreia, jante conosco.

Ela se virou nem dando a oportunidade de rebater. Ela estava praticamente me obrigou a jantar aqui, Miranda está com febre? Isso definitivamente não era normal, ela não gosta que seus funcionários tenham contato com suas filhas.

As crianças gritaram em felicidade.

—Vem Andy, Vamos blincar.

━─◈─━

Estava brincando com as meninas, tinha uma sala separada só para elas tinha estantes de livro infantis, brinquedos por toda parte, televisão, piscina de bolinha, escorrega, tudo pra manter as meninas entretidas.

Estávamos montando um torre de blocos.

—Andy, você namora?

Cassandy me perguntou.

—Não, mas por quê a pergunta?

— e se você e a mamãe fossem um casal, ai você poderia ser nossa mamãe e brincar com a gente o dia todo.

Fiquei vermelha só de pensar, seria maravilhoso, cuidar delas.
Como essas meninas são tão inteligentes?

—Isso seria impossível, meu bem.

— Por quê?

As duas falaram juntas.

—Porque eu trabalho para sua mãe, ela é minha chefe e para se namorar alguém precisa ter sentimentos, tipo o amor. E sua mãe não combina nada comigo, somos muito diferentes. Não tem como isso acontecer.

— Mas a Rapunzel é diferente do Flynn.

—E a Diana é diferente do Príncipe Navven, não tem desculpa Andy.

Cassandy fala com um bico.

— Vamos jantar meninas, esta pronto.

Tomei um susto, essa mulher parece uma assombração, aparecendo do nada.
Será que ela escutou nossa conversa?

Me levantei e calçei meus saltos já que o quarto todo era forrado com tapete tatame infantil.

As meninas pegaram cada uma a minha mão me direcionando até a cozinha. Sorri encantada, desviei o olhar para Miranda que tinha um sorriso no rosto, quando ela percebeu que eu estava olhando sua expressão mudou. Miranda sorriu? Isso mesmo que eu vi? Eu estou ficando louca! Fiquei com isso na cabeça o jantar inteiro.

O jantar foi agradável, as meninas não deixavam de falar por sequer um minuto, Miranda parecia tudo menos aquela chefe do dia a dia, estava mais descontraída, ria e brincava com suas filhas, era admirável de ser ver.
Aquele ambiente era tão acolhedor, me fazia sentir uma grande falta da minha família.

Miranda em nenhum momento foi hostil ou arrogante, uma coisa que nunca vi Miranda sendo era ser simpática e não parecia ser forçado.

Logo terminamos e já estava querendo ir embora pois não queria ser inconveniente, Miranda deveria estar cansada e fazer sala pra uma visita deveria ser horrível pra ela.

Mas as meninas não deixavam de jeito nenhum, e Miranda acabou cedendo novamente, brinquei, corri, enquanto Miranda fazia o mesmo.

Elas com as filhas era tão atenciosa e participativa, ela amava aquelas garotas, dava pra ver seus olhos transbordando amor por elas.

Naquela noite eu conheci uma nova Miranda.

Amar ou odiar? Onde histórias criam vida. Descubra agora