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Já tínhamos conseguido colocar os anjos para dormi e eu estava descendo as escadas e Miranda logo atrás de mim.

—me acompanhar em um copo de Whiskey?

— Não, obrigada! Não bebo.
Acho que já te incomodei muito para só uma noite.

Miranda riu, na verdade gargalhou, não sabia que Miranda Priestly fazia isso.

—Como assim você não bebi?

Ela me olhou com a cara mais do que indignada.

E eu fiquei confusa.

—você trabalha pra mim, tem que ter pelo menos algum tipo de vício para me aturar.

Ela ria, e era gostoso de se ouvir. E sim eu realmente tinha um vício, e o odiava ele mais que tudo, mas ela nem o trabalho foram causadores, eu odeio quando fico mal acabo descontando na comida.

—Não, eu não tenho nenhum vício.

Levantei as mãos pro alto em rendição.

—vem, me acompanhe.

Não fiz desfeita e seguir Miranda pelo corredor, chegamos ao seu escritório.

—sente-se.

E foi isso que fiz.

—Não foi nenhum encomodo, se não fosse por você elas não dormiriam tão cedo, como elas estão de férias de junho kara não é capaz de descarregar todas as pilhas delas.

Ela me serviu um copo, não tenho mínima ideia do que é. Sentir o cheiro era forte.

—Elas são magníficas.

—sim, são mesmo.

Miranda sorri.

—beba.

Olhei quase incrédula pra ela.

—Vamos Andreia, um copo não irá te matar.

Até a forma a qual ela se refere a mim mudou, sua voz estava diferente, e ela parecia calma.

— ok, só esse copo e vou ir pra casa.

Bebi, e que negócio forte do caralho. Meu corpo se arrepiou na hora, fiz uma careta e escutei um riso de Miranda.
Era estranho ver ela sorri tanto, na minha visão Miranda era um robô e não uma pessoa humana.

                 ━─◈─━

Ok, eu não avia bebido só um copo já avia passado do quinto e Miranda talvez do décimo, Miranda sem sua máscara era outra ser, era doce.

Ela estava encostada na mesa, com o copo de Whiskey em suas mãos, ela estava linda, um sorriso que não desaparecia do seu rosto, ela era encantadora, facilmente eu me apaixonaria por essa Miranda.

Perdi a noção de quanto tempo estava encarando seus olhos azuis, mas fiquei vermelha ao perceber que ela estava encarando de volta.

—Me desculpe por hoje, eu estava exaltada e acabei descontado em você.

—desculpa pelo que exatamente?

Perguntei sem saber o que ela estava se referindo.

—pelo cinto...
E pelas outras vezes, não sei como eu não percebi que você tem TDAH me perdoe.

Ela abaixou a cabeça parecia envergonhada, passou a mão por seus cabelos e levantou sua cabeça.

—O que foi que Nigel falou pra você?

Desviei o olhar do seu.

— Eu não tenho TDAH, sou lerda por natureza. Sem contar que eu não sabia nem o emblema da marca.

Olhei pra ela novamente.

—por isso pediu ajuda a Nigel?

—Sim...

Miranda sento-se ao meu lado e riu.

—vergonha, eu trabalho em uma revista e não conheço nem as marcas de luxo. _ Miranda riu novamente.

A conversa se estendeu por mais eu tempo e me despedir e chamei um taxi, não iria incomodar Roy esse horário.

Hoje foi o dia mais louco da minha vida, de alguma forma eu e Miranda estamos próximas, na minha visão ela ainda é o Diabo, porém hoje ela se mostrou tão diferente.
Nem da pra acreditar, parece um sonho, nem acredito que ela me pediu desculpas. Eu não sou louca, eu beijava os pés dessa mulher de tão bonita que ela é.
Será que Miranda irá voltar se como antes amanhã?
Fui dormi pensando nisso.

                  ━─◈─━

Organizei sua mesa colocando seu café escaldante nela.

Runway pegando fogo como sempre, e Miranda iria atrasar hoje pois Roy disse que ela avia levado as crianças no médico hoje, então tudo ainda estava "calmo" por aqui. Mesmo com a vida dela um caos, era bonito ver que ela fazia de tudo por essas meninas.

Miranda chega sem aviso já que hoje Roy foi dispensado do serviço, já ditando suas regras, mas não foi hostil comigo em nenhum momento, ela chegou até dar um sorriso pra mim, meu coração se derreteu.

Essa mulher é linda.

Estávamos indo para uma reunião com os sócios da empresa, e Miranda queria tudo menos aquilo.

—o que é de tão engraçado que você não para de sorrir?

Por incrível que pareça estamos dividindo o mesmo elevador, coisa que ela nunca faz, mas pelo visto ela me suportar.

—o jeito que você solta o ar pelo nariz quando está estressada, parece que tudo que menos quer é ir nessa reunião.

Sorrir novamente.

—Você está certa. Quer ser demitida? Rindo de Miranda Priestly. _ disse em um tom brincalhão, outra coisa que não sabia sobre Miranda, ela tem senso de humor.

—Não está mas aqui quem falou._ digo rindo

Logo o elevador se abre e encontramos um monte de gente velho e até novos.

—essa é a nova garota de Miranda, milhares de garotas se matariam por esse emprego.

Sorrir já que não queria responder.

—olha Miranda, nada mal, estava precisando de uma assistente Miranda, me emprestar ela.

Olhei pra Miranda que tinha uma cara de deboche.

—Não essa aqui não está vaga, Natalie.

Miranda não parecia ser da bem com aquela mulher, na verdade ela não se dava bem com ninguém.

                  ━─◈─━

E aquele foi o fim para Miranda, dava pra sentir as fumaças saindo de sua cabeça, parece que a tal Natalie iria acompanhar essa nova edição mais de perto, e quando digo mais de perto estou dizendo que essa mulher irá vir todo o dia "vigiar " o serviço de Miranda.

Mais uma vez estava dividindo o elevador com ela, que parecia pensativa.

—tome cuidado com a Natalie, ela tem fama de ser cachorra, vai te usar e depois fingir que não te conhece, uma das minhas assistente já deve envolvimento com ela e acabou sendo demitida por transar com ela na empresa.

Sorrir porquê ela estava demonstrando preocupação por mim novamente, mas desta vez ela parecia com raiva.

— pode deixar, ela também não é o meu tipo. _ Miranda olhou em meus olhos que parecia que estavam brilhando.

—não sabia que era uma gay, An-dre-ia. Parece ser hetero.

Dessa vez Miranda estava olhando nos meus olhos.

—sou Pansexual, não sou de me importar com o gênero e sim com o caráter e a personalidade.
E ela pareceu arrogante.

Miranda olhou pra mim de canto de olho e vi um sorriso de canto.

Amar ou odiar? Onde histórias criam vida. Descubra agora