• Hematomas, cicatrizes, sangue e lágrimas •

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• Vila da Areia •

• 08h45am. •

   Eu já havia acordado a algum tempo, mas estava triste demais para levantar. Hoje, exatamente hoje, completariam 3 meses da morte do meu pai. Eu estava sem vontade de viver hoje, na noite anterior eu havia chorado muito até dormir. Não me importei em chorar, pois Yuri havia começado a dormir com a minha mãe.

  Me viro para olhar a janela, e sinto uma pequena dor no ombro direito. Olho para o mesmo e vejo o corte que eu havia feito durante a madrugada com uma kunai, durante uma crise de choro. A kunai estava na cômoda ao lado da cama, a lâmina estava suja com o meu sangue que havia secado.

   Relutante, saio da cama e caminho até o espelho, tiro a camisa de meu pai e avalio os danos que fiz no meu corpo durante a madrugada.

- Um corte na costela, um no abdômen, cinco na parte interna do antebraço direito, dois na parte interna do braço esquerdo. - procuro por mais machucados. - Um no ombro direito, três na panturrilha esquerda e um na coxa direita... - sussurro.

  Caminho até o banheiro do meu quarto e logo entro debaixo do chuveiro. Ligo a água fria e deixo escorrer pelo meu corpo, fazendo as feridas arderem. Começo a lavar meu corpo, esfregando cada machucado com força com a esponja de banho.

   Saio do banheiro e me seco, coloco uma blusa de mangas cumpridas, uma camisa do meu pai por cima, uma calcinha de algodão azul claro e uma calça de moletom. Penteio meu cabelo, coloco meus chinelos e desço até a cozinha. Não havia ninguém alí, todos ainda estavam dormindo, preparo meu café da manhã e como sem pressa.

  Enquanto me concentro em comer, começo a pensar no meu pai, choro enquanto mastigo meu cereal. Fingi estar bem durante 3 meses, eu tinha todo o direito de chorar sozinha. Todas as noites, pensando em como as pessoas que eu magoei se sentiram quando eu as humilhei, meu corpo pagava o preço, mas eu não achava o suficiente machucá-lo, não achava utensílios os suficientes para feri-lo. O que machucava mais não era quando eu jogava álcool nas feridas propositadamente, mas sim o sentimento da culpa me sufocando nesse profundo mar de remorso.

   Parei de chorar quando ouvi alguém batendo na porta principal, me levantei, limpei as lágrimas com as mangas da blusa e fingi naturalidade enquanto abria a porta.

- Olá Mikai. - Sorri.

- Bom dia, S/n. - Ela sorriu.

- Bom dia, best - Disse Emi.

   Ayumi e Akiko estavam dormindo no colo delas, deixei elas entrarem. Hoje minha mãe havia combinado de fazer uma festa do pijama, eu não me importei com a ideia. Emi sentou no sofá enquanto segurava Ayumi e Mikai colocou Akiko no sofá. Peguei uma coberta e cobri Akiko.

   Minha mãe aparece nas escadas com sua típica camisola de onçinha, os cabelos estavam bagunçados e a cara dela estava inchada de tanto dormir. Emi e Mikai olham para ela é dão algumas risadinhas, quando ela vê que temos visita, sorri.

- Não era para viram tão cedo. - Ela diz com um bocejo.

- Ah, querida. Você sabe como sou ansiosa para passar um tempo com você. - Disse Mikai.

   Minha mãe solta uma risada e vai para a cozinha. Mikai a segue e Emi e eu ficamos na sala. Não sabia ao certo o que dizer, mas sabia que precisava falar algo para quebrar aquela tensão.

- E o seu namorado? - Pergunto.

- Estamos bem, depois do que você me disse eu fiz as pazes com ele. Então muito obrigada. - Ela sorriu.

- Que bom, - Sorri pra ela. - fico feliz que vocês tenham se resolvido.

   
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