Karoline Lima tem algumas marcas registradas: Disputas, pé feio, coisas anêmicas, relacionamentos que não deram tão certo e... Reagir a jogos, a famosa narração que anima todos, principalmente pelos apelidos que ela dá aos jogadores.
Ela decide rea...
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KAROL
Entro no quarto do Gabriel e encontro ele deitado na cama, todo enrolado no cobertor.
Tá fazendo um calor do caralho lá fora e aqui dentro parece que tá na temperatura da Antártida.
— Não quero papo— diz assim que escuta o barulho da porta sendo fechada.
— Não?— falo e ele levanta a cabeça pra me olhar.
— Achei que era o Fabinho.
— Bacana... Sua relação com o Fábio é tão linda, né?
— Ele é um otário. Cadê a Ceci?
— Tá lá em casa, dormindo.
Ele volta a deitar de novo e eu não entendo o motivo de estar assim.
— O que tá acontecendo? Você tá tão xoxo tem alguns dias.
Caminho até a cama, tiro meu chinelo, levanto a coberta e me deito do lado dele que permanece em silêncio.
— Tô numa fase horrível no futebol, tento não deixar isso me atingir muito, mas alguns comentários me fazem mal pra caralho.
— Não quero te ver assim— passo a mão em seu rosto e ele fecha os olhos— eu te amo muito e tô aqui— selo nossos lábios algumas vezes.
— Se não fosse você com a Ceci eu acho que iria ficar pior do que já tô, ter vocês aqui comigo me deixa bem, entende?
— Entendo, me sinto assim contigo— sorrio.
— Fica aqui comigo— me agarra, deitando a cabeça em meu peito.
Coloco uma perna por cima dele e começo a mexer em seu cabelo que tá começando a crescer e ficar enroladinho.
— Você acha que eu tô jogando muito mal?
— Um pouco.
— Bacana, pô.
— Você sabe que eu sou sincera, mas é só uma fase que vai passar.
— Não parece que vai passar, não aguento mais ficar sentado naquela porcaria de banco, achei que depois do jogo contra o Vasco as coisas seriam diferentes, mas tá tudo a mesma merda.
Teve alguns jogos depois daquele e ele ficou no banco, entrando só por alguns minutos no segundo tempo.
— Você vai resgatar seu futebol, lindo, eu sei que vai.
— Eu tô mal— pressiona o rosto contra meu pescoço e eu sinto sua barba me arranhando— vamo transar?
— Querido?
Ele não se controla, então desce a mão até a minha bunda e da o maior tapão, juro que faz um barulho que preenche todo o quarto.
— Puta meeeeeda, Gabriel— dou um tapa em sua cabeça.