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Ele havia conseguindo me tirar do sério. E Piero sempre conseguia fazer isso parecer tão fácil como tirar doce de criança.
Eu estava fazendo o mesmo que provavelmente fazia na maioria das vezes, mas pelo visto, não tínhamos direitos iguais enquanto estivéssemos noivos ou casados.
Eu passei o caminho todo em silêncio, sabendo que eu também tinha tirado ele do sério. Duas vezes. Uma na pulse, e outra hoje, sem precisar tentar. Eu não fazia ideia de que ele estava me vigiando
Mas eu precisava achar um jeito de tira-lo do sério sem me envolver completamente no plano. Eu precisava tirar o sono dele, fazer ele desistir de mim de uma vez por todas.
Eu não sabia o que ele queria casando comigo, mas não estava nem um pouco afim de sentar e esperar até que tivéssemos sozinhos em uma casa.
Quando Piero estacionou o carro ao lado de fora da casa dos meus pais, eu saí do veículo batendo a porta por fora, sem a pretensão de olhar para o lado. Sentia um nó forte na minha garganta, mas não daria a ele o gosto de reconhecer qualquer coisa em meus olhos.
Eu parei no meio do caminho, lembrando que minhas coisas haviam ficado no meu carro, pela forma bruta como ele me tirou de lá, não tive nem tempo de lembrar disso.
Dei meia volta para ir até Piero, mas ele já estava em meu encalço como se precisasse me acompanhar para se certificar que eu entraria em casa.
Deus, o que ele queria de mim, droga?
Eu estreitei meus olhos, vendo ele passar a mão pelo cabelo bagunçado. Piero era um homem totalmente diferente de Alex....
Alex. Ele iria me pedir em casamento? Onde é que ele estava na cabeça quando pensou nessa ideia maluca? Nós nos divertíamos, me casar com ele nunca foi algo no que pensei, era uma ideia mais insana do que ser obrigada a casar com aquele homem na minha frente.
Mas confesso que ver a decepção alcançando seus olhos, como se todo o brilho dentro dele tivesse se esvaindo, fez meu coração apertar. Não que em algum momento eu tenha ficado apaixonada por Alex, no entanto, eu era capaz de me sentir mal por como ele parecia ter seu coração partido, e pela forma como Piero me esfregou na cara dele como se eu fosse seu maldito troféu a se exibir.
Eu cruzei os braços, chegando mais perto dele.
— Porque você anda me seguindo por aí? — exigi saber.
Ele evidentemente não estava esperando por essa pergunta, e engoliu em seco, como se ele não tivesse pensando que eu iria perceber.
Mas teria sido grande coincidência o fato de não ter sido a primeira vez em que ele esteve no mesmo lugar em que eu estava por vezes seguidas. E não, eu não estava falando sobre a ocasião na Pulse, levando aos fatos de que aquilo havia sido proposital para chamar atenção dele e tira-lo do sério.
