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Eu tinha problemas com o sentir. Principalmente quando eu não gostava do que sentia.
Eu gostava do que sentia por Heaven, a intensidade de como estar na presença dela fazia meu coração bater tão rápido e ansioso para tê-la, para senti-la, para cheirá-la, ou simplesmente estar na presença dela.
Talvez esse sentimento nunca tivesse morrido. Talvez estivesse apenas adormecido e reacendeu no momento que nos reaproximamos, quando nos casamos.
Era amor, amor intenso como nossa relação de cão e gato sempre foi.
Éramos eu e ela, o rei e a rainha da escola em guerra sempre pra saber quem teria o domínio e quando ninguém estava nos vendo, ela podia não saber, mas tinha o domínio do meu coração.
Eu gostava e queria sentir as coisas boas, embora a minha vida sempre estivesse sido dominada por coisas que eu não diria tão boas.
Eu cresci na máfia, fui submetido a todo tipo de sentimentos ruins, no entanto, eu não sabia lidar com isso quando se tratava da minha esposa.
Eu preferia evitá-los como evitei há quase quatro anos atrás, um dia depois da nossa formatura do ensino médio. Sabia que não podíamos nos casar naquela época, já que tínhamos regras bem rígidas na Genovese. Nosso antigo capo ainda estava vivo e jamais iria aceitar um casamento que não fosse dentro da máfia, então, apenas escolhi mudar de cidade e evitar tudo isso.
Mas agora eu não podia simplesmente fugir.
Nós éramos casados, e também tínhamos Melissa.
Não dava pra agir feito o adolescente que éramos na época.
Mas eu podia evitar de outra maneira. Não ficando parado apenas pensando nela.
Cheguei na casa dos meus pais fazendo cara de paisagem. Não estava pronto pra compartilhar tudo, especialmente com minha mãe.
No entanto, eu os encontrei na sala de estar com Melissa.
Meu pai estava sentado na poltrona a observando enquanto ela desembrulhava um pacote de papel de presente com a ajuda da minha mãe.
Dei um pigarro e todos olharam na minha direção.
Eu ignorei a veia saltando na testa do meu pai, e mantive a minha atenção em Melissa.
— Parece que alguém está sendo mimada pelo vovô e pela vovó, uh? — comentei.
Ela abriu um sorriso largo.
— Eu ganhei um presente. — Ela respondeu, dando pulinhos animados.
Abaixei diante dela e peguei o presente para ajudá-la a abrir. Enquanto desembrulhava o papel, tentava manter a calma e fingir que tudo estava normal
— O que você acha que é? — perguntei, mesmo que o presente tivesse claramente o formato de uma bicicleta.
Melissa deu um gritinho animado, seus olhinhos brilhando de expectativa enquanto eu terminava de rasgar o papel. Quando finalmente revelamos a bicicleta cor de rosa. cheia de penduricalhos coloridos no guidão, ela soltou um gritinho ainda mais alto e pulou em minha direção, abraçando-me com força.
