dezoito

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 Piero estava me fazendo muitas perguntas sobre os negócios do meu pai, desde que ele se ofereceu pra buscar aqueles documentos

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 Piero estava me fazendo muitas perguntas sobre os negócios do meu pai, desde que ele se ofereceu pra buscar aqueles documentos.

Por um lado, eu até estava me sentindo aliviada por não ter que olhar para o meu pai.

Fazia algumas semanas, mas ainda estava chateada por ele me obrigar a casar com Piero.

Mas de alguma forma as perguntas sempre me incomodavam.

No entanto, ele parou de me fazer perguntas, o observei deixando a pasta em cima da mesa de cabeceira e aí começou a ajeitar as mangas da sua camisa social, me encarando com uma expressão relaxada.

— Tem uma coisa que eu quero te mostrar. Eu mandei fazer uma coisa pra você e ficou pronto hoje a tarde.

Eu franzi a testa.

Era estranho estarmos convivendo meramente bem, e que ele ainda me mandasse fazer coisas pra mim.

— Mandou fazer algo pra mim? Parece que você gosta de agradar a sua esposa, Rizzo.

Ele sorriu, me estendendo a mão e conduzindo-me para fora do quarto. Lá embaixo, ele me conduziu pela sala de estar, entramos em outro corredor e descemos mais um lance de escadas até o porão.

— Merda, você é muito esquisito. — murmurei, apertando minha mão na dele.

— Não seja dramática, querida.

Ele apertou a minha mão de volta e continuamos descendo.

Ele abriu uma porta e acendeu as luzes revelando uma academia improvisado como a que meu pai tinha feito em casa pra mim.

Tinha uma esteira, um aparelho de musculação, um grande tapete de borracha com um saco de Muay Thai pendurado, uma prateleira com várias luvas e até tinha uma bola de Pilates no canto, que quase me fez rir.

— Você montou uma sala de Muay Thai pra mim?

— O que seria uma sala de Muay Thai, Heaven? Eu não podia deixar uma sala vazia com um saco e um tatame, então pensei em sala de exercícios e podemos usa-la. Eu só não quero ver você andando por aí fazendo movimentos de Muay Thai no meio da noite, usando camisola pra casa toda ver.

— Ah, ainda isso.... Bem, eu devo dizer a você que eu nunca fiz Pilates. — eu disse, apontando a bola no canto. — Mas gosto do saco e das luvas. Quer umas aulas?

Ele arqueou a sobrancelha.

— Estou mais seguro se eu não aceitar. Você já me bateu o suficiente sem precisar de uma luva.

Eu sorri pra ele, me aproximando e o abracei espontaneamente, mesmo que ele tivesse ficado rígido.

Soltei Piero, dando um passo para trás.

— Quando eu estava na escola, eu tinha outros passatempos. — contei, andando pela sala.

— Eu sei.... — ele disse — Você ficava desenhando sapatos em um caderno de desenho.

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