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Entrei no meu quarto batendo a porta com força.
Meu coração batia acelerado, eles não entendiam. Eles jamais entenderiam.
Encarar Danilo era como encarar a morte de Leah de frente. Eu odiava ter que olhar pra ele nos breves momentos em que estávamos juntos.
Principalmente porque ele ainda estava sofrendo, e toda vez que eu tinha que lidar com o sofrimento dele, eu era arrastado para o mesmo abismo.
Caminhei direto para a sacada, tentando normalizar a minha respiração.
Andei de um lado para o outro, me esforçando para me concentrar.
Precisava me concentrar na Leah, era por isso que Heaven estava aqui, era por isso que me casei com ela.
Não podia deixar ela me desconcentrar como fez comigo hoje.
Engoli em seco, massageando as têmporas e peguei um cigarro no meu bolso, coloquei entre os lábios e acendi.
Ouvi o som da porta se fechando, e Heaven apareceu logo em seguida.
Encarei seu rosto sereno e confiante. Porque ela fazia meu coração bater mais forte?
A razão de eu ter escolhido o caminho de me vingar através do casamento era porque eu já a odiava antes de qualquer coisa.
Mas ela estava assumindo o controle. Eu não podia deixar ela assumir.
Eu estava prestes a mandar ela sair, então sua voz calculada para sair de um jeito doce e encantador, preencheu meus ouvidos.
— É sério? Toda essa explosão não pode ser apenas por causa de um cargo.
Eu ignorei, dando uma tragada no cigarro e olhei para a frente, então ela continuou.
— Eu não entendo a razão desse casamento. Por que você quis casar comigo se não tem benefício algum?
Eu a respondi dessa vez. A resposta padrão para não contar a ela que era parte da minha vingança contra o pai dela.
— Você sabe.... Theo Bianchi queria fazer negócios com seu pai, ele é meu capo me pediu isso, porque é assim que as coisas funcionam na máfia. Nos casamos por aliança.
— Mas.... Eu não quero estar nesse casamento pra brigar sempre. Se eu sou a sua esposa, quero que você converse comigo e eu serei leal a você.
A tensão pairava entre nós. Suas palavras mal podiam conter a raiva e a confusão que sentia.
Olhei para ela, e sabia que ela podia me enxergar mais do que ninguém. Passamos muito tempo em guerra no ensino médio, isso nos fez conhecer um ao outro mais do que conhecíamos outras pessoas, portanto, ela me enxergava.
Minha respiração ainda era irregular, eu queria desabar. Mas não na frente dela.
Heaven, no entanto, deu um passo a frente e me abraçou, ignorando a fumaça do cigarro subindo.
