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Eu passei metade do dia chutando e socando um saco de pancadas, achando que isso podia me aliviar do estresse que meu pai havia me causado.
Casar. Isso com certeza não estava em meus planos. Nunca esteve, porque tudo o que pensei durante a minha vida inteira foi construir uma carreira para mim. Eu havia cursado um ano e meio de direito, e larguei tudo porque não era o que eu gostava. Abri uma conta no Instagram e decidi que queria viver de moda.
Queria focar nisso, mesmo que dependesse da ajuda do dinheiro do meu pai, mas agora ou eu esquecia isso ou eu fazia o que ele estava mandando. Talvez eu não fosse tão forte para seguir a primeira opção.
Eu mal estava conseguindo curtir a minha festa de aniversário. Meus amigos estavam aqui, pessoas que eu amava, música e comida boa. Mas a minha mente estava em outro lugar.
Hora ou outra eu olhava pra trás pra ver se Piero estava chegando. Queria ter certeza de que estaria pronta pra encarar ele como meu noivo, ou se não iria vomitar ao vê-lo e perceber que estava sendo entregue a ele tão facilmente, como se eu fosse uma peça descartável em seus joguinhos.
Eu sabia como ele jogava. Sabia que na maior parte das vezes, ele era imprevisível e não dava pra confiar em qual seria seu próximo passo. Bom, eu nunca pensaria que ele fosse querer se casar comigo. E porque motivo ele queria isso, já que ele me odiava.
Papai deveria ter averiguado os motivos e circunstâncias antes de aceitar essa merda.
Eu estava ficando agoniada e frustrada, além de ansiosa. Meu estômago estava revirando, enquanto Alex não parava de falar na minha frente em uma das várias mesas redondas espalhadas pelo jardim, combinando com o restante da decoração festiva em rosê gold que a minha mãe havia escolhido.
Garçons passavam entre os convidados, que na grande maioria eu não conhecia, servindo bebidas e aperitivos. Um garçom passou por mim, e eu peguei um cosmopolitan de sua bandeja, bebendo tudo de uma vez, e peguei mais um antes que ele pudesse se afastar.
Alex me olhou espantado, geralmente eu tomava um coquetel e durante o restante de qualquer festa, eu preferia tomar água e não perder as estribeiras. Meus amigos me conheciam o suficiente pra saber disso, então a sua pergunta nada surpreendente veio:
— Você está bem, Heaven?
Eu o observei, pensando numa boa resposta. Achava até uma explicação vergonhosa que eu dissesse a qualquer um dos meus amigos que meu pai me tinha em um cabresto e estava prestes a me obrigar a casar.
Não apenas me obrigar a casar, mas ele queria que eu casasse com a pessoa que passei parte da minha vida tentando ignorar e odiar.
Deveria pelo menos lembrar do dia em que Piero achou uma ideia brilhante colocar uma cobra horrenda dentro do meu armário da escola. Ele costumava me chamar de Satã, mas se houvesse alguma coisa pior, esse alguém era ele.