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Março de 2010
Harry Potter: 29 anos
Draco Malfoy: 29 anos

Malfoy recuperou sua magia no mesmo dia em que sua mãe morreu.

Assim que Harry descobriu, ele embolsou a poção de sua última caixa e aparatou no apartamento de Malfoy.

O lugar estava uma bagunça, a parede entre a sala e o quarto de Malfoy destruída, caindo em escombros no chão. Malfoy não estava em lugar nenhum e Harry olhou para baixo, só para ter certeza. Várias vezes durante o ano passado, pareceu-lhe que Malfoy tinha vindo de lá, mas ele também não estava lá. No entanto, a Loja do Caldeirão Potage havia desaparecido, como se nunca tivesse existido. Paredes vazias cercavam três lareiras vazias, a vitrine ainda adornada com vidros em forma de diamante voltada para a rua. Harry se perguntou há quanto tempo a loja estava fechada.

Aparatando no Boticário da Sra. Mulpepper, Harry também não encontrou Malfoy lá. Quando ele perguntou à Sra. Mulpepper, ela olhou para ele de forma estranha.

— Draco não trabalha aqui há dois anos, —  disse ele, mas Malfoy nunca disse isso a Harry. Malfoy nunca lhe contou nada. Você está economizando para um apocalipse de poções? Ele havia perguntado uma vez, mas Malfoy apenas disse que estava praticando. Ele levou quase quatro anos para responder a uma pergunta estúpida sobre o que queria ser quando crescesse, e quase um ano depois, Harry ainda se lembrava da resposta.

Eu queria ser um herói.

Cristo. A mãe dele. A mãe de Malfoy.

Desesperado, Harry foi ao correio, rabiscou o nome de Malfoy em um pergaminho, depois enrolou-o, lançou o feitiço de rastreamento e entregou o pergaminho a uma coruja. Impaciente demais para esperar o retorno da coruja, Harry voltou para casa em busca de uma vassoura, então ativou o feitiço de rastreamento e aparatou para seguir a coruja. Após dez minutos de vôo, Harry sabia para onde estavam indo. Mandando a coruja de volta, Harry aparatou o resto do caminho.

Durante os testes, os investigadores mágicos descobriram que a magia maligna ainda permanecia ao redor da Mansão Malfoy e, como resultado, a mansão foi destruída. Narcissa foi libertada há cinco anos, quase um ano antes de Harry ver Malfoy pela primeira vez no Slug Jiggers. Pelo que Harry sabia, ela estava na Sala Janus Thickey desde então.

Ele nunca teve certeza se deveria acreditar que havia magia maligna cercando a mansão, mas quando chegou lá, percebeu que era verdade. Tudo nos quilómetros que rodeavam a mansão estava morto, excepto os tristes e desarrumados pedaços de relva que pareciam estar a lutar para crescer. Harry teve que caminhar quase todo o perímetro das ruínas antes de encontrar Malfoy, sentado entre os restos das paredes de pedra, a cabeça entre as mãos.

— Malfoy, — Harry não sabia por que estava tão aliviado, como se algo frenético o estivesse dominando esse tempo todo, e só agora ele sentiu que conseguia respirar. Harry caiu no chão e sentou-se ao lado dele, com a vassoura ao seu lado.

— Vá embora, — Malfoy disse, sua voz quebrada e confusa.

— Malfoy, — Harry disse novamente, tocando o braço de Malfoy.

— Eu disse para ir embora! — Malfoy estendeu a mão, mas teve que levantar o rosto para fazê-lo, e Harry viu: os olhos vermelhos de Malfoy, seu rosto vermelho, cada parte dele inchada de tanto chorar.

— Oh, — Harry disse, e a energia que o movia antes se tornou conhecida por sua ausência repentina e completa. Harry sentiu como se tudo tivesse parado, simplesmente parado, seu coração apertando momentaneamente seu peito. — Malfoy, — Harry suspirou.

Malfoy soluçou e Harry não sabia o que fazer.

Harry não tinha ideia do que fazer. Ele nunca foi bom com pessoas tristes.

AWAY CHILDISH THINGSOnde histórias criam vida. Descubra agora