O tempo entre cada período de inconsciência foi ficando cada vez mais longo, exatamente como Draco havia dito que aconteceria. O Draco de quinze anos apareceu quando o sol já estava se pondo, portanto, a espera pelo próximo período de inconsciência era tarde da noite.
Harry sabia que deveria ter usado esse tempo para fazer algo construtivo, como dormir ou trabalhar no caso de poções ilegais, mas não conseguiu. Ron e Hermione estavam sendo controlados, ele precisava ajudá-los, e Draco estava ali sozinho, convencido de que seu pai era um assassino. Draco parecia muito satisfeito no trem após a morte de Cedrico, quando todos estavam indo para casa. Draco havia dito que Voldemort viria primeiro para os sangues-ruins e amantes trouxas, que ele sabia que Voldemort havia matado Cedrico, e sabia que seu pai estava do lado de Voldemort.
Aquela frase da carta de Draco, preconceito distorcido, não parava de passar pela cabeça de Harry, porque era verdade. Draco estava distorcido, seus pais o distorceram. Harry não sabia como conciliar em sua cabeça a imagem de um garoto excessivamente emotivo que aparentemente se apaixonava por um novo garoto a cada ano, por alguém que riria da morte de Cedrico.
O fato de Draco estar lidando com isso sozinho, e de Harry não poder ajudá-lo, ainda era doloroso.