Quando Harry quebrou a política de Robard de ver Malfoy, no entanto, Malfoy não estava exatamente interessado em ajudar.
Harry não se iludiu pensando que Malfoy estava fazendo identificação de poções para ele no ano passado pela bondade de seu coração. Malfoy estava fazendo isso porque Harry o manteve fora de Azkaban e testemunhou no julgamento de sua mãe. Embora ele não tenha salvado Narcissa de Azkaban, o testemunho de Harry encurtou sua sentença. Se ao menos o pocionista de St. Mungus fosse um criminoso também, Harry não teria que lidar com as bobagens de Malfoy.
Mas criminoso ou não, Malfoy continuou resmungando sobre ter que reorganizar as poções nas prateleiras, quando elas já estavam organizadas em ordem alfabética.
— Elas precisam ser separadas por cor, — Malfoy disse presunçosamente.
— As pessoas não procuram poções pela cor; elas fazem isso pelo nome, — disse Harry.
Malfoy cerrou os dentes.
— Apenas faça a maldita poção, sim? — Harry disse, segurando a garrafa de Wood Eye Bleach.
Malfoy olhou para ele.
— Tem soda cáustica, — ele disse, então voltou para as prateleiras.
— Vamos, Malfoy, — Harry disse, puxando Malfoy de volta para encará-lo. — Eu sei que tem soda cáustica. Preciso saber algo para me ajudar a identificar o pocionista. Eu sei que você consegue.
Pela primeira vez, Malfoy hesitou.
— Eu não posso, — ele finalmente disse.
Harry olhou para a poção.
— Por que leva semanas para preparar poções? — ele perguntou, pensando que esta poção em particular devia ser mais difícil do que as outras que ele havia trazido para Malfoy. Talvez isso significasse que Harry poderia usar o mestre de poções em Hogwarts para consultá-la, afinal.
Malfoy olhou para frente da loja, então de volta para o chão.
— Já te disse. Tenho que arrumar as prateleiras.
Harry também olhou para a frente da loja.
— Onde está Alby? — ele perguntou de repente.
Malfoy murmurou novamente.
— O quê?
— Ele não está. Céus, Potter. Você sempre foi tão surdo? — Malfoy ergueu os olhos para cima pela primeira vez, e então, Harry viu que eles estavam brilhando, íris brilhando como aço ao sol. A cor vermelha em suas bochechas, e pela primeira vez Harry percebeu que Malfoy estava com raiva.
Isso, ou envergonhado.
Harry pegou sua varinha e apontou para as prateleiras.
— Aqui, — Harry disse, guardando sua varinha enquanto os potes nas prateleiras voavam e dançavam um ao redor do outro. — Você vai fazer isso agora?
Os lábios de Malfoy se separaram ligeiramente, sua boca aberta enquanto observava os frascos serem reorganizados e recolocados nas prateleiras, agora em ordem de cores. Quando os frascos pararam, a boca de Malfoy se fechou. Pegando a garrafa na mão de Harry, ele se afastou.
— Espere! — Harry disse, seguindo-o, mas Malfoy estava indo para a frente da loja, para a sala de trabalho atrás da caixa registradora.
Colocando o Wood Eye Bleach na mesa no centro da sala, Malfoy começou a tirar os frascos das prateleiras.
— O que você está fazendo? — Harry perguntou.
— Fazendo um bolo, — Malfoy disse com desdém. — O que eu pareço estar fazendo?