Depois de se certificar de que entendeu todas as instruções, Harry verificou o armário onde deveria estar a poção que Draco havia preparado. Parecia exatamente como Draco havia dito que deveria ser: uma gosma marrom-amarelada em uma garrafa de meio litro. Com a adição da Água da Vida, esta seria a cura que restauraria permanentemente a idade de Harry e Draco.
O primeiro lugar para procurar a Água da Vida seria o armazém onde a poção que deu início a tudo caiu sobre ele, mas Harry não tinha certeza do que fazer com Draco enquanto Harry estivesse fora. O eu adulto de Draco disse que queria passar o mínimo de tempo possível na companhia de Andrômeda, mas não disse que não deveria estar na companhia de Andrômeda.
Claro, Andrômeda perdoaria qualquer coisa que a criança Draco fizesse ou dissesse; ela poderia não ter tido experiência em primeira mão com seu "preconceito distorcido", mas já tinha experiência suficiente com suas irmãs. Ela saberia no que estava se metendo, mas não era isso que preocupava Harry. O problema não era se Andrômeda conseguiria perdoar Draco. A questão era se Draco conseguiria se perdoar.
O conteúdo da carta sugeria que isso era improvável e Harry queria salvar Draco disso. Ele queria salvar o eu mais velho de Draco de tudo. Ele queria dar a cura ao menino Draco e fazer com que ele se tornasse alguém que tivesse lembranças felizes de Harry Potter em sua infância. Ele queria que Draco se tornasse novamente alguém que entendesse que ele era mais do que seus erros, que poderia ser amado apesar deles, que poderia ser amado pela pessoa que se tornou por causa deles.
Então Harry não queria deixar Draco com Andrômeda, mas as únicas alternativas eram deixar Draco sozinho ou levá-lo para o armazém com ele. Apesar do Olho Que Tudo Vê e dos vários feitiços de proteção que Harry poderia usar, usá-lo seria potencialmente perigoso. Então, novamente, Dumbledore colocava Harry em situações perigosas o tempo todo. Quando Harry pensou no que poderia acontecer com a criança Draco, ele se perguntou como Dumbledore poderia ter feito isso. Dumbledore devia ter seus motivos, mas Harry tinha certeza de que o Draco adulto nunca faria isso. Andrômeda poderia ter feito isso. Hermione não faria isso. Draco enlouqueceu quando Harry entrou em um táxi, e Harry estava começando a suspeitar que Dumbledore não era o melhor exemplo de como um adulto deveria agir.
Então só havia uma opção: deixar Draco sozinho em casa. Harry também não ficou muito entusiasmado com esta opção, mas como parecia a mais viável, Harry começou a fazer os preparativos. Primeiro, ele verificou as alas de Elixires Especializados e as do apartamento acima da loja. Draco estava certo em se preocupar quando viu Vance em Grimmauld Place. Se Vance, ou Savage, por ter visto os dois no Gabinete dos Aurores, pensassem que Harry sabia sobre a rede de poções ilegais e seu fornecedor ilegal e vissem Draco com Harry, eles poderiam tentar silenciar Draco também. Mas nem Vance nem Savage estiveram aqui, e as proteções de Draco eram muito boas. Harry adicionou outra camada de proteção apenas por precaução, sentindo sua magia se misturar com a de Draco de uma forma que fez seus dedos se curvarem de prazer.
Ele então enviou uma coruja para Andrômeda, contando-lhe o que havia acontecido. Harry a conectou às enfermarias para que pudessem alertá-la se algo desse errado, e deixou claro que ela não deveria procurar Draco a menos que uma de suas enfermarias a alertasse, ou se ela não tivesse notícias de Harry depois de três horas. Harry não esperava que sua viagem ao armazém demorasse mais. Depois disso, tudo o que restou foi lançar feitiços de proteção no próprio Draco.
Quando Harry apareceu no andar de cima, encontrou Draco enrolado na cadeira florida com três livros no colo. Havia outros livros espalhados por toda parte, e Harry se lembrou de um Draco adulto estudando poções, com chá fumegante em seu cotovelo. Harry não pôde deixar de verificar se Draco havia encontrado os álbuns de fotos, mas uma olhada mostrou-lhe que Draco não apenas não conseguiu descobri-los, como também não parecia ter passado da primeira prateleira. O Patrono de Harry estava enrolado aos pés de Draco, parecendo sonolento. Draco nem olhou para ele quando aparatou.
