Junho de 2012
Harry Potter: 31 anosDraco Malfoy: 13 anos
Outras três horas se passaram, durante as quais Harry levou Draco de volta para a cama, alargou as roupas de Draco e tentou não se preocupar.
Segundo ano. Harry se lembrou de lutar contra um basilisco, de fazer polissuco, de participar de uma festa fantasma. Ele se lembrou de como conheceu Dobby, como Dumbledore teve que deixar a escola por um tempo, Colin Creevey virou pedra. Harry tentou se lembrar de Draco. Houve uma partida de Quadribol, ele tentou descobrir se Malfoy era o herdeiro da Sonserina. Draco chamou Hermione de sangue-ruim.
Merda.
Draco era uma criança. Um menino, e Harry o perdoou há muito tempo. Ele não tinha esquecido, Harry nunca esqueceria. Não deveria ser esquecido, nem por Harry nem por Draco, mas Draco havia mudado. Ele havia mudado muito desde a pessoa que disse a Harry que era imoral usar a Poção Polissuco para se transformar em alguém sem sua permissão, a pessoa que disse que Ron era um bom homem, a pessoa que fez de tudo para certificar-se de que Ron fosse um bom homem, que o Harry criança se sentisse amado e seguro.
Sentando-se, Draco engasgou.
Harry se preparou.
— Potter, — Draco disse.
— Draco, — Harry disse, sua voz muito cuidadosa.
— Eca, — Draco caiu na cama. — Você não pode simplesmente... ir embora? — Ele cobriu o rosto com as mãos.
— Preciso ter certeza de que você está bem, — disse Harry, se aproximando.
— Não acredito que perdi aquela partida de quadribol. Espera, — Draco se levantou novamente, olhando ao redor da sala, confuso. — Quem era o herdeiro da Sonserina?
— Uh... — Harry disse.
— O que aconteceu com todas as crianças que ficaram petrificadas? Porque...? — Draco olhou para Harry com olhos brilhantes. — Por que a Grifinória ganhou a Copa das Casas?
— Bem, havia um basilisco, — começou Harry.
— Eles te deram um milhão de pontos no último minuto de novo? — Draco disse, levantando-se da cama. — E... — ele parou. — Merda, você roubou Dobby?
— Hmm, — Harry disse, dando um passo para trás. — Seu pai o libertou.
— Ele nunca... o que diabos há de errado com você? Você existe para tornar minha vida miserável?
Harry não deveria dizer isso. Ele realmente não deveria dizer isso. Ele não tinha doze anos.
— Sabe, é realmente sua culpa ter perdido aquela partida de quadribol. — Aparentemente, Harry tinha doze anos.
— Foda-se, — Draco disse, caindo de volta na cama. Honestamente, ele nem parecia tão chateado, apenas cansado.
Harry se aproximou novamente.
— Está se sentindo bem? Dói em algum lugar?
— Eu disse vá se foder, — Draco disse, cobrindo os olhos com o braço. — Por que você tem que ser tão...? Ugh! — Seu rosto ficou ainda mais comprido, finalmente perdendo o resto da gordura. Harry podia ver aquelas maçãs do rosto salientes agora, o queixo pequeno e pontudo. Seu nariz havia se alargado, mas não muito, tornou-se mais definido do que antes. Sua pele não era tão clara, de cor pálida, mas agora estava um pouco manchada. De repente, Draco tirou o braço dos olhos e sentou-se com os cotovelos na cama. — Você e seus amiguinhos amarraram Crabbe e Goyle e os deixaram nus em um armário?