Dez minutos depois, Andrômeda, Draco e Harry estavam sentados na cozinha, cada um segurando xícaras de chá. Andrômeda também comia biscoitos, o que melhorava sua imagem, na opinião de Harry, embora ela parecesse um pouco severa. Draco havia explicado que ela era a avó de Teddy Lupin, e que Teddy Lupin era o afilhado de Harry. Harry não conseguia imaginar ter um afilhado, mas supôs que a avó de seu afilhado deveria estar bem.
Draco também havia explicado a Andrômeda sobre a poção de rejuvenescimento e o que havia acontecido no Ministério e na casa de Harry.
— Eu tinha ido com ele para um armazém, — Draco disse. — Po-Harry disse que achava que poderia ser a base de operações de uma quadrilha ilegal que ele estava tentando rastrear. Eu ia... eu o ajudei com a identificação de poções antes disso. Acho que nunca mencionei isso para você.
— Mas Harry mencionou, — disse Andrômeda.
— Ele mencionou? — Draco tomou um gole rápido de seu chá.
— Oh, sim. Ele ficou irritado porque você parecia ser o único bom o suficiente em poções para ajudar o departamento.
— Ah, — Draco pousou sua caneca com um estrondo.
— E eu fiquei impressionada com o quão disposto você sempre estava para ajudar, — continuou Andrômeda.
— Meu eu mais velho disse a Draco que ele era o único em quem ele podia confiar, — disse Harry, porque mesmo que seu eu mais velho fosse um idiota, pelo menos ele havia dito uma coisa legal.
— Isso faz sentido, — disse Andrômeda, tomando seu chá educadamente. — Se Harry suspeitasse que o Ministério estava envolvido, a melhor ajuda viria de alguém completamente não relacionado a ele. Harry, — ela continuou, colocando o chá na mesa e se levantando, — você deve estar cansado. Vou preparar a cama de Teddy para você.
— Eu não estou cansado, — Harry disse, bocejando logo após suas palavras.
— Você teve um dia muito emocionante, — disse Andrômeda. Sua cozinha era muito maior que a de Draco, com bancadas de mármore e armários de madeira escura. Harry não achou que era tão legal quanto a cozinha de Draco, mas era muito mais legal que a de Petúnia. Dentro havia uma geladeira e um telefone, embora parecessem antiquados.
— Eu vou ajudar Draco a resolver o mistério, — Harry disse.
— De manhã, — Draco disse, também se levantando e pegando a mochila que trouxera.
Harry se virou para ele.
— Você não vai me deixar aqui, vai?
— Nós dois vamos ficar aqui esta noite, — Draco disse, estendendo a mão.
Harry a pegou, e eles seguiram Andrômeda pela sala e por um corredor.
— Onde Draco vai dormir? — Harry perguntou enquanto caminhavam pelo corredor com painéis de madeira. A casa era bonita, mas parecia um pouco velha. — Há beliches?
— Eu fico no sofá, — Draco disse.
— Eu quero que você durma em uma cama, — disse Harry, quando eles entraram em um quarto.
O quarto era muito legal, apesar dos mesmos lambris. Ele tinha pôsteres, e as pessoas nos pôsteres eram intimidadoras, mas de um jeito frio, com moicanos, cabelo rosa e piercings no nariz. Eles seguravam coisas como guitarras e baquetas e pareciam estar gritando, mas não dava para ouvir. A cômoda estava coberta de adesivos e no chão havia um tapete que rangia sob os pés. Os lençóis eram prateados, mas mudaram de cor quando Andrômeda os desamarrou.
— Teddy é mais ou menos do mesmo tamanho, pelo que posso ver, — Draco disse.
— Onde ele está? — Harry perguntou, olhando em volta como se Teddy pudesse se materializar da porta de madeira em forma de sanfona no canto, que devia levar a um armário.