Não acredito que estou revivendo este momento com Henry. Seu abraço é real, caloroso e reconfortante, como nos velhos tempos.
— Henry... Como é possível que você esteja aqui... Você está vivo — digo, emocionada, enquanto ainda o abraço.
Ele se afasta um pouco para me olhar nos olhos, e vejo um misto de alegria e tristeza em seu olhar.
— Clara, preciso que você entenda. Não estou realmente aqui. — A voz de Henry assume um tom suave, e sua expressão se torna séria.
Uma sensação de desespero começa a se formar em meu peito, e meus olhos buscam os dele em busca de respostas.
— O que você quer dizer? — pergunto, temendo a resposta.
Ele acaricia gentilmente meu rosto, como se quisesse apagar minha angústia com um toque.
— Clara, você precisa aceitar a verdade. Eu não estou vivo. Estou aqui de alguma forma, mas não da maneira que você pensa. — Henry fala com ternura, mas suas palavras carregam um peso insuportável.
O entendimento lentamente se infiltra em minha mente, como se uma cortina fosse puxada, revelando a dura realidade. Meus olhos se arregalam de horror, e sinto um nó apertar minha garganta.
— Não... não pode ser verdade... Você está aqui comigo agora... — balbucio, recusando-me a aceitar a cruel verdade.
Henry abaixa a cabeça, como se sentisse a dor que suas palavras causaram.
— Clara, eu morri. Eu fui assassinado. — ele diz a palavra que ecoa como um trovão em minha mente, fazendo com que meu coração se contraia de dor.
— Mas... Como é possível que você esteja aqui então? Como isso pode estar acontecendo? — Minha voz treme enquanto as lágrimas rolam livremente pelo meu rosto.
Henry suspira, tentando explicar o inexplicável.
— Não sei exatamente como ou por que estou aqui. É como se minha presença estivesse entre dois mundos, entre a vida e a morte. Eu sinto sua dor, Clara, sua saudade. E é por isso que estou aqui agora. Quero que você saiba que estou sempre com você, de alguma forma.
A perplexidade toma conta de mim. Meu melhor amigo, cuja morte eu ainda não havia completamente aceitado, está diante de mim, de uma maneira que desafia a lógica.
— Henry, eu sinto tanto a sua falta. — Minha voz sai embargada. — Eu queria tanto que você tivesse comigo... Eu queria tanto que você tivesse conhecido o Henry Miguel... Eu dei o nome do bebê em sua homenagem, junto com o do meu pai.
Henry olha para mim com olhos cheios de tristeza e compreensão. Seu toque é suave, como se tentasse confortar a dor que se espalha dentro de mim.
— Clara, você fez escolhas incríveis, e estou incrivelmente orgulhoso de você. Eu vi você ser forte, enfrentar desafios e construir uma família linda. Eu estou sempre presente, de alguma forma, nos momentos que você vive. E saiba que eu amo o nome do Henry Miguel. É uma homenagem linda.
Enquanto ele fala, um vento suave percorre o bosque, fazendo as folhas dançarem em volta de nós. É como se a própria natureza estivesse respondendo à nossa conversa incomum.
— Henry, eu... não sei o que fazer. Como aceitar que você se foi, mas ainda está aqui comigo? — Minha voz vacila, lutando para compreender a complexidade desse encontro entre dois mundos.
Ele me abraça mais uma vez, um gesto de consolo que transcende a fronteira entre a vida e a morte.
— Clara, a vida é um mistério, e o amor é a ponte que conecta todos os mistérios. Eu sempre estarei no seu coração, nos seus pensamentos. Siga em frente, viva a vida que merece. Eu estarei observando e torcendo por você.
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O Professor - Livro 2
Roman d'amourApós Clara descobrir que o atual namorado de sua mãe é na verdade Eric, seu ex-namorado, ela se vê diante de um grande dilema e precisa decidir se deve confrontá-los ou guardar segredo. Enquanto isso, Dylan retorna à cidade para tentar superar seus...