ᴺᵃ̃ᵒ ˢᵉⁱ ᵒ ᵠᵘᵉ ᵉˢᵖᵉʳᵃʳ

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O contato de meus pés descalço enquanto subo em uma árvore, usando força nas pernas para me manter estável,  quando ergo meus braços até um galho, o segurando com as mãos.
Erguendo meu corpo para cima, finalmente conseguindo sentar no galho.

Respiro fundo , levando minha mãos para trás de minhas costas, aonde meu cajado de madeira está , sendo apoiado por um aljava.
Puxo o cajado, ao mesmo tempo que me levanto no galho, me equilibrando em sua ponta, andando pelo galho indo para sua extremidade mais fina.

A altura que  se eu desequilibrar e cai, será fatal, mas estranhamente não temo cair.
Mais um ano já se passou dês da última vinda dos incontroláveis, e de tanto ficar na floresta, tenho desenvolvido melhor minhas habilidades de coletora.

Ergo meu cajado, levando sua parte encaracolado  ente um galho, o puxando para baixo, fazendo com que as folhas cheguem bem perto de mim.
Agora, consigo alcançar com facilidade os brotos de goiaba.
Os quais se preparados em um chá, são ótimos para problemas intestinais.

Depois de minha sacola estar com uma quantidade boa  de brotos, não resisto em pegar algumas frutas para meu próprio consumo, as colocando dentro da própria bolsa.

Retiro o cajado de entre os galhos, o voltando o por dentro da aljava, me sentando novamente no galho, me encostando na árvore.
Levo minha mãos até a bolsa, pegando a fruta, dando uma mordida, sentindo o sabor doce invadir minha boca.

Contemplo o céu, em que o sol começa a nascer no horizonte, a brisa suave porém gelada bate em meu rosto, enquanto observo os belo tons claros, espulsarem a escuridão.

Eu amo ver o nascer do dia na floresta, a forma como tudo é mais calmo, como tudo parece estar conectado e vivo.
Mas não é por isso que estou aqui hoje. Hoje é aquele dia do ano, em que somos visitados pelos Berserker.

Como trabalho na casa de cura, os remédios nunca podem estar em falta e por eu ser a mais, habita a  pegar os ingredientes, que não são tragos por Jhorram, a opção mais viável, era eu recolher os itens  necessários hoje. 
Que no caso seria, repor nossas reservas de brotos de goiaba.

Finalmente terminando de mastigar o último pedaço do fruto, contemplo por mais alguns segundos a doce censação, dos ventos batendo em meu rosto, chacoalhando meus fios de cabelo.
Bela censação, a qual desperta uma dúvida no amago do meu ser.

-Como será voar ?~

Murmuro para mim mesmo, olhando o céu mais uma vez, até um som chamar minha atenção, o qual parecia um grunhido.
Me levanto do galho, fazendo exatamente o que meu pai tanto dizia dês pequena, para eu nunca fazer .
Seguir os barulhos das " feras"

Subindo mais a árvore, até chegar no seu topo, a um ponto que dava para ver  uma grande ária da floresta, ao ouvir novamente os sons  de grunhidos, abaixo meu corpo.
Olhando para árvore ao lado, aonde era possível ver um grupo de terríveis terrores, se espreguiçando nos galhos das árvores.

Em que deitavam um em cima dos outros para se aquecerem, era algo tão admirável e adorável de se ver.
Por alguma razão, me lembra quando eu deito em cima das costas de Soluço, quando o vejo de bruços na cama.
Já foram inúmeras as vezes, que nosso pai relatou ter chegado em nosso quarto e nós viu dormindo assim, um em cima do outro.

O que me faz pensar, que provavelmente são da mesma linha-da de filhotes.

-Uma família~

Digo dando um sorriso, deitando minha cabeça, observando por mais alguns segundos aquela cena.
Nesse  tempo, uma das pequenas criaturas, boceja se espreguiçando, abrindo suas asinhas e chacoalhando ser rabo.

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