ᴾᵃˡᵃᵛʳᵃˢ ᶜᵒʳᵗᵃᵐ ᶜᵒᵐᵒ ᵃᵈᵃᵍᵃˢ

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Com meus cabelos úmidos assim como a toalha branca em minhas mãos, andava por minha casa, descendo as escadas até a porta de saida dos fundos, aonde tem um pequeno varal,aonde usamos para estender as roupas molhadas.

A noite estava fria, como sempre. Berke é um lugar frio, sendo que praticamente neva três meses por ano, o resto do ano parece que cai granizo.

Me encontro na ponta dos pés, enquanto uso dois pedaços de madeira, para estender a toalha no varal, não precisa dizer como isso é humilhante.
O varal praticamente bate no peito de meu pai e enquanto para mim, bem, deve dar três de mim.

Anoto mentalmente que tenho que pedir um banquinho feito sobre medida para bocão, para ter um mínimo de dignidade estendendo a toalha.
Depois de concluir meu desafio diário, volto para casa.

Andando pelos corredores, com a intenção de encontrar as escadas que levam ao meu amado quarto, vejo que a lamparina de um dos quartos de hóspedes está ligada.
É o quarto que Wosvald vai passar a noite, Dagur está provavelmente no quarto ao lado , mas sua luz está apagada, deve está dormindo.

Eu ia apenas seguir meu caminho, porém meu corpo para de se mexer assim que, ouso a voz de meu pai falando meu nome.
Mas não era me chamando, estava falando de mim para Wosvald.

-Não sei o que vou fazer com a Liv

-Tenho certeza que a situação não é tão grave quando pensa

-Certeza ? Hoje a fiz usar uma calça por baixo do vestido, mas não só pelo frio .Ela repleta de machucados e marcas roxas na perna.

-Ela é uma criança Stoico , na idade dela não tinha metade dos nossos dentes de leite, inclusive bocão perdeu um permanente

-Ela não é como as outras crianças, ela não brinca nem fala com ninguém, ninguém além do Soluço

-Talvez so seja difícil dela conversar com as outras crianças, seu filho Soluço também é assim

-Meus filhos são muito, diferentes.Soluço pelo menos, trabalha com bocão e consegue falar com outras pessoas, mas a Liv, não é assim

Diz meu pai suspirando pesadamente, parecia fadigado.
Palavras nunca foram tão cortantes,me cortavam minha alma como adagas.

-O que eu faço com ela, Wosvald?

-A ponha em um emprego, funcionou para Soluço,né ?

-É, talvez seja uma solução

Eu sei que meu pai se preocupa comigo,mas a conversa que eu ouvi parece que seu efeito me corroe, um diálogo que veio amargo em minha garganta.

Meus olhos estão marejados ,sinto meu corpo pesado como se minha energia estivesse sendo drenada.
A ideia de ser um peso para minha família, sempre tem conturbado minha mente porém, a afirmação dessa hipótese pelas palavras de meu pai, fazem meu peito doer.

Levo minhas mãos até o centro do meu peito, apertando com força o tecido do peu pijama, normalmente quando estou tensa, me concentro nas texturas do tecido de minha roupa.
Mas nem isso está ajudando.

Volto a andar pelos corredores, mas novamente paro, ao ouvi um barulho.
Mas agora não eram vozes mas sim, suspiros de sono.
Olho para a direção do barulho, me deparando com uma porta entreaberta.
Não era qualquer quarto, era o quarto de Dagur.

Sem raciocínio, entro pela fresta da porta , botando metade do meu corpo para dentro do quarto.
A lamparina estava apagada, porém, avia um pouco de iluminação vinda do corredor, o que podia me permitir enchegar seu interior.

E deitado na cama, estava ele,Dagur O Ensandecido; Ironicamente, ele dormia com o rosto relaxa, não era irritado, maluco ou tedioso.
Era uma expressão, calma, era até quase adorável.

Tirando o fato de seu coque de cabelo, que ainda avia enrolado a chave da gaiola, aonde ele aproximou Perna De Peixe.
Realmente, só é adorável dormindo, acordado é um discipulado do próprio Loki _deus das travessuras_

Retiro meu corpo dentre da porta, voltando para o corredor, aonde continuo meu rumo até meu quarto, aonde Soluço já dormia profundamente.
Acho que ele estava exausto, não era surpresa, o nosso convidado tem muita energia.

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