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Analu 🌸

Eu não ficaria mais nenhum segundo naquela casa, não depois do que eu descobrir, e sabendo que aqueles dois filhos da puta sabiam de tudo.

Eu voltaria pra minha casa, lugar de onde eu nunca devia ter saído.

Peguei apenas meu passaporte, vestir algo quente e sair pela janela do quarto. Na frente da casa conseguir pegar um táxi.

Não conseguia conter as minhas lágrimas.

Xxx: Signorina, sta bene? (Senhorita, você está bem?) - o taxista virou por um instante e me olhou.

Não foi difícil entender o que ele tinha falando, apensas assentir com a cabeça que sim.

Eu não tinha certeza que conseguiria uma passagem assim, de última hora, mais eu tentaria.

O tempo não estava um dos melhores, mas eu tinha fé que eu ia conseguir sair desse país o mais rápido possível.

Xxx: Signorina, dovrò tagliare la strada, sul viale principale c'è stato un incidente ed è tutto fermo. ( senhorita, vou ter que cortar caminho, na avenida principal teve um acidente e está tudo parado.)

Era o que me faltava.

Peguei o celular foi no tradutor e escrevi faça como quiser, mas seja rápido! e mostrei para ele.

Ele apenas concordou.

[...]

Eu voltaria logo para casa. Tinha conseguindo, agora só seria algumas horas para mim chegar no Brasil.

Seria algumas horas bem longas, mas eu teria tempo para pensar no que eu iria fazer, já que a única certeza que eu tinha era que eu queria voltar para o Brasil.

Bem, isso eu já tô fazendo.

Eu tava tão cansada, a palavra certa seria exausta. Eu queria chorar, mas não tinha mais lágrimas, meus olhos estavam queimando, mas não saia nada.

A única coisa que eu conseguia sentir era raiva, uma raiva tão grande, a sensação que eu tinha era que a qualquer momento eu explodiria. Além da raiva veio a decepção.

Engraçado, eu nunca imaginar que eu passaria por uma coisa dessas, me sinto uma palhaça, por ter sofrido esse tempo todo, por ter me entregado as drogas, por ter me entregado a esse mundo, que o único destino é morrer.

Minha vida tinha sido uma mentira sem fim, na verdade ela sempre foi. Como pode, eu ter passado por tudo isso, e continua amando a pessoa me mais me fez sofrer, que me fez eu me tornar essa pessoa que eu sou hoje, depende, de tudo e de todos.

Eu lembro que quando sair da casa da minha mãe, eu era uma pessoa forte, nada me abalava, não era a atoa que fui morar sozinha com apenas dizesseis anos.

Sinceramente, eu estava procurando a coragem que a aquela menina de quatorze anos tinha, eu precisava tanto pra enfrentar o que vinha pela frente, porquê eu sabia que aquilo não tinha sido o fim.

O inferno na minha vida só estava começando, e eu não tinha certeza se eu vou da conta.

[...]

Depois das 17horas difíceis da minha vida dentro daquele avião ele pousou em São Paulo Guarulhos, de lá peguei outro avião para o Rio.

Cheguei no Rio por volta das 19horas da noite, peguei um táxi e fui para o meu morro.

Eu quase não me aguentava em pé, mais ainda tive que anda mais um pouquinho, já que o táxi não quis me deixar no pé do morro.

Paulista: Não, mentira, ihhh ala, Analu? É tu mermo cara?

Analu: não, é a gêmea dela... palhaço.

Paulista: que saudade eu tava de tu mandada - me abraçou. — caralho, é tu mermo, pensei que eu nunca mais ia te ver.

Analu: não é pra tanto.

Se afastou.

Paulista: cadê tuas coisas?... eu não sabia que tu voltaria, os mlk não comentaram nada.

Analu: não trouxe nada, não precisei. Eles também não sabem.

Paulista: ih ala, então vamo avisar então.

Antes de eu tentar negar, ele pegou o radinho e acionou.

Paulista: Aaé bando de porra, Analu tá de volta, a patroa tá de volta porra

Analu: pra quê isso porra?

Paulista: não escutou não, a patroa tá de volta -riu. — vamo, os mlk tão tudo no bar do seu Zé.

Fui com ele até a moto, subir e fomos para o bar.

Analu 3Onde histórias criam vida. Descubra agora