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Cont...

Entrei na salinha, tava lá os dois sentando um em cada lado de um canto da parede.

Analu: e ai, tão suave agora?

Nenhum dos dois disse nada.

Analu: então tá né, tão liberado do castigo, podem sair. - observei os dois se levantaram, vieram os dois ao mesmo tempo em minha direção, continuei parada, observando.

Passaram ao mesmo tempo do meu lado, lobo tombou no meu ombro enquanto passava, ignorei o fator dele ter quase me levando junto e sair da salinha também.

Menor: parece que eles não gostaram muito de ficar aqui. - falou quando me viu sair da sala. — quase te levou com ele patroa - riu.

Observei os dois entrarem no primeiro beco que avistaram.

Analu: eu não to nesse mundo pra agradar ninguém. Tô indo pra boca, fecha a salinha aí, fé pra tu.

Menor: fé.

Sair no rumo da boca.

[...]

Tinha dado o horário do almoço, fui eu e o tico para o boteco da dona Raimunda.

Analu: namoral, esse teu bandeco não tá com a cara boa não... que porra é essa, isso aqui é frango? - mexi com o garfo.

Tico: tá parecendo

Analu: cadê a porra do tempero?

Tico: ôh dona Raimunda, cadê a porra do tempero desse frango, isso aqui tá branco - empurrou o bandeco para o meio da mesa. — vou querer outro bandeco aqui, a senhora tá tirando com a cara do cara.

Fiz cara de nojo.

Tico: tá falando é tempero aqui é? - falou alto

Ele falou de um  jeito que me fez rir.

Analu: ainda bem que pedi um churrasquinho.

Vi Luizinho entrar.

Luizinho: e ai, família, coé a boa? - puxou uma cadeira e se sentou.

Tico: a boa é que a dona Raimunda ia me matando com esse frango cru dela.

Neguei rindo.

Xxx: larga de reclamar e pega esse outro bandeco - ela chegou com a cara não muito boa.

Luizinho: vou querer um também, que nem o da Analu. - concordou e saiu. — e tu - me olhou. — o que tá dizendo?

Analu: tô dizendo nada meu parceiro - enfiei um pedaço de carne na boca.

Tico: aí, nosso almoço vai ter uma atração. - cutucou o Luizinho.

Olhei pra ver do que ele tava falando.

Gl, lobo e a mina que tava se insinuando pra ele, entram no boteco.

Se sentaram duas mesas depois da nossa.

Luizinho: não liga, ele só tá te testando. - pousou a mão sobre minha perna.

Analu: ih sorriso, tô de boa - descansei na cadeira. — eu tenho mais com que me preocupar. - enfiei outro pedaço de carne na boca.

Escutei a mina gargalha alto.

Xxx: vocês dois são uma graça. - escutei ela dizer.

Tico me olhou, podia jurar que ele tava prendendo o riso.

Analu: come calado e rápido, a gente tem plantão.

Luizinho: pensei que o plantão de vocês eram só pela parte da manhã.

Neguei enquanto bebia o suco.

Analu: hoje é o dia todo.

Concordou.

Analu: vem cá, alguém viu a jasmine hoje? - peguei o guardanapo e limpei a boca.

Luizinho: escutei uma conversa dela e da Júlia mais cedo, parece que ela não vai botar as cara por aqui hoje.

Tico: folga, é isso mesmo? - cruzou os braços. — cadê a minha?

Analu: iih, nem vem. - me levantei. — Ó dona Raimunda, coloque na conta do Luizinho que ele vai pagar - gritei. — vamo tico.

Luizinho: vou pagar nada não.

Analu: vai sim sorriso. - dei dois tapinha nas costa dele. — de noite brota lá por casa, quero levar um lero contigo. – sorriu. — ih, colfoi sorriso, euem. - sair do boteco.

Ajeitei a fuzil, esperei tico subir na moto, mais atrás subir e a voltou pra boca.

Analu 3Onde histórias criam vida. Descubra agora