Acho-me neste desconcertante cruzamento de caminhos, enredado no labirinto de emoções que fervilham dentro de mim. S/n, a pessoa que outrora me pareceu uma constelação inexplorada que descobri, tornou-se agora um enigma com o qual luto para decifrar. A nossa relação — antes uma sinfonia de risos e segredos partilhados — agora parece uma melodia enigmática, cada nota carregando um ponto de interrogação.
A incerteza foi-se instalando lentamente, como nevoeiro que se ergue no horizonte, borrando a clareza do nosso vínculo. Terá sido a maneira como o riso de S/n soava de forma diferente? Ou talvez a subtil mudança na forma como as nossas conversas persistiam com palavras por dizer? Não consigo identificar o momento exato em que as dúvidas começaram a brotar, mas elas estão aqui, lançando sombras sobre o que costumava ser familiar.
Os nossos dias juntos começaram a assemelhar-se a uma dança sobre gelo fino, cada passo cauteloso, com medo de desfazer o delicado equilíbrio que construímos. Apanhei-me a duvidar das minhas palavras, a questionar se estas chegariam suavemente ou se inadvertidamente desencadeariam uma tempestade. Parecia como caminhar num campo minado de expectativas não ditas, sem saber qual passo poderia desencadear uma reação.
O sorriso de S/n, outrora o farol que me guiava através de mares tempestuosos, agora tinha um véu subtil, escondendo pensamentos que eu não conseguia decifrar. Seria um reflexo das minhas próprias incertezas, ou a nossa antiga sintonia começou a afastar-se? Ansiava pela facilidade que outrora partilhávamos, onde as conversas fluíam sem esforço e os silêncios eram reconfortantes, não sufocantes.
A dor da confusão instalou-se profundamente, roendo as margens do meu coração. Tentei dissecar as nossas interações, procurando pistas, indícios que pudessem decifrar o enigma que a nossa relação se tornara. As noites transformaram-se em horas passadas a analisar cada conversa, cada toque persistente, procurando consolo em entender o que mudara.
Questionei-me implacavelmente. Teria sido o meu próprio medo de vulnerabilidade a lançar esta névoa sobre a nossa ligação? Teria eu construído inadvertidamente barreiras que dificultaram a nossa intimidade, confundindo independência com distanciamento? Ou seria uma mudança inevitável, a evolução de duas almas em trajetórias diferentes, eventualmente a afastarem-se?
A turbulência interna intensificou-se a cada dia que passava, uma tempestade ameaçando consumir a tranquilidade que outrora partilhávamos. Encontrei-me a andar de fininho à volta de tópicos nos quais costumávamos mergulhar de cabeça, temendo as ondas que poderiam criar. A incerteza erguera barreiras entre nós, transformando o que antes era um santuário num território desconhecido cheio de hesitação.
Os gestos mais simples tornaram-se carregados de perguntas não ditas. Estaria o toque dos nossos dedos entrelaçados em busca de tranquilidade ou apenas roçando nos vestígios do que costumava ser? A suavidade na voz de S/n escondia significados ocultos ou seria a minha mente a pregar-me partidas, procurando padrões no caos?
Nos momentos de solidão, ponderava sobre o caminho à frente. Deveria confrontar estas incertezas, desvendar os nós que entrelaçavam o nosso vínculo e arriscar descobrir verdades que poderiam magoar? Ou deveria deixar a incerteza nebulosa persistir, preservando a semelhança de paz a custo de viver num estado perpetuo de dúvida?
A ideia de perder o que partilhávamos, mesmo que se tivesse transformado num enigma, fez-me arrepiar. As memórias que construímos, as gargalhadas que ecoavam nos cantos da minha mente, tinham um valor que eu não conseguia quantificar. No entanto, o peso da incerteza pressionava-me, clamando por resolução, por clareza, por um caminho para navegar através desta névoa que obscurecia a nossa ligação.
Assim, aqui estou, no cruzamento entre o amor e a confusão, lutando com questões que parecem não ter respostas fáceis. O coração anseia pelo calor da familiaridade, enquanto a mente anseia pela clareza que talvez só venha ao abraçar o desconforto da incerteza. Por agora, permaneço neste limbo, esperando que, no meio da névoa, um farol de compreensão eventualmente surja, guiando-nos de volta ao santuário que outrora chamávamos de nosso.
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