Vernon (Seventeen)- If I was your Boyfriend

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Encontro-me a pairar à entrada da movimentada cafetaria, os dedos a bater nervosamente no lado das minhas calças de ganga. Já estive aqui inúmeras vezes antes, mas hoje parece diferente. Hoje, tudo depende de uma única conversa, um momento crucial que poderia mudar tudo. Ela está sentada junto à janela, a luz do sol a dançar no seu cabelo, absorta num livro. S/n. Sempre que a vejo, é como se o mundo parasse por um momento, e tudo o que vejo é ela.

Respiro fundo, convocando toda a coragem que tenho, e dirijo-me na sua direção. Cada passo parece mais pesado, como se estivesse a arrastar um segredo pesado que ameaça transbordar a qualquer momento. Ao alcançar a mesa dela, ela olha para cima, um sorriso caloroso a surgir no seu rosto. É reconfortante e ao mesmo tempo angustiante. Mexo os pés, de repente a sentir-me autoconsciente.

"Hey, Vernon! O que se passa?" A sua voz é alegre, os olhos curiosos.

"Hey, hum, posso sentar-me?" Consigo perguntar, as palavras tropeçando umas nas outras como dançarinos desajeitados.

"Claro! Por favor, senta-te." S/n aponta para a cadeira vazia em frente a ela, e eu deslizo para ela, o meu coração a bater como um solo de bateria.

Por um momento, as palavras que ensaiei inúmeras vezes desaparecem no ar, deixando-me à procura de algo coerente para dizer. Mas então lembro-me por que estou ali. É agora ou nunca.

"S/n, tenho querido dizer-te algo... algo que tem estado na minha mente há algum tempo," começo, a minha voz um pouco trémula, mas avanço. "Sempre te admirei, sabes? A tua bondade, a tua paixão pelas coisas que amas... E ultimamente, percebi que o que sinto por ti vai além da amizade. Eu... Eu gosto mesmo de ti, S/n. Mais do que apenas como amiga."

A expressão dela suaviza, e ela ouve atentamente, um leve rubor a surgir-lhe nas bochechas. "Vernon, eu... Eu tinha uma ideia. Quero dizer, tenho notado... coisas. E acho... sinto o mesmo." As suas palavras pairam no ar, preenchendo o espaço entre nós com uma esperança frágil.

Uma avalanche de emoções percorre-me – alívio, alegria e uma sensação avassaladora de incredulidade. Será que isto está realmente a acontecer? Mas depois a dúvida surge. E se estiver a interpretar mal as palavras dela? E se estiver prestes a cometer um erro colossal?

"Eu... Eu não quero arruinar a nossa amizade," confesso, a minha voz mal acima de um sussurro. "Não conseguia guardar isto só para mim, mas se não sentires o mesmo, compreendo. Valorizo o que temos, e não quero perder isso."

S/n estende a mão através da mesa, encontrando a minha, e uma onda de calor percorre-me ao toque. "Vernon, eu também valorizo a nossa amizade, mais do que tudo. E também não quero perdê-la. Mas... também tenho pensado nisto. E talvez... talvez arriscar algo mais não estrague o que temos. Talvez até o torne ainda melhor."

As suas palavras pairam no ar, e sou atingido pela coragem na sua vulnerabilidade. Talvez, apenas talvez, este salto de fé nos possa levar a algo extraordinário.

"Gostaria disso," digo, um sorriso a alastrar-se pelo meu rosto, incapaz de conter a minha felicidade. "Gostaria mesmo disso, S/n."

E assim, o peso que estava sobre os meus ombros levanta-se, substituído por uma leveza recém-encontrada. Passamos o resto da tarde a falar, a rir e a partilhar histórias como se nada tivesse mudado, mas tudo se sente diferente — da melhor maneira possível.

Os dias transformam-se em semanas, e as semanas em meses. A nossa amizade floresce numa bela relação, cheia de risos, compreensão e um sentido partilhado de aventura. Descobrimos novos lados um do outro, abraçando as peculiaridades e nuances que nos tornam quem somos.

Uma noite, enquanto estamos sentados sob um manto de estrelas, de mãos dadas, encontro-me a lançar olhares furtivos a S/n, maravilhado com a forma como a luz da lua pinta os seus traços com um brilho suave. Respiro fundo, sentindo uma onda de gratidão pelos altos e baixos que me levaram a este momento.

"S/n," começo, o meu coração a palpitar com uma emoção nervosa. "Há algo que tenho querido perguntar-te..."

E enquanto olho nos olhos dela, cintilantes com o mesmo afeto que enche os meus, sei que, aconteça o que acontecer a seguir, estou exatamente onde devo estar — com ela, a escrever a nossa própria história, uma repleta de amor, coragem e a beleza de arriscar.

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