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Ji Chang-wook (Ator)- That Should be me

O silêncio do apartamento vazio ecoava mais alto do que alguma vez imaginei. A solidão era ensurdecedora, cada canto uma assombrada lembrança do que outrora existiu. Sentei-me na ponta do sofá, os dedos roçando o tecido familiar, traçando memórias de risos e momentos partilhados que agora pareciam sonhos distantes. S/n, o amor da minha vida, seguiu em frente, e eu fiquei para trás, afogado num mar de desgosto e arrependimento.

Ela era o sol no meu céu, o calor que preenchia os meus dias de significado. Desde o momento em que os nossos caminhos se cruzaram, soube que ela era especial. A sua risada era contagiante, a sua bondade um farol que me aproximava. Construímos um mundo juntos, repleto de promessas sussurradas e sonhos entrelaçados. Mas algures pelo caminho, perdi de vista o que verdadeiramente importava.

O peso do arrependimento instalou-se pesadamente nos meus ombros enquanto eu revivia os momentos em que dei por garantida a presença dela. As noites tardias no trabalho, os aniversários perdidos, as inúmeras promessas que fiz mas falhei em cumprir. Na busca pelo sucesso, perdi a coisa mais preciosa da minha vida — ela.

Olhei para as fotografias espalhadas pela mesa de café. Cada imagem continha uma história, um instantâneo da nossa felicidade congelada no tempo. A forma como ela olhava para mim com aqueles olhos cheios de amor e confiança, era um tesouro que não percebi que estava a perder até ser tarde demais. E agora, ela estava com outra pessoa, alguém que talvez valorizasse a presença dela mais do que alguma vez fiz.

A dor no meu peito era insuportável, um lembrete constante do vazio que ela deixou para trás. Fechei os olhos, esperando encontrar consolo na escuridão, mas o rosto dela assombrava-me. Como facilmente a deixei escapar, cego pelas minhas próprias ambições e desejos egoístas.

Estendi a mão para o telemóvel, hesitando antes de percorrer as nossas mensagens antigas. Cada palavra, cada emoji, era um agridoce lembrete da nossa história de amor, uma história que agora parecia uma tragédia. Queria ligar-lhe, pedir por outra oportunidade, mas sabia lá no fundo que algumas feridas não se curam com desculpas.

O som da chuva a bater contra o vidro da janela acrescentava-se à melancolia que me envolvia. Era como se até a natureza conseguisse sentir a tristeza no meu coração. Levantei-me, percorrendo os quartos vazios, tentando afastar a sensação sufocante da perda.

As memórias voltaram em força, dominando-me com a sua intensidade. A forma como costumava ajeitar uma madeixa de cabelo atrás da orelha quando estava nervosa, o sabor do seu café favorito a pairar nos seus lábios, a maneira como se enrolava ao meu lado nas manhãs preguiçosas de domingo. Agarrei-me a estas memórias como tesouros frágeis, com medo que desaparecessem como névoa ao sol da manhã.

O arrependimento corroía-me, rasgando-me a alma com precisão implacável. Desejei poder voltar atrás no tempo, reescrever o enredo da nossa história de amor e ser o homem que ela merecia. Mas o tempo era um mestre impiedoso, e eu fiquei para enfrentar as consequências dos meus atos.

No silêncio da noite, murmurei um pedido de desculpas para o vazio, esperando que de alguma forma, em algum lugar, ela ouvisse a sinceridade na minha voz. Desejei-lhe apenas felicidade, mesmo que isso significasse encontrá-la nos braços de outra pessoa.

Com as primeiras luzes da alvorada a espreitarem pela janela, fiz um voto silencioso de aprender com os meus erros. Não podia mudar o passado, mas podia esforçar-me por ser uma versão melhor de mim mesmo. S/n tinha-me ensinado o verdadeiro significado do amor e, embora já não estivesse ao meu lado, a sua presença permaneceria para sempre como um lembrete do que tinha perdido e do que poderia tornar-me.

Com um coração pesado e a determinação de corrigir os meus caminhos, entrei num novo dia, carregando o peso do arrependimento como companheiro constante, um testemunho de um amor que me escapou pelos dedos.