Capítulo - 10

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POV - Hope

Tom me acordou cerca de quatro horas antes do horário do voo, eu o mataria, se isso não fosse deixar a Zendaya triste, hoje é o dia que vamos visitar a ilha que eles planejam realizar o casamento, como já previsto, ele está extremamente empolgado, ele não para de dizer o quão bonito o lugar é, e o quão perfeita vai ser o casamento deles.

chegamos na pista do aeroporto e já avisto o jatinho, o ator não aguenta de empolgação e sai correndo na frente me deixando para trás, acabou sorrindo, ele sempre foi assim, empolgado com a vida, eu amo isso, e amo mais ainda que ele tenha achado alguém igual a ele, me sinto como uma mãe aliviada pelo filho estar feliz com alguém que ama.

o avião é da Zendaya, mas todos nos usamos, e quando o fazemos repomos a gasolina, já saimos com ele diversas vezes, para voos curtos longos, no aniversário da Zendaya no ano passado mandamos o piloto dar uma volta por onde els quisesse enquanto bebíamos e nos divertiamos no espaço dos bancos.
ele é grande para um jatinho, aconchegante e bem bonito, têm poltronas de cores claras e muito confortáveis, as paredes em um tom mais escuro.

quando adentro o avião todos já estão aqui, todos estão sentados no fundo do avião bebendo e se divertindo, exceto pela loira que vive reclamando de tudo o que eu digo, ela está sentada em uma das primeiras cadeiras, próximo a saída de emergência, quando paro para analisá-la percebo que ela lotou a mesa de apoio com material de trabalho, papéis e o notebook cinza, suas mãos estão tremendo e ela mal consegue digitar, sinto alguma espécie de angústia com a visão.
desvio meu olhar para Tom, ele tem um sorriso no rosto, e espera que eu vá até ele, mas não acontece.

invés disso me aproximo da loira. - você está no meu lugar - ela estava tão distraida que o simples comentário a assusta, o que me deixa com uma certa pena.

- desculpa, eu não sabia que aqui tinha.. - ela mesma se interrompe quando percebe o sorriso nos meus lábios e revira os olhos.

- eu estou so brincando, olhos azuis - ela tem um meio sorriso que não chega aos olhos, quer ser educada, mas não poderia deixar de estar tensa, me sento de frente para ela e me acomodo naquele lugar, não é um voo longo, no máximo uma hora, mas tenho certeza que para ela vai durar um dia inteiro.

- primeira vez em um avião? - quebro o silêncio.
- não, na verdade não, porquê? - ela pergunta então aponto para as suas mãos, ela parece entender e aperta a mão uma na outra em uma tentativa de aliviar o estresse, noto que ela faz isso com muita frequência.

ela tem um sorriso que não chega aos olhos, então justifica. - eu sempre fico assim em aviões - diz simples

-histórico com acidentes? - digo com calma e ela nega. - você sabe que essa coisa é o meio de transporte mais seguro do mundo, não sabe? - digo confusa com o seu medo e o receio dela.

- na verdade está em segundo lugar - sorrio abertamente com o comentário, eu acho um pouco encantador o nervosismo dela. - elevador é que está em primeiro.. - ela conclui com a voz baixa e devagar, talvez envergonhada.

- vai dar tudo certo loira não se preocupa. - aperto meu sinto como a aeromoça orienta.
- enquanto a hora não passa, você pode continuar jogando paciência no computador, não tem problema, não é nenhum crime - ela ferve de raiva, tenho certeza, mas não diz nada.

[...]

so noto que caí no sono quando acordo, com a aeromoça informando a proximidade do destino e a turbulência breve. não me surpreende nem um pouco quando olho para frente, e a garota está hiperventilando, odeio vê-la assim, me chatea e me dá uma certa angústia, eu tenho essa mania de me preocupar demais com as pessoas próximas a mim, e com o tempo, tenho a impressão que terei a mesma preocupação com a Reneé, se é que já não tenho.

𝐄𝐗𝐈𝐓𝐈𝐀𝐋𝐄 𝐌𝐔𝐋𝐈𝐄𝐑𝐄𝐒 - Reneé rappOnde histórias criam vida. Descubra agora