Capítulo - 34

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POV: Reneé

me escoro no batente da porta observando Hope conversar com a minha mãe e a tia Glória.

desde que chegamos Hope foi arrastada por cada pessoa dessa casa, afim de que possam conhecê-la e se apresentar, mal tive um tempo com ela. mas a latina não parece se incomodar, pelo contrário, eu nunca vi ela tão alegre antes, seu sorriso é radiante e ela parece empolgada. e eu não consigo me sentir diferente, horas antes ela estava completamente receiosa, ver essa comparação de antes e agora me alivia e tranquiliza.

me sinto alegre em desfrutar dessa alegria só de testemunhar elas compartilhando histórias e sorrisos, me pego admirando cada gesto e cada expressão de Hope.

um frio na barriga intenso percorre o meu estômago quando Hope tem aquela gargalhada contagiante, que faz com que ela jogue a cabeça para trás, entregando-se completamente ao riso.

por um segundo tenho a certeza que tudo o que acontece entre esses dois cômodos desaceleram e ficam totalmente calmos. me sinto anestesiada, absorvendo cada detalhe desse momento como se ele não estivesse passando em segundos e fosse na verdade um filme digno de premiação. o som da risada dela ecoa em seus ouvidos e me faz transbordar com essa sensação reconfortante. por um segundo, tudo o que importa é a felicidade estampada no seu rosto. como se eu tivesse conseguido realizar o meu próprio desejo de natal por conseguir ver, e ter uma parcela de culpa nesse sorriso.

levo minha taça até a boca dando um generoso gole na minha bebida, enquanto vejo Glória entregar uma fina caixa retangular para Hope, franzo o cenho observando a cena.

Hope entrega sua taça a mulher mais velha e pega a caixa no lugar. levo a mão até a boca quando Hope retira da caixa um sueter vermelho em detalhes verdes. tenho que fazer um grande esforço para não explodir em uma gargalhada alta. mas é demais para mim quando Hope me olha brevemente com um olhar suplicante e um sorriso desajeitado.

a latina não demora em vestir o casaco e abraça as duas mulheres em seguida. se Hope não gostou do presente, ela não demonstra, invés disso continua sorriso alimentando mais ainda a feição de expectativa no rosto das duas mulheres em sua frente.

nego com a cabeça tentando espantar a risada crescente. quando volto minha atenção para as mulheres, encontro Hope caminhando em minha direção, exibindo seu lindo e cafona sueter vermelho.

- olha quem tem um sueter horrível agora. - provoco vendo ela revirar os olhos.

ela está perto o suficiente para que eu lhe puxe pela cintura, mas contenho o desejo, reconhecendo que não estamos lidando só com paparazzis

estamos lidando com uma família que ficará o ano seguinte inteiro perguntando sobre Hope.

- ele não é cafona. - sorrio enquanto ela franze o nariz.

ela pega a barra do casaco e a estende, analisando com mais calma os desenhos.

- eu gostei do presente. - ergo uma sobrancelha enquanto ela dá de ombros.

seus olhos encontram os meus brevemente. - é sério!

- se você diz. - dou de ombros.

Hope segura sua taça com as duas mãos, rodeando seus dedos na parte superior, fazendo com que sai algum barulho quando ela faz uma volta completa. mas então noto o sorriso travesso que aparece em seu rosto.

- então.. Nenná. - reviro os olhos jogando a cabeça para trás.

solto um grunido em reprovação. - eu não acredito que ela te contou sobre isso.

- para! é um apelido fofo. - seu sorriso largo que antes me tranquilizava, agora me irrita.

- cala a boca. - murmuro.

𝐄𝐗𝐈𝐓𝐈𝐀𝐋𝐄 𝐌𝐔𝐋𝐈𝐄𝐑𝐄𝐒 - Reneé rappOnde histórias criam vida. Descubra agora