Capítulo - 22

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POV - Hope

é claro que eu organizei uma festa para depois da premiação, e é claro que eu juntei a maior quantidade de brasileiros que eu conseguiria nesse lugar.

já fazem meses que eu estava com saudade de estar rodiada de pessoas, e essa seria a oportunidade perfeita. mas a verdade é que eu estava com mais saudade do que eu imaginava, sentia falta de todos aqui e me peguei pensando quando foi a última vez que estávamos juntos.

a batida da música é mais alta do que qualquer conversa ou pensamento que eu tenha, ora ou outra eu sou interrompida por algum conhecido que desejava me parabenizar pelo prêmio, e o máximo que eu consegui fazer foi forçar um sorriso e acenar com a cabeça, até porque eu não conseguia entender nada.

já perdi as contas de quantos copos eu bebi, e também já não consigo sentir outro gosto além de vermelho, azul e amarelo.

uma das grandes exigências que eu sempre tenho em todas as festas que eu organizo, é o desejo de ter barman brasileiros, cai entre nós estadunidenses também não fazem boas bebidas.

POV - Reneé

em algum momento da noite Gigi achou uma boa ideia dançar em cima de um balcão e eu acompanhei a sua ideia horrível, a modelo e eu seguíamos um ritmo parecido, ela segura a minha mão e roda o meu corpo, faço o mesmo movimento com ela.

a garota sorri levemente e tomba a cabeça para o lado, franzo o cenho e sorrio levemente, um pouco confusa com o contato, mas não deixo o sorriso morrer. ela se aproxima com calma em uma risada fraca.

uma de suas mãos repousam na minha nuca e ela sela nossos lábios, o contato não passa de um selinho demorado, e logo nos separamos. puxo a modelo pela mão e a abraço novamente deixando um beijo na bochecha da loira, uma gargalhada atinge nós duas quando nossos olhos se encontram.

nós bebemos tanto hoje, que talvez nem nos lembremos dessa catástrofe amanhã.

tenho usado isso como desculpa para todas as besteiras que eu fiz essa noite, e para a besteira que eu vou fazer agora.

- eu já volto. - falo em um tom mais alto no ouvido da modelo e desço do balcão.

quando atinjo o chão fico levemente tonta e preciso de alguns segundos para poder me recuperar. quando assumo estar tudo bem me viro mandando um beijo para a loira e ela retribui.

ando pela festa tomando muito cuidado para não esbarrar em ninguém, passo por inúmeras pessoas com copos de bebidas nas mãos ou cigarros.

quando finalmente acho quem eu estava procurando forço um sorriso largo, eu não sei ao certo o que eu estou fazendo, mas não importa, tudo isso é um problema para lidar amanhã. - Dove, não sabia que você viria. - ela sorri largo e dá alguns passos em minha direção, quebrando totalmente a conversa que estava tendo anteriormente.

- a Hope pode dizer o que quiser, mas ela gosta de mim. - concordo levemente com a cabeça.

ela prende os lábios entre os dentes e parece estar procurando algum assunto qualquer. - como foi que vocês se conheceram afinal? - dou de ombros.

- nada grandioso, temos amigos em comum. - assumo um tom de indiferença.

- nada com a Hope é "nada grandioso" ela está sempre surpreendendo as pessoas. - reviro os olhos.

- eu realmente não quero falar sobre ela agora. - tento não ser rude, mas Dove fica surpresa mesmo assim, mas logo desfaz a expressão e sorri fraco.

- ok, quer falar sobre você ter me procurado por todo esse lugar, e depois ter chegado aqui com um "eu não sabia que você viria" ? - reviro os olhos sorrindo.

𝐄𝐗𝐈𝐓𝐈𝐀𝐋𝐄 𝐌𝐔𝐋𝐈𝐄𝐑𝐄𝐒 - Reneé rappOnde histórias criam vida. Descubra agora