Capítulo - 15

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POV - Hope

eu amo o meu pai, mas eu esqueci o quão difícil era conviver com ele. ele é uma pessoa totalmente matutina, adora trilhas, escaladas e passar um tempo na natureza, não que eu não goste disso, mas acordar 6 horas da manhã para caminhar dentro da cidade é tão cruel. depois de passar duas longas horas andando chegamos em uma cafeteira e eu implorei para darmos uma descansada, o lugar é extremamente aconchegante e havia acabado de abrir, então mal tinham pessoas no ambiente, alguns fãs pedindo fotos, mas nada demais.

andando pelo lugar se percebe que a cafeteira também era uma espécie de biblioteca, o lugar tinha estantes enormes recheadas de livros, deixo minhas mãos vagarem pelas prateleiras passeando por cada capa. mais a frente, puffs e mesas baixas, meu pai escolheu uma mesa no fundo, e aparentemente ele já fez o pedido, sinto de longe o cheiro de café fresco, caminho sorrindo até ele e me sento ao seu lado.

- a Inglaterra é um dos únicos países do mundo onde eu realmente gosto do café.

- discordo, não é forte o suficiente. - assopro a minha xícara antes de beber.

noto algumas plantas decorando o lugar, trazendo mais conforto para o ambiente, as janelas trazem a luz do sol que pretende tomar conta do lugar por completo em algumas horas.

- você vai me contar ou eu vou precisar perguntar? - minha atenção é tomada pelo homem sentado ao meu lado.

- ah.. claro eu tinha esquecido.

- por onde eu começo? - digo comigo mesma.

respiro fundo e me lembro de quando ele me visitou da última vez e até onde ele sabe sobre os fatos.. coisas importantes demais acontecem em 18 meses.

- bom.. podemos começar que eu passei o último ano gravando Half-truths.. foi uma loucura pai, filme de terror é muito diferente de qualquer outra coisa que eu tenha feito, as cenas são majoritariamente gravadas de madrugada.. é muito mais difícil, mas foi incrível.. interpretar e ser a Amelia Heiow foi um sonho. - ele faz comentários e concorda com coisas que eu diga, mas nunca me interrompe por muito tempo, ele gosta de me ouvir e eu gosto de falar sobre tudo com ele.

[...]

- o último mês foi uma loucura, é um alívio ver você papai. - ele segura a minha mão com um pouco mais de força, solto um ar que nem sabia que prendia.

- o Tom vai se casar, Timothée e a Lena estão brigados e eu nem sei o que está acontecendo com o Andrew e a Emma. - cada palavra demonstra o meu cansaço de uma forma mais intensa.

- essas coisas não são a sua responsabilidade, eles são adultos Bea, achei que o mundo já tivesse te ensinado a ser egoísta.

passo a mão pelo rosto. - e ensinou.

- mas se eu for mais egoísta que isso pode remover a minha classificação de "humana".

ele sussurra um pedido de desculpas, percebo que ele terminou o café dele, sugiro que deveríamos ir embora e ele concorda, nesse meio tempo mandei mensagem para o meu motorista pedindo para que ele venha nos buscar. sem chances de passar as próximas duas horas andando, quando o homem de olhos verdes abre a porta para mim, Stephan já está fora do café, ele comprimenta o meu pai com um abraço e diz que esteve com saudades.

admiro a cidade pela janela do carro quando o homem sentado ao meu lado coça a garganta chamando a minha atenção. - Stephan o que você tem a me dizer sobre.. Reneé Rapp. - franzo o cenho e reviro os olhos, e pensar que em dias normais eu teria acordado agora.

- bom.. até onde eu sei, a Reneé parece ser uma garota bem legal, foram poucas as vezes que eu estive presente no mesmo lugar que ela. - olho para ele pelo espelho retrovisor, ele está sorrindo, mas eu vou odiar cada segundo da conversa que entraremos.

𝐄𝐗𝐈𝐓𝐈𝐀𝐋𝐄 𝐌𝐔𝐋𝐈𝐄𝐑𝐄𝐒 - Reneé rappOnde histórias criam vida. Descubra agora