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Pov: Ana

Aqueles dois ainda estavam brigando lá na sala. Eu dei sorte que hoje a lanchonete abre mais tarde, para conseguir ficar um tempinho com a Yara. Ela ainda não tinha acordado, então aproveitei para tomar um remédio para dor de cabeça, porque eu não estava suportando essa ressaca do caramba.

Deitei na cama e comecei a mexer no celular. Vejo um e-mail desconhecido e decido abrir. Assim que eu abro o e-mail, vejo que é da empresa em que fiz a entrevista ontem. Já fiquei meio preocupada, até porque o resultado saiu muito rápido. Peraí, eu fui contratada!

MEU DEUS, EU FUI CONTRATADA!!!

Eu não estou acreditando, eu estou chocada. Fui até a sala e contei a notícia para a Kaylane e o Viera. Eu estava muito feliz, acabei gritando demais e acordei minha filha. Aproveitei e contei a notícia para ela, eu não sabia descrever o quanto estava feliz.

No e-mail dizia que eu poderia começar amanhã, então fui imediatamente pedir as contas da lanchonete. Aproveitei e fui procurar uma babá para minha filha. Estava com o coração na mão em deixar minha filha com uma pessoa desconhecida, mas vou ter que fazer esse esforço para conseguir dar o melhor para ela. Pretendo sair daqui da favela e comprar uma casa bem longe daqui, mas para conseguir isso vou ter que trabalhar bastante.

Lembrei da mãe da Kaylane. Eu iria pagar R$900 para ela ficar com a Yara de segunda a sábado. Fico feliz por encontrar alguém de confiança para cuidar da minha bebê.

Bom, eu não sei o que deu em mim, mas resolvi deixar o Vinícius ver a Yara. Até porque uma hora ou outra vou ter que resolver essa situação. Aproveitei que já estava perto e resolvi passar na boca. Estou ficando louca, só pode.

-Oi, com licença, o Vn está aí? - pergunto para um cara que estava escorado na parede, que inclusive parece muito com o cara da foto que a Kaylane me mostrou ontem.

-Tá sim, quer falar com ele?

-Sim, por favor.

-Já, coe chefe, tem uma moça aqui atrás de tu - ele fala no radinho.

-Ele falou para tu entrar, é só seguir reto que tem uma sala no fundo do corredor. - A pronto, entrei naquele lugar e porra... fedia maconha pra caralho. Como que aguentam ficar aqui, misericórdia. Bati na porta e entrei.

-Pensei que era tu que tinha falado para nunca mais te procurar - ele diz tirando o baseado da boca.

-Olha, eu vou ser breve. Se você quiser, pode ver a Yara alguns finais de semana.

-Posso saber o porquê da mudança de opinião repentina?

-Acho que vai ser bom pra ela. É só isso mesmo. Só não esquece de avisar quando você quiser vê-la.

-Já. - Me retiro dali o mais rápido possível.

Não sei se é impressão minha, mas ele estava bem estranho. Nem sei por que estou me preocupando.

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Vou tentar fazer caps maiores 🫶🏼

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